sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Capitulo 2


Capitulo 2 – A arqueira.


25/08/2011 (tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
Kevin estava tendo um pesadelo. Aonde ele corria pela rua escura, ele escuta gemidos. Não conseguia identificar da onde vem o barulho, parece que vinha de todos os lados. A rua está escura que ele mal consegue enxergar seus pés. Os gemidos começam a ficar mais altos e assustadores, o que deixava seus pelos do corpo arrepiados.
- James, socorro! – Grita Kevin, mas não adiantou, pois seu irmão não está ali ao seu lado. Kevin está sozinho, e começa a ver os zumbis o cercando. Mas, o mais estranho é que todos eles são iguais. Quando ele consegue identificar quem são os zumbis, a culpa domina sua mente. Alguém que ele tinha deixado para trás, alguém que já morreu, alguém que ele fez de tudo para salvar.
Kevin não queria olha, se senta no chão, como se tivesse se rendendo, começa a gritar por clemência, os zumbis estão chegando mais perto, e elas começam a falar:
 - A culpa é toda tua. – disse as zumbis. 
- Para, para, para, tu ta morta, sai de perto de mim!- Grita Kevin.
Quando uma mão fria toca em seu ombro, ele acorda suado. Vê o rosto do irmão perplexo olhando para sua face. Na mesma hora James abraça o irmão, não que o ajudasse, pois a imagem da morta estava gravada em sua cabeça.
- Ta tudo bem, eu estou aqui. – Diz James, tentando acalmar seu irmão.
- Cara, foi tudo minha culpa. Tudo minha culpa. – Diz Kevin, chorando.
- Vai ficar tudo bem. – Responde o irmão, com um aperto no peito.
- Tu não entendes, foi minha culpa. Eu não devia ter deixado ela contigo, tu não sabe se defender e, ela foi uma heroína, coisa que eu não fui.- Fala Kevin, passando suas mãos na cabeça, demonstrando inconscientemente seu nervosismo.
James arregala os olhos, algo passa em sua mente, sabia do que o irmão estava falando. Ele pega a mão de Kevin e não fala nada. Fica cabisbaixo, deixando seu irmão por um tempo refletindo.
James se levanta, deixando o irmão dormir novamente. Pega uma garrafa de água e toma no bico, com o resto da água ele joga em cima de sua cabeça. Estava muito abafado ali dentro, já era sinal de que o inverno estava indo embora. Ele olha para cima e vê que tem um porão, então levanta as mãos para puxar a escada, ao fazer isso sobe até o porão.
O lugar estava úmido e fedido, o chão totalmente empoeirado, nem se quer um raio de luz entrava a tempos. Ele começa a revistar o locar descoberto, encontrando cartas, fotos e uma boneca de pilha. Não que ele goste de bonecas, mas pega para si. Do porão da para ver a rua, que estava um pouco vazia, o sol estava nascendo. Seus olhos olham para o céu é o sentimento de culpa volta à tona, algo que demorou meses para esconder em sete chaves, e fazer de conta que nunca aconteceu, volta surpreendentemente em seu coração.
Ele continua a olhar o porão, nada de interessante, só um rádio em cima de uma mesa
Kevin sobe até o porão, olhando com curiosidade para o local que seu irmão descobriu. Juntando se ao lado de James.
- Tive um pesadelo de novo, aquele mesmo pesadelo. – Diz Kevin, mais calmo.
- Pesadelos ou sonhos, só é a mente que está tentando organizar a memória, principalmente nos pesadelos, que a tem de remoer alguma culpa ou sentimento do tipo. Então a gente implanta o medo em nós mesmos por meio de pesadelos, para aliviar esse sentimento. Isso significa que a sua mente está funcionando com sanidade. – Diz James.
- Obrigado, James. – fala Kevin, sorrindo para o irmão. – O que tu achou aqui dentro? – fala ele mudando de assunto.
- Nada de mais, mas, encontrei um rádio. Podemos tentar ter noticias de algum lugar. – Fala James mostrando o rádio antigo para seu irmão.
- Espero que tenha pilhas. – Kevin diz.
- Eu também espero. – Diz James, sorrindo.
