Capitulo 2 – A arqueira.
25/08/2011 (tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
Kevin estava tendo um pesadelo. Aonde
ele corria pela rua escura, ele escuta gemidos. Não conseguia identificar da
onde vem o barulho, parece que vinha de todos os lados. A rua está escura que
ele mal consegue enxergar seus pés. Os gemidos começam a ficar mais altos e
assustadores, o que deixava seus pelos do corpo arrepiados.
- James, socorro! – Grita Kevin, mas
não adiantou, pois seu irmão não está ali ao seu lado. Kevin está sozinho, e
começa a ver os zumbis o cercando. Mas, o mais estranho é que todos eles são
iguais. Quando ele consegue identificar quem são os zumbis, a culpa domina sua
mente. Alguém que ele tinha deixado para trás, alguém que já morreu, alguém que
ele fez de tudo para salvar.
Kevin não queria olha, se senta no chão,
como se tivesse se rendendo, começa a gritar por clemência, os zumbis estão
chegando mais perto, e elas começam a falar:
- A culpa é toda tua. – disse as zumbis.
- Para, para, para, tu ta morta, sai
de perto de mim!- Grita Kevin.
Quando uma mão fria toca em seu
ombro, ele acorda suado. Vê o rosto do irmão perplexo olhando para sua face. Na
mesma hora James abraça o irmão, não que o ajudasse, pois a imagem da morta
estava gravada em sua cabeça.
- Ta tudo bem, eu estou aqui. – Diz
James, tentando acalmar seu irmão.
- Cara, foi tudo minha culpa. Tudo
minha culpa. – Diz Kevin, chorando.
- Vai ficar tudo bem. – Responde o irmão,
com um aperto no peito.
- Tu não entendes, foi minha culpa.
Eu não devia ter deixado ela contigo, tu não sabe se defender e, ela foi uma
heroína, coisa que eu não fui.- Fala Kevin, passando suas mãos na cabeça,
demonstrando inconscientemente seu nervosismo.
James arregala os olhos, algo passa
em sua mente, sabia do que o irmão estava falando. Ele pega a mão de Kevin e
não fala nada. Fica cabisbaixo, deixando seu irmão por um tempo refletindo.
James se levanta, deixando o irmão
dormir novamente. Pega uma garrafa de água e toma no bico, com o resto da água
ele joga em cima de sua cabeça. Estava muito abafado ali dentro, já era sinal
de que o inverno estava indo embora. Ele olha para cima e vê que tem um porão,
então levanta as mãos para puxar a escada, ao fazer isso sobe até o porão.
O lugar estava úmido e fedido, o chão
totalmente empoeirado, nem se quer um raio de luz entrava a tempos. Ele começa
a revistar o locar descoberto, encontrando cartas, fotos e uma boneca de pilha.
Não que ele goste de bonecas, mas pega para si. Do porão da para ver a rua, que
estava um pouco vazia, o sol estava nascendo. Seus olhos olham para o céu é o
sentimento de culpa volta à tona, algo que demorou meses para esconder em sete
chaves, e fazer de conta que nunca aconteceu, volta surpreendentemente em seu
coração.
Ele continua a olhar o porão, nada de
interessante, só um rádio em cima de uma mesa
Kevin sobe até o porão, olhando com
curiosidade para o local que seu irmão descobriu. Juntando se ao lado de James.
- Tive um pesadelo de novo, aquele
mesmo pesadelo. – Diz Kevin, mais calmo.
- Pesadelos ou sonhos, só é a mente
que está tentando organizar a memória, principalmente nos pesadelos, que a tem
de remoer alguma culpa ou sentimento do tipo. Então a gente implanta o medo em
nós mesmos por meio de pesadelos, para aliviar esse sentimento. Isso significa
que a sua mente está funcionando com sanidade. – Diz James.
- Obrigado, James. – fala Kevin,
sorrindo para o irmão. – O que tu achou aqui dentro? – fala ele mudando de
assunto.
- Nada de mais, mas, encontrei um rádio.
Podemos tentar ter noticias de algum lugar. – Fala James mostrando o rádio
antigo para seu irmão.
- Espero que tenha pilhas. – Kevin
diz.
- Eu também espero. – Diz James,
sorrindo.
James liga o radio no volume baixo, e
para a infelicidade deles só escutam chiado, a cada emissora que passa só
chiado. Sem sorte. Mas Kevin começa igual um louco a bater no radio. James
tenta arrancar da mão dele.
- O que tu ta fazendo? – pergunta
James, encarando o seu irmão imaturo.
- Fazendo pegar noticias, ou
interferências. Aprendi com o papai. – Diz Kevin, sorrindo de canto.
- Se tu quebrar isso eu bato em ti. –
diz James, cruzando os braços.
- Vai por mim, confia em mim. – Kevin
diz, que agora estava procurando alguma emissora. Por meia hora ele ficou na
expectativa de ter um pingo de sorte, virando aquele botãozinho. Mas o que
parecia era que a sorte não estava ao seu lado, enfim a sorte não está ao lado
dos irmãos.
- Vou descer, comer alguma coisa, te
trago aqui algo para comer. – Diz James.
- Feito, vou ver se consigo alguma
coisa. – Diz Kevin, esperançoso.
- Ta. – responde seu irmão.
25/08/2011 (tempos atuais. Ana Bittencourt)
Depois de tudo o que Ana passou, ela
só queria sossego. Estava com fome e machucada. Em suas costas estava seu arco
e flecha que só contem três flechas. Em todo esse apocalipse ela só usou seu
arco para se salvar. Foi campeã dois anos seguido no campeonato nacional de
arco e flecha.
Estava andando na rua a procura de
comida, sozinha e de manha. Posiciona-se atrás de um carro, mirando seu arco na
cabeça de um zumbi. Acerta bem no meio da cabeça, ele cai morto. Ela vai até
ele e pega sua flecha de volta.
Ana entra em uma padaria, pega alguns
pães, uns salgadinhos da validade. E aproveita para procurar um banheiro.
Quando abre a porta encontra uma zumbi, que estava completamente devorada, suas
tripas estavam para fora, seu rosto estava pura carne podre e ossos, ela não
conseguia se mexer, só movia a boca em direção a Ana.
Ela olha a zumbi com certa tristeza,
pega uma flecha e mira no meio de sua testa. Ela arrasta a zumbi para fora do
banheiro a deixando escondida. Cuida para ver se não tem nenhum fedorento por
perto. Entra novamente no banheiro e fica feliz por encontrar um absorvente.
Olha a validade e está dentro do prazo, para a sua felicidade.
- Vou poder parar de usar meias por
um tempo. – diz Ana, feliz. Para ela, achar aquele absorvente foi a melhor
coisa dentro de um mês. Depois de perder tantas pessoas que amava, e não ter
noticia de sua irmã. Ela não se sentia o porquê de continuar vivendo. Mas algo
dentro dela dizia que ela devia continuar, se ela agüentou tudo isso, ela pode
agüentar mais. Tinha esperanças de que o mundo voltasse a ser como antes.
Ana procura na padaria mais algumas
coisas que possa usar para sua sobrevivência, pega umas facas, panos, enche
suas garrafas com água, acha umas aspirinas. Então coloca tudo na mochila e sai
para a rua novamente, na frente da padaria ela olha a volta, e tem oito zumbis
pela rua. Ela se abaixa e engatinha para debaixo de um carro, esperando a ida
deles. Em silêncio ela fica, quaisquer barulhos poderia colocar sua vida em
riscos.
Depois de uns dez minutos, ela sai de baixo do
carro e só vê um zumbi, que corre em sua direção. Ela pega seu arco, e mira bem
no meio de sua cabeça. Quando vê, um zumbi sai do carro de policia, parecia um
recém transformado, ou seja um bem rápido que pula em cima dela. Ana fura os
olhos dele com seus dedos, e o joga para longe, começa a chutar a sua cara até
estar totalmente demolida. Foi em direção ao zumbi que atirou a flecha, e
então, novamente é pega desprevenida e é atacada por um zumbi gordo.
Ana da um soco na cara do zumbi e
enfia uma flecha no olho do morto vivo. Ela começa a andar rápido para procurar
um abrigo, entra em pânico quando escuta um grito. Quatro zumbis estão indo em
sua direção, ela começa a correr tentando desviar deles, coisa que foi fácil,
ainda mais quando são zumbis mais debilitados que são mais lerdos. Quando está
bem da vista dos mortos, Ana entra dentro de um carro de polícia, agacha-se
para se esconder, rezando para que não a tenham visto.
Os zumbis passam correndo pelo carro,
sem ao menos notar a presença da ruiva. Ana sente uma adrenalina correndo pelo
seu corpo, não era medo. Ela estava se sentindo viva novamente. Ela estava
feliz, gostou daquilo.