James liga o radio no volume baixo, e para a infelicidade deles só escutam chiado, a cada emissora que passa só chiado. Sem sorte. Mas Kevin começa igual um louco a bater no radio. James tenta arrancar da mão dele.
- O que tu ta fazendo? – pergunta James, encarando o seu irmão imaturo.
- Fazendo pegar noticias, ou interferências. Aprendi com o papai. – Diz Kevin, sorrindo de canto.
- Se tu quebrar isso eu bato em ti. – diz James, cruzando os braços.
- Vai por mim, confia em mim. – Kevin diz, que agora estava procurando alguma emissora. Por meia hora ele ficou na expectativa de ter um pingo de sorte, virando aquele botãozinho. Mas o que parecia era que a sorte não estava ao seu lado, enfim a sorte não está ao lado dos irmãos.
- Vou descer, comer alguma coisa, te trago aqui algo para comer. – Diz James.
- Feito, vou ver se consigo alguma coisa. – Diz Kevin, esperançoso.
- Ta. – responde seu irmão.
25/08/2011 (tempos atuais. Ana Bittencourt)
Depois de tudo o que Ana passou, ela só queria sossego. Estava com fome e machucada. Em suas costas estava seu arco e flecha que só contem três flechas. Em todo esse apocalipse ela só usou seu arco para se salvar. Foi campeã dois anos seguido no campeonato nacional de arco e flecha.
Estava andando na rua a procura de comida, sozinha e de manha. Posiciona-se atrás de um carro, mirando seu arco na cabeça de um zumbi. Acerta bem no meio da cabeça, ele cai morto. Ela vai até ele e pega sua flecha de volta.
Ana entra em uma padaria, pega alguns pães, uns salgadinhos da validade. E aproveita para procurar um banheiro. Quando abre a porta encontra uma zumbi, que estava completamente devorada, suas tripas estavam para fora, seu rosto estava pura carne podre e ossos, ela não conseguia se mexer, só movia a boca em direção a Ana.
Ela olha a zumbi com certa tristeza, pega uma flecha e mira no meio de sua testa. Ela arrasta a zumbi para fora do banheiro a deixando escondida. Cuida para ver se não tem nenhum fedorento por perto. Entra novamente no banheiro e fica feliz por encontrar um absorvente. Olha a validade e está dentro do prazo, para a sua felicidade.
- Vou poder parar de usar meias por um tempo. – diz Ana, feliz. Para ela, achar aquele absorvente foi a melhor coisa dentro de um mês. Depois de perder tantas pessoas que amava, e não ter noticia de sua irmã. Ela não se sentia o porquê de continuar vivendo. Mas algo dentro dela dizia que ela devia continuar, se ela agüentou tudo isso, ela pode agüentar mais. Tinha esperanças de que o mundo voltasse a ser como antes.
Ana procura na padaria mais algumas coisas que possa usar para sua sobrevivência, pega umas facas, panos, enche suas garrafas com água, acha umas aspirinas. Então coloca tudo na mochila e sai para a rua novamente, na frente da padaria ela olha a volta, e tem oito zumbis pela rua. Ela se abaixa e engatinha para debaixo de um carro, esperando a ida deles. Em silêncio ela fica, quaisquer barulhos poderia colocar sua vida em riscos.
 Depois de uns dez minutos, ela sai de baixo do carro e só vê um zumbi, que corre em sua direção. Ela pega seu arco, e mira bem no meio de sua cabeça. Quando vê, um zumbi sai do carro de policia, parecia um recém transformado, ou seja um bem rápido que pula em cima dela. Ana fura os olhos dele com seus dedos, e o joga para longe, começa a chutar a sua cara até estar totalmente demolida. Foi em direção ao zumbi que atirou a flecha, e então, novamente é pega desprevenida e é atacada por um zumbi gordo.
Ana da um soco na cara do zumbi e enfia uma flecha no olho do morto vivo. Ela começa a andar rápido para procurar um abrigo, entra em pânico quando escuta um grito. Quatro zumbis estão indo em sua direção, ela começa a correr tentando desviar deles, coisa que foi fácil, ainda mais quando são zumbis mais debilitados que são mais lerdos. Quando está bem da vista dos mortos, Ana entra dentro de um carro de polícia, agacha-se para se esconder, rezando para que não a tenham visto.