Ela começa a procurar coisas dentro
do carro de polícia e encontra um walk tok, rosquinhas velhas e um rifle. Ana é
contra uso de armas de fogo, até porque ela sabe o que acontece quando dispara
um tiro, milhões de zumbis brotam de todos os lados, os barulhos sempre os
atraíram. Por isso prefere seu arco. Mas mesmo assim ela pega a arma, nunca se
sabe quando vai se precisar. A arma parece estar bem carregada.
Quando a rua está mais vazia, Ana sai
do carro. Anda mais um pouco até encontra uma humilde casa com marcas de sangue
no muro. Pula o muro e a invade. Sente o cheiro de podridão, sabia que não
estava sozinha, ela sorri, pois sente aquela adrenalina de novo. Prepara seu
arco abrindo a porta. Quando entra na casa, sai correndo o primeiro zumbi,
rápido até, com as tripas para fora. Uma flechada no meio da testa foi o
suficiente para aniquilá-lo. E o zumbi fica pregado na parede.
- Lamento por isso senhor zumbi. – diz
Ana, que recuperando sua flecha. Dentro da sala entra outro zumbi, um dos lerdos
e estava mancando todo arrebentado. Ana se assusta com ele, então da um chute e
seus testículos, quando o zumbi cai no chão ela o mata.
Ana vasculha toda a casa, que estava vazia.
Ela procura as chaves para tranca a porta, mas não encontra. Então arrasta um
armário na frente da porta. Pega os dois zumbis e os deixa num dos quartos. Ela
pendura lençóis nas janelas para não ser vista pelo lado de fora. Ana vai ao
banheiro, escova os dentes, toma um banho tcheco e quando se olha no espelho percebe
que o seu cabelo ruivo e liso está mais comprido. Sua cara é de cansada, mas
mesmo assim se achava linda com suas sardas. Ana é aquele tipo de garota que
você olha na rua quando passa, já com dezessete anos de idade já tinha um corpo
bem desenvolvido.
Quando liga a TV os canais estão fora
do ar, não tinha noticias da mídia a tempos. Ela pensava que as pessoas não se
preocupavam mais com os sobreviventes, tinha certeza que as pessoas poderosas
nesse exato momento estão bem seguras.
- Que se ferrem todos.- diz Ana se
atirando no sofá, e ali mesmo tira um cochilo.
Ana acorda, percebe que dormiu pouco,
olha a geladeira e pega tudo que pode ser comido ainda, tinha comida para uma
semana, ou seja, uma semana em segurança. Uma semana sozinha.
- Sozinha. – diz Ana, triste.
- Até quando? – fala Na,a sozinha.
- Não sei. – Ana responde para si
mesmo, ela passou tanto tempo sozinha que era mais fácil falar com sigo mesmo
do que com um dos andarilhos da morte, como gostava de chamar os zumbis.
25/08/2011 (tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
James e Kevin estão comendo presunto
e tomando suco de laranja, os dois estão conversando animadamente, fazia muito
tempo que não tinham tempo para poderem comer alguma coisa sentada na mesa, e
sem pressa.
- Ah cara, faz tempo que não como
sossegado. –Kevin diz, de boca cheia.
- Nem me fala, ainda mais achar
presunto na validade. Hoje em dia carne é uma raridade, ainda bem que estavam
congelados. – Diz James.
- Ta, mas o que é que tem a ver estar
congelado? Mal sabia que tinha luz aqui para manter a refrigeração ligada. –
Responde Kevin.
- Os alimentos quando estão
congelados duram mais. – Diz James. - A gente tem comida para quanto tempo? Por
um mês mais o menos. Estamos seguros aqui se nenhum zumbi tentar invadir, temos
que ser espertos e não fazer barulho. – Diz James olhando nos olhos do irmão.
- Disse isso como se eu fosse
estragar tudo. – Fala Kevin, parando de comer.
- Eu não me esqueci ainda da ultima
vez, podíamos passar um ano todo hiper bem dentro daquele supermercado, se tu
não tivesse pirado. – Responde James serio.
Kevin se levanta da mesa, sai em
direção ao estoque. Pega seu radio e começa a tentar conseguir alguma notícia,
mas sem sorte, só chiado. James se senta do lado do irmão.
- Eu escutei algum barulho batendo na
porta. – diz James, com medo.
- Espere aqui eu vou ver o que é. – diz
Kevin, pegando seu machado
Kevin saiu do estoque e vai em
direção a janela. Cuidadosamente, ele olha para fora e enxerga um homem deitado
em frente à porta, era um vivo, ou pior, um ainda vivo. O homem estava com
varias mordidas nos braços. E estava com o segundo sintoma, a alucinação.
- Maria, eu estou vendo um corvo azul
de três olhos. – fala o recém infectado que se levanta e começa pular e a
gritar.
- Maria sua puta, tu me deixou! –
Grita o homem, apontando para um poste, como se ele fosse a Maria.
Kevin ficou um pouco com medo, ele só
iria chamar mais atenção e os zumbis irão se acumular ali perto. Kevin pensou
em matar ele, mas seria arriscado sair dali a qualquer momento ele pode virar
um zumbi.
O homem volta para a lucidez e quando
um zumbi corre em sua direção, ele ia sair correndo, mas os zumbis começam a
cercar ele. Um dos zumbis se aproxima dele e tenta morde, mas o homem tira uma
arma da cintura, disparando no meio da cabeça do morto vivo. Eles começam se
aproximar, os mais rápidos o alcançam, ele tenta atirar mas erra todos os tiros,
então atrás dele uma zumbi o morde, ele da uma cotovelada e ela cai para trás,
mas os zumbis estão a um metro de distancia e se aglomeram em volta dele. O
homem começa a gritar.
Kevin sai de perto da janela sem
fazer barulho, volta para o estoque e encontra o irmão tapando o ouvido. Kevin
tranca a porta do estoque, vão até o porão e ficam os dois cuidando para ver se
os zumbis não vão embora.
- O que aconteceu lá fora? – pergunta
James, falando baixo.
- A manada está lá fora, um vivo
chamou a atenção deles, estamos ferrados. – Kevin diz, passando as mão na
cabeça.
- Vai dar tudo certo, já passamos por
coisas bem piores. É só a gente ficar aqui em cima quietinho, só sair para
pegar comida e ir no banheiro que tudo vai ficar bem. Eu estou aqui. Se caso acontecer
qualquer coisa eu tenho um plano. – James diz, tentando mostrar confiança.
- Tu sempre tem um plano, queria ser
inteligente também. – diz Kevin, passando a mão no ombro do irmão.
- Eu queria ter a tua coragem e a tua
força. – James disse, correspondendo o carinho de seu irmão.
- Vamos passar por isso juntos. – Diz
os irmãos Gaspar ao mesmo tempo.
Já estava anoitecendo e Kevin estava
de vigia na janela do porão. Olhava com o seu binóculo na hora do tédio. Tinha
a esperança de encontrar alguém vivo, adorava ficar com o seu irmão, mas não
agüentava mais ter que passar o apocalipse vivendo com um homem. “Será que não
existe mais nenhuma mulher nesse mundo?” se pergunta.
Kevin é cutucado pelo irmão, ele olha
com uma cara de “se tu fizer isso de novo arranco seus olhos”.
- Tu sabe que eu odeio quando me
cutucam. – diz Kevin, sério.
- Então em vez de ficar olhando para
longe com o binóculo, cuida a redondeza. Estão todos muito perto, deve ter uns
oitenta lá fora, e tu sabes que a manada é a pior coisa desse apocalipse. Deixa
que eu cuido aqui, pode ir se deitar e não liga o radio poi... – James é
interrompido por Kevin.
- Já sei, pode chamar atenção, não
precisa falar isso sempre. – Responde grosseiramente.
- Educação que é bom papai não te deu
não é. – diz James, bravo.
- Vai a merda, antes que eu dei um
soco na tua cara. – Responde Kevin, olhando bem para a cara do irmão.
James o ignora revirando seus olhos.
Olha para a janela para vigiar enquanto seu irmão foi se deitar. Perto do
ônibus aonde estavam, tem uma zumbi que lembra muito sua mãe, porem mais gorda.
A zumbi estava olhando seu reflexo na frente do espelho de um carro. E começa a
gemer alto. James se pergunta “será que eles se lembram vagamente de algo?”.
30/09/2010 (Kevin, James, Paolo Gaspar e Maira Viera)
Kevin, James, Paolo e Maira estão
almoçando no restaurante preferido de Kevin. Paolo conversa empolgadamente com
Maira, que não da muita atenção para ele.