Os zumbis passam correndo pelo carro, sem ao menos notar a presença da ruiva. Ana sente uma adrenalina correndo pelo seu corpo, não era medo. Ela estava se sentindo viva novamente. Ela estava feliz, gostou daquilo.
Ela começa a procurar coisas dentro do carro de polícia e encontra um walk tok, rosquinhas velhas e um rifle. Ana é contra uso de armas de fogo, até porque ela sabe o que acontece quando dispara um tiro, milhões de zumbis brotam de todos os lados, os barulhos sempre os atraíram. Por isso prefere seu arco. Mas mesmo assim ela pega a arma, nunca se sabe quando vai se precisar. A arma parece estar bem carregada.
Quando a rua está mais vazia, Ana sai do carro. Anda mais um pouco até encontra uma humilde casa com marcas de sangue no muro. Pula o muro e a invade. Sente o cheiro de podridão, sabia que não estava sozinha, ela sorri, pois sente aquela adrenalina de novo. Prepara seu arco abrindo a porta. Quando entra na casa, sai correndo o primeiro zumbi, rápido até, com as tripas para fora. Uma flechada no meio da testa foi o suficiente para aniquilá-lo. E o zumbi fica pregado na parede.
- Lamento por isso senhor zumbi. – diz Ana, que recuperando sua flecha. Dentro da sala entra outro zumbi, um dos lerdos e estava mancando todo arrebentado. Ana se assusta com ele, então da um chute e seus testículos, quando o zumbi cai no chão ela o mata.
Ana vasculha toda a casa, que estava vazia. Ela procura as chaves para tranca a porta, mas não encontra. Então arrasta um armário na frente da porta. Pega os dois zumbis e os deixa num dos quartos. Ela pendura lençóis nas janelas para não ser vista pelo lado de fora. Ana vai ao banheiro, escova os dentes, toma um banho tcheco e quando se olha no espelho percebe que o seu cabelo ruivo e liso está mais comprido. Sua cara é de cansada, mas mesmo assim se achava linda com suas sardas. Ana é aquele tipo de garota que você olha na rua quando passa, já com dezessete anos de idade já tinha um corpo bem desenvolvido.
Quando liga a TV os canais estão fora do ar, não tinha noticias da mídia a tempos. Ela pensava que as pessoas não se preocupavam mais com os sobreviventes, tinha certeza que as pessoas poderosas nesse exato momento estão bem seguras.
- Que se ferrem todos.- diz Ana se atirando no sofá, e ali mesmo tira um cochilo.
Ana acorda, percebe que dormiu pouco, olha a geladeira e pega tudo que pode ser comido ainda, tinha comida para uma semana, ou seja, uma semana em segurança. Uma semana sozinha.
- Sozinha. – diz Ana, triste.
- Até quando? – fala Na,a sozinha.
- Não sei. – Ana responde para si mesmo, ela passou tanto tempo sozinha que era mais fácil falar com sigo mesmo do que com um dos andarilhos da morte, como gostava de chamar os zumbis.
25/08/2011 (tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
James e Kevin estão comendo presunto e tomando suco de laranja, os dois estão conversando animadamente, fazia muito tempo que não tinham tempo para poderem comer alguma coisa sentada na mesa, e sem pressa.
- Ah cara, faz tempo que não como sossegado. –Kevin diz, de boca cheia.
- Nem me fala, ainda mais achar presunto na validade. Hoje em dia carne é uma raridade, ainda bem que estavam congelados. – Diz James.
- Ta, mas o que é que tem a ver estar congelado? Mal sabia que tinha luz aqui para manter a refrigeração ligada. – Responde Kevin.
- Os alimentos quando estão congelados duram mais. – Diz James. - A gente tem comida para quanto tempo? Por um mês mais o menos. Estamos seguros aqui se nenhum zumbi tentar invadir, temos que ser espertos e não fazer barulho. – Diz James olhando nos olhos do irmão.
- Disse isso como se eu fosse estragar tudo. – Fala Kevin, parando de comer.
- Eu não me esqueci ainda da ultima vez, podíamos passar um ano todo hiper bem dentro daquele supermercado, se tu não tivesse pirado. – Responde James serio.