- Kevin, fiquei sabendo que está
namorando. – Diz Maira, tocando na mão de seu filho.
- O pai te conto? – Diz Kevin, feliz
pela sua mãe ter tocado sua mão.
- Sim, e ele me disse que ela é
linda, é uma bailarina não é? – Diz Maira.
- Sim, ela é mamãe. – responde Kevin.
- Quero conhecer ela amanha no
aniversario teu e do James, a gente vai comemorar, não é? – Pergunta Maira,
olhando para Paolo.
- Vamos? – diz Paolo.
- Bom... Tenho uma idéia. - Diz Maira,
olhando para seus filhos e Ignorando Paolo por completo. – A gente pode fazer
uma janta em família, na casa do Paolo.
Kevin abaixa a cabeça, ele não
gostava que ninguém fosse em sua casa. James olha para o irmão e percebe que
tem algo de errado.
- Não acho que seja uma boa mamãe. –
James sussurra perto de sua mãe.
- Okay, a gente vai no Burguer King,
que eu sei que meus filhos lindos adoram. – Diz Maira, esperando uma aprovação
dos filhos
- Fechado mãe. – Fala os dois gêmeos
ao mesmo tempo. Que se olham e dão uma risada, porem Kevin tentou disfarçar.
- Fica por minha conta, ok? – diz
Paolo.
Kevin olha para seu pai, sabia que
ele não tem dinheiro para conta, Maira fica olhando para ele, mas não diz nada.
- Kevin, sabia que seu irmão ganhou
campeonato de natação na escola em que estuda. – Diz Maira, tentando fazer com
que os irmãos conversem.
- Legal. – Diz Kevin.
- Pai, é verdade que tu tinha uma banda?
– Pergunta James.
- Tinha sim, e era muito boa, mas não
deu certo. Eu me casei com a Maira e tivemos dois grandes gêmeos. E daí vocês
viraram minha prioridade. Vocês três até hoje são a minha prioridade, e não
tive mais tempo para a minha banda.
Maira continua comendo, ignorando
Paolo. Kevin e James reparam que o clima estava tenso, sempre quando Paolo
começava a falar de como amava os filhos e a Maira, sempre acabava em briga.
- Eu me lembro como se fosse ontem o
dia em que eu conheci a mãe de vocês. – começa a falar para seus filho. Maira
continua comendo sem falar nada.
- Eu estava tocando com a minha
banda, ela estava lá na platéia bem na minha frente. Ela estava linda, era a
mais linda do show. Depois que o show acabou, peguei o numero dela. E desde
então não ficamos separados. Os pais dela me odiavam porque eu era de banda e
eles falavam que eu não prestava. Claro, eu já pisei algumas vezes na bola. –
Maira começa a ficar brava e Paolo não percebe mas continua a falar. – Mas
mesmo assim eu fazia de tudo para ficar com ela. Até o dia em que a pedi
namoro, estávamos na praia, foi o melhor dia do ano. E um ano depois a gente se
casou, eu vivi os sete melhores anos da minha vida, poderia ter vivido mais se
o Roberto não tivesse aparecido a gen... - Paolo é interrompido por Maira.
- Para Paolo de botar a culpa no
Roberto, tu não entendeu ainda? Eu não te amo mais, tu não me deu amor o
suficiente, a gente estava vivendo na pior, eu não era feliz, tu ainda sonha em
ter uma banda, se veste igual um adolescente, não pensa num futuro. A culpa de
tudo foi sua, e o que mais me deixa com ódio de ti é que tu tentou pegar a
guarda do Kevin e do James. E no que tu conseguiu? Separou uma mãe de seu filho
pequeno, separou dois irmão e... – James interrompe sua mãe.
- Parem!- grita James. – Eu e Kevin
só temos dois dias do ano para ter a família junta e sempre vocês três fazem
disso um inferno para mim.
- O metidinho, abaixa a tua bola, até
porque nem falo contigo. – Diz Kevin, fazendo cara feia.
- Não fala assim com o teu irmão
Kevin. – Repreende Paolo.
- Só porque a mãe está aqui tu está
tentando dar uma de pai me repreendendo? Fala para a mãe como tu me cuidou
todos esses anos, a base de lixo. Tu preferia sair de noite para teus
showzinhos e me deixava ficar sozinho, eu era uma criança. Sabia mãe que eu com
nove anos botei fogo na casa. – Kevin fala olhando para sua Mãe que estava com
o semblante serio.- Foi engraçado, o pai perdeu o emprego e sabe como ele foi
comemorar sua demição? Gastando todos os míseros centavos em bebidas num bar
qualquer e me deixou sozinho, o resto tu pode deduzi, ele voltou com a policia
ligando para ele.
Maira se levanta brava, bate no rosto
de Paolo e saí do restaurante.
- Tu falou isso de propósito, não
consegue deixar as coisas em paz. Tu sempre estraga tudo. – Grita James com seu
irmão que sai a procura de sua mãe.
Kevin e Paolo voltaram para sua casa
sem ao menos trocar uma palavra. James e Maira foram para seu hotel.
- Sabe mãe, tirando a briga de hoje o
dia foi bom. – Diz James, deitado ao lado de sua mãe.
- Foi bom mesmo, seu irmão muda muito
a cada ano que se passa, se ele fosse criado comigo ele seria menos rebelde. – Diz
Maira, com um aperto no coração.
- O que tu ta querendo dizer com
isso? – Questiona James.
- Filho, estou querendo dizer que seu
pai é muito irresponsável, ele achou que ficando com a guarda de vocês dois eu
voltaria para ele. – Diz Maira chorando.
- Mãe, ele pode ser rebelde, mas eu o
conheço e sei que ele é um bom garoto. – Diz James.
- Boa noite filho, te amo. – Diz
Maira.
- Eu também te amo mãe.
25/08/2011 (tempos atuais. Ana Bittencourt)
Ana acorda assustada com o barulho de
tiros na rua. Ela se levanta rápido, olha pela janela discretamente para ver o
que está acontecendo. Um pouco longe dali, em frente ao um bar, um homem está
sendo atacado por vários zumbis.
- Droga, filha de uma mãe, vai chamar
todos eles para perto. – Reclama Ana sabendo de como isso não era bom
Ana pega todas suas coisas e sobe até
o quarto, ela está preparada para a entrada de qualquer zumbi. Empurra uma
estante na frente da porta de casa, e outra estante na frente da porta do
quarto
- Não é uma das melhores segurança,
mas caso entrarem aqui, pode atrasar eles um pouco. – Diz Ana, para si mesma.
Ela se senta no chão no quarto e
sente novamente aquela adrenalina dentro de seu corpo, ela podia estar com
medo, mas em situações como essa ela se sentia viva novamente. Igual quando o mundo
era normal, quando roubava ou se metia em encrenca, sempre sentia aquela
adrenalina explodindo dentro de si, se sentindo forte.
Ana pega o seu Walk Tok com esperança
de que alguém a escute.
- Eu posso estar sendo louca, estou
no meio de um apocalipse, estou sozinha numa casa rodeada de mortos, que a
qualquer momento podem entrar aqui. Bom, se alguém estiver escutando isso, por
favor me ajudem eu estou numa casa azul perto do colégio Julio de Castilhos. O
numero é 26. Por favor, eu estou com medo. Meu nome é Ana e preciso de ajuda.
Cambio. – Diz Ana, sentindo o medo e a adrenalina sugando tudo o que a dentro
de si.
Ana espera alguma resposta e nada, só
o que ela escuta são os gemidos dos zumbis lá fora. Sem respostas Ana tenta de
novo, e repete varias vezes o que tinha dito. Cansada de tentar ela se levanta
e começa a andar de um lado para o outro.
- Estou cansada de fugir! – Diz ela
sentindo a sua adrenalina voltando só que com raiva. – Ela pega de uma estante
um despertado e joga longe. O despertador e atingido na janela caindo lá fora.
Quando ele se bate no chão, se espalha em milhões de peças fazendo barulho. Ana percebe a burrada que fez, ela olha para a
janela para ver o caos que tinha cometido. Arregala os olhos e começa a suar.
Sua adrenalina volta, era isso que ela queria sentir, esse vicio que ela achava
que tinha parado. Olhando para a rua ela vê vários zumbis indo em direção a
porta de entrada. Ana pega seu arco e flecha pronta para a batalha, seus dedos
tremiam, sabia que era questão de tempo até eles chegarem no quarto. Ana se
lembra que tinha um rifle e pega dentro da mochila, pendura junto com suas
flechas. Por via das dúvidas usaria o rifle.
- Mas que puta vicio é esse. – Começa
Ana a falar sozinha de novo. – Tudo o que a Gina me ensinou a controlar foi em
vão e agora vou morrer.