Kevin se levanta da mesa, sai em direção ao estoque. Pega seu radio e começa a tentar conseguir alguma notícia, mas sem sorte, só chiado. James se senta do lado do irmão.
- Eu escutei algum barulho batendo na porta. – diz James, com medo.
- Espere aqui eu vou ver o que é. – diz Kevin, pegando seu machado
Kevin saiu do estoque e vai em direção a janela. Cuidadosamente, ele olha para fora e enxerga um homem deitado em frente à porta, era um vivo, ou pior, um ainda vivo. O homem estava com varias mordidas nos braços. E estava com o segundo sintoma, a alucinação.
- Maria, eu estou vendo um corvo azul de três olhos. – fala o recém infectado que se levanta e começa pular e a gritar.
- Maria sua puta, tu me deixou! – Grita o homem, apontando para um poste, como se ele fosse a Maria.
Kevin ficou um pouco com medo, ele só iria chamar mais atenção e os zumbis irão se acumular ali perto. Kevin pensou em matar ele, mas seria arriscado sair dali a qualquer momento ele pode virar um zumbi.
O homem volta para a lucidez e quando um zumbi corre em sua direção, ele ia sair correndo, mas os zumbis começam a cercar ele. Um dos zumbis se aproxima dele e tenta morde, mas o homem tira uma arma da cintura, disparando no meio da cabeça do morto vivo. Eles começam se aproximar, os mais rápidos o alcançam, ele tenta atirar mas erra todos os tiros, então atrás dele uma zumbi o morde, ele da uma cotovelada e ela cai para trás, mas os zumbis estão a um metro de distancia e se aglomeram em volta dele. O homem começa a gritar.
Kevin sai de perto da janela sem fazer barulho, volta para o estoque e encontra o irmão tapando o ouvido. Kevin tranca a porta do estoque, vão até o porão e ficam os dois cuidando para ver se os zumbis não vão embora.
- O que aconteceu lá fora? – pergunta James, falando baixo.
- A manada está lá fora, um vivo chamou a atenção deles, estamos ferrados. – Kevin diz, passando as mão na cabeça.
- Vai dar tudo certo, já passamos por coisas bem piores. É só a gente ficar aqui em cima quietinho, só sair para pegar comida e ir no banheiro que tudo vai ficar bem. Eu estou aqui. Se caso acontecer qualquer coisa eu tenho um plano. – James diz, tentando mostrar confiança.
- Tu sempre tem um plano, queria ser inteligente também. – diz Kevin, passando a mão no ombro do irmão.
- Eu queria ter a tua coragem e a tua força. – James disse, correspondendo o carinho de seu irmão.
- Vamos passar por isso juntos. – Diz os irmãos Gaspar ao mesmo tempo.
Já estava anoitecendo e Kevin estava de vigia na janela do porão. Olhava com o seu binóculo na hora do tédio. Tinha a esperança de encontrar alguém vivo, adorava ficar com o seu irmão, mas não agüentava mais ter que passar o apocalipse vivendo com um homem. “Será que não existe mais nenhuma mulher nesse mundo?” se pergunta.
Kevin é cutucado pelo irmão, ele olha com uma cara de “se tu fizer isso de novo arranco seus olhos”.
- Tu sabe que eu odeio quando me cutucam. – diz Kevin, sério.
- Então em vez de ficar olhando para longe com o binóculo, cuida a redondeza. Estão todos muito perto, deve ter uns oitenta lá fora, e tu sabes que a manada é a pior coisa desse apocalipse. Deixa que eu cuido aqui, pode ir se deitar e não liga o radio poi... – James é interrompido por Kevin.
- Já sei, pode chamar atenção, não precisa falar isso sempre. – Responde grosseiramente.
- Educação que é bom papai não te deu não é. – diz James, bravo.
- Vai a merda, antes que eu dei um soco na tua cara. – Responde Kevin, olhando bem para a cara do irmão.
James o ignora revirando seus olhos. Olha para a janela para vigiar enquanto seu irmão foi se deitar. Perto do ônibus aonde estavam, tem uma zumbi que lembra muito sua mãe, porem mais gorda. A zumbi estava olhando seu reflexo na frente do espelho de um carro. E começa a gemer alto. James se pergunta “será que eles se lembram vagamente de algo?”.