Ana escuta os barulhos deles
empurrando a porta, os gemidos estavam ecoando pela casa, o som da morte invade
sua cabeça. Ana tremia tanto que só faltava desmaiar ali mesmo, mal conseguia
segurar seu arco. Mas mesmo com medo, aquela sensação de adrenalina percorria
dentro dela. O perigo estava tão próximo que ela estava com tanto medo mas
feliz ao mesmo tempo.
O barulho de algo caindo fez Ana dar
um pulo. Eles tinham conseguido passar pela estante, os zumbis vão vasculhar os
quatro cantos da casa até acharem o que mais procuram, a necessidade de se
alimentar de algo que tem vida. E Ana não estava preparada para morrer sendo
comida viva por vários.
Ela escuta vários passos pelo
corredor, escuta uma porta sendo aberta, a do banheiro que é ao lado do quarto,
depois de alguns segundo ela escuta o barulho de um zumbi tentando entrar no
quarto, então o barulho aumenta, como se fosse socos na porta que vai se
rendendo. Sem pensar duas vezes se esconde dentro de um armário, entre as
portas da para espionar o lado fora. A estante cai e vários zumbis invadem o
quarto, o fedor era imenso, Ana queria vomitar, mas o pior era seus grunhidos.
Eles estão rondando o quarto, então
percebem que não tem nada para se ver ali dentro e aos poucos o quarto vai se
esvaziando de mortos. E Ana sem querer bate com o joelho na porta do armário, o
ultimo zumbi que estava saindo vai em direção ao armário, quando Ana vê que ele
se aproxima para abrir o armário, ela sai e o empurra para longe e da uma
flechada na cabeça do morto. Sem ao menos saber para onde correr tira a flecha
da cabeça dele. No quarto entra mais um zumbi. Ana Sai em direção a janela e
tenta escalar o telhado, o zumbi pega a sua perna esquerda, mas ela da um chute
com a direita o afastando por instantes. Ana com pequena dificuldade esta no
lado de fora da janela sobre um telhado. Ela escala a janela e sobe mais um
telhado e fica vendo o movimento da rua, a maioria dos zumbis estão invadindo a
casa.
- Espero que eles não saibam escalar.
– Ana diz ironicamente, segurando numa mão o arco e na outra seu Walk Tok que é
tirado de sua mochila, volta a falar no walk tok com esperanças de ser salva.
Ana podia estar prestes a morrer. Mas
sua adrenalina estava à tona, ela se sentia viva novamente, tudo o que sua irmã
fez para controlar isso foi em vão.
25/08/2011 (tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
Kevin estava na vigia, e arregala os
olhos quando vê que em uma casa ali perto os zumbis estão rodeando. Ele sabia
quando os zumbis juntam num local daquele jeito é porque tem carne viva por
perto. Kevin acorda o irmão. James abre os olhos e faz cara feia.
- Cara, tem alguém vivo numa casa
aqui perto. - Fala Kevin.
James se levanta rápido e olha na
janela.
- Aonde?- pergunta James.
- Naquela casa azul, aonde os zumbis
estão invadindo, a cada minuto entra mais e mais, isso é sinal de que tem gente
viva lá. – Kevin diz, entusiasmado.
- Cara, não gosto quando tu se
empolgas assim. O que tu tem em mente? – pergunta James, com curiosidade e medo.
- O que tu acha, a gente tem que ir
lá. Ou tentar entrar em contato, sei lá.
- Kevin. – James começa a falar
seriamente. – Em primeiro, pode ser que não tenha ninguém lá dentro, em
segundo, mesmo se tivesse é uma missão suicida, sair daqui para ir no meio
dessa manada só para salvar alguém que talvez não exista ou já esteja morto.
- Cara, eu te entendo, não vou dizer
que tu esta errado.- Kevin fala com convicção.- Mas se tiver alguém lá dentro?
Essa pessoa precisa de ajuda, se for uma criança? E se fosse tu que tivesse
sozinho lá dentro. Com certeza tu iria querer que alguém te salvasse.
- Irmão. – James pega as mão do irmão
e as aperta forte, com lagrimas nos olhos. – Eu entendo perfeitamente o que se
passa na tua cabeça, mas não posso arriscar a tua vida, eu fiz uma promessa que
iria cuidar de ti e vou cumprir ela.
Kevin abraça o irmão e começa a
chorar.