30/09/2010 (Kevin, James, Paolo Gaspar e Maira Viera)
Kevin, James, Paolo e Maira estão almoçando no restaurante preferido de Kevin. Paolo conversa empolgadamente com Maira, que não da muita atenção para ele.
- Kevin, fiquei sabendo que está namorando. – Diz Maira, tocando na mão de seu filho.
- O pai te conto? – Diz Kevin, feliz pela sua mãe ter tocado sua mão.
- Sim, e ele me disse que ela é linda, é uma bailarina não é? – Diz Maira.
- Sim, ela é mamãe. – responde Kevin.
- Quero conhecer ela amanha no aniversario teu e do James, a gente vai comemorar, não é? – Pergunta Maira, olhando para Paolo.
- Vamos? – diz Paolo.
- Bom... Tenho uma idéia. - Diz Maira, olhando para seus filhos e Ignorando Paolo por completo. – A gente pode fazer uma janta em família, na casa do Paolo.
Kevin abaixa a cabeça, ele não gostava que ninguém fosse em sua casa. James olha para o irmão e percebe que tem algo de errado.
- Não acho que seja uma boa mamãe. – James sussurra perto de sua mãe.
- Okay, a gente vai no Burguer King, que eu sei que meus filhos lindos adoram. – Diz Maira, esperando uma aprovação dos filhos
- Fechado mãe. – Fala os dois gêmeos ao mesmo tempo. Que se olham e dão uma risada, porem Kevin tentou disfarçar.
- Fica por minha conta, ok? – diz Paolo.
Kevin olha para seu pai, sabia que ele não tem dinheiro para conta, Maira fica olhando para ele, mas não diz nada.
- Kevin, sabia que seu irmão ganhou campeonato de natação na escola em que estuda. – Diz Maira, tentando fazer com que os irmãos conversem.
- Legal. – Diz Kevin.
- Pai, é verdade que tu tinha uma banda? – Pergunta James.
- Tinha sim, e era muito boa, mas não deu certo. Eu me casei com a Maira e tivemos dois grandes gêmeos. E daí vocês viraram minha prioridade. Vocês três até hoje são a minha prioridade, e não tive mais tempo para a minha banda.
Maira continua comendo, ignorando Paolo. Kevin e James reparam que o clima estava tenso, sempre quando Paolo começava a falar de como amava os filhos e a Maira, sempre acabava em briga.
- Eu me lembro como se fosse ontem o dia em que eu conheci a mãe de vocês. – começa a falar para seus filho. Maira continua comendo sem falar nada.
- Eu estava tocando com a minha banda, ela estava lá na platéia bem na minha frente. Ela estava linda, era a mais linda do show. Depois que o show acabou, peguei o numero dela. E desde então não ficamos separados. Os pais dela me odiavam porque eu era de banda e eles falavam que eu não prestava. Claro, eu já pisei algumas vezes na bola. – Maira começa a ficar brava e Paolo não percebe mas continua a falar. – Mas mesmo assim eu fazia de tudo para ficar com ela. Até o dia em que a pedi namoro, estávamos na praia, foi o melhor dia do ano. E um ano depois a gente se casou, eu vivi os sete melhores anos da minha vida, poderia ter vivido mais se o Roberto não tivesse aparecido a gen... - Paolo é interrompido por Maira.
- Para Paolo de botar a culpa no Roberto, tu não entendeu ainda? Eu não te amo mais, tu não me deu amor o suficiente, a gente estava vivendo na pior, eu não era feliz, tu ainda sonha em ter uma banda, se veste igual um adolescente, não pensa num futuro. A culpa de tudo foi sua, e o que mais me deixa com ódio de ti é que tu tentou pegar a guarda do Kevin e do James. E no que tu conseguiu? Separou uma mãe de seu filho pequeno, separou dois irmão e... – James interrompe sua mãe.
- Parem!- grita James. – Eu e Kevin só temos dois dias do ano para ter a família junta e sempre vocês três fazem disso um inferno para mim.
- O metidinho, abaixa a tua bola, até porque nem falo contigo. – Diz Kevin, fazendo cara feia.
- Não fala assim com o teu irmão Kevin. – Repreende Paolo.
- Só porque a mãe está aqui tu está tentando dar uma de pai me repreendendo? Fala para a mãe como tu me cuidou todos esses anos, a base de lixo. Tu preferia sair de noite para teus showzinhos e me deixava ficar sozinho, eu era uma criança. Sabia mãe que eu com nove anos botei fogo na casa. – Kevin fala olhando para sua Mãe que estava com o semblante serio.- Foi engraçado, o pai perdeu o emprego e sabe como ele foi comemorar sua demição? Gastando todos os míseros centavos em bebidas num bar qualquer e me deixou sozinho, o resto tu pode deduzi, ele voltou com a policia ligando para ele.
Maira se levanta brava, bate no rosto de Paolo e saí do restaurante.
- Tu falou isso de propósito, não consegue deixar as coisas em paz. Tu sempre estraga tudo. – Grita James com seu irmão que sai a procura de sua mãe.
Kevin e Paolo voltaram para sua casa sem ao menos trocar uma palavra. James e Maira foram para seu hotel.
- Sabe mãe, tirando a briga de hoje o dia foi bom. – Diz James, deitado ao lado de sua mãe.
- Foi bom mesmo, seu irmão muda muito a cada ano que se passa, se ele fosse criado comigo ele seria menos rebelde. – Diz Maira, com um aperto no coração.
- O que tu ta querendo dizer com isso? – Questiona James.
- Filho, estou querendo dizer que seu pai é muito irresponsável, ele achou que ficando com a guarda de vocês dois eu voltaria para ele. – Diz Maira chorando.
- Mãe, ele pode ser rebelde, mas eu o conheço e sei que ele é um bom garoto. – Diz James.
- Boa noite filho, te amo. – Diz Maira.
- Eu também te amo mãe.
25/08/2011 (tempos atuais. Ana Bittencourt)
Ana acorda assustada com o barulho de tiros na rua. Ela se levanta rápido, olha pela janela discretamente para ver o que está acontecendo. Um pouco longe dali, em frente ao um bar, um homem está sendo atacado por vários zumbis.
- Droga, filha de uma mãe, vai chamar todos eles para perto. – Reclama Ana sabendo de como isso não era bom
Ana pega todas suas coisas e sobe até o quarto, ela está preparada para a entrada de qualquer zumbi. Empurra uma estante na frente da porta de casa, e outra estante na frente da porta do quarto
- Não é uma das melhores segurança, mas caso entrarem aqui, pode atrasar eles um pouco. – Diz Ana, para si mesma.
Ela se senta no chão no quarto e sente novamente aquela adrenalina dentro de seu corpo, ela podia estar com medo, mas em situações como essa ela se sentia viva novamente. Igual quando o mundo era normal, quando roubava ou se metia em encrenca, sempre sentia aquela adrenalina explodindo dentro de si, se sentindo forte.
Ana pega o seu Walk Tok com esperança de que alguém a escute.
- Eu posso estar sendo louca, estou no meio de um apocalipse, estou sozinha numa casa rodeada de mortos, que a qualquer momento podem entrar aqui. Bom, se alguém estiver escutando isso, por favor me ajudem eu estou numa casa azul perto do colégio Julio de Castilhos. O numero é 26. Por favor, eu estou com medo. Meu nome é Ana e preciso de ajuda. Cambio. – Diz Ana, sentindo o medo e a adrenalina sugando tudo o que a dentro de si.
Ana espera alguma resposta e nada, só o que ela escuta são os gemidos dos zumbis lá fora. Sem respostas Ana tenta de novo, e repete varias vezes o que tinha dito. Cansada de tentar ela se levanta e começa a andar de um lado para o outro.
- Estou cansada de fugir! – Diz ela sentindo a sua adrenalina voltando só que com raiva. – Ela pega de uma estante um despertado e joga longe. O despertador e atingido na janela caindo lá fora. Quando ele se bate no chão, se espalha em milhões de peças fazendo barulho.  Ana percebe a burrada que fez, ela olha para a janela para ver o caos que tinha cometido. Arregala os olhos e começa a suar. Sua adrenalina volta, era isso que ela queria sentir, esse vicio que ela achava que tinha parado. Olhando para a rua ela vê vários zumbis indo em direção a porta