Os dois escutam o radio fazer um
barulho, o som está baixo então é difícil de escutar.
“Eu posso estar sendo louca” Sai do
radio uma voz feminina, só que com a qualidade extremamente ruim e com chiado.
“...sozinha numa casa, rodeada de mortos, qu...” Sai um chiado sem dar para
escutar o que ela diz, os irmãos pulam para frente do rádio e tentam escutar.
“...vor me ajudem eu estou numa casa azul perto do colégio Julio de Castilhos,
o numero é 26. Por...” chiado novamente, Kevin bate no radio para ele
funcionar. “Meu nome é Ana e preciso de ajuda. Cambio.”
- Eu sabia. - Fala Kevin tentando não
ser espalhafatoso para não serem descobertos. – Tem gente naquela casa. O
numero, a cor, perto do coleio Julio de Castilhos. Só pode ser ela. James,
precisamos salvar ela. – Kevin diz, olhando para o irmão.
- Nunca, não vou permitir isso, tu é louco,
tu quer morrer? Tu não é o Hercules. Kevin, mordida e tu já era. – Diz James,
bravo. – Eu não vou arriscar a tua vida.
- Pensa comigo! Isso ta errado, se
fosse a gente que tivesse precisando de ajuda? É óbvio que é uma missão quase
suicida, mas não é a toa que pegou essa interferência aqui, logo no nosso
radio, que por acaso encontramos nesse bar. Coincidência? Acho que não. – Kevin
diz.
- Tem uns oitenta zumbis lá fora. Uns
trinta no mínimo só na casa dela. Temos um machado e somos dois. Quais são as
nossas chances de sobreviver? – Diz James, levantando uma sobrancelha.
- Tu acha que me engana, tu sabe
exatamente como chegar lá, tu tem um plano, e não vai me contar? – Diz Kevin,
com expressões de ódio olhando para a cara de surpresa de seu irmão.
- Fica quieto ok. A gente não vai
salvar ela, tu vai ficar ai e vamos ficar em paz. – James quase grita com o
irmão.
Kevin empurra James na parede e o
segura na camisa, aponta o dedo indicador na cara dele e o ameaça:
- Se eu tiver que bater em ti para tu
me dizer qual o teu plano, eu bato, já fiz isso uma vez e posso fazer de novo.
- Me bate. É assim que tu quer
conquistar as coisas comigo? Na base da força. Pode me bater quanto quiser, eu
não vou te falar nada. Acalme-se primeiro. – James diz, tentando mostrar quem
mandava.
Kevin solta James, os dois estão se
encarando. A menina misteriosa continua a falar no rádio.
- Eu te amo irmão, tu é a coisa mais
importante para mim. – Kevin diz, que agora não segurava mais as lagrimas. –
Mas se o papai tivesse no meu lugar ele faria a mesma coisa, eu vou sair daqui,
vou pular a janela e salvar ela. Ninguém merece ter um fim como esse. Se nós
tivemos a chance de sobreviver esses longos meses, ela também tem essa chance.
Ela não é diferente de nós. E eu vou lá. – Kevin se vira para sair do porão.
James começa a chorar, sabia que o
irmão estava certo. Estava orgulhoso do irmão.
- O idiota, eu tenho um plano, ta
dentro ou não? – James diz antes que se arrependesse.
Cara tá muito boa a história! Continua!
ResponderExcluirHelder, muito obrigado tchê. Vou continuar sim, mas postarie um capitulo por semana, adc o grupo no facebook e fique por dentro de Gêmeos da morte http://www.facebook.com/groups/142925732481284/
ResponderExcluirAbraço tchê.
Parabens! não gosto da ana mais tudo bem.
ResponderExcluirEu nun sou chegado em Facebook mas entrei la no grupo ;)
ResponderExcluirE mais uma vez parabens pela história *-*
Dante: Acho que tu ainda vai gostar dela, mas acho que vai demorar em.
ResponderExcluirHelder: obrigado novamente cara, espero que tu goste da historia.
PS: vou fazer uma comunidade para o orkut em breve.
otm *-*
ResponderExcluirSeguindo a história até aqui... Ta indo bem.
ResponderExcluirsó uma coisa... (tem que dá sempre uma revisada caprichada, pois tem alguns erros no texto... Tipo "Jason" que tomou o lugar de James duas vezes... Tem alguns erros de pontuação e acento, mas nada demais)
A história é bacana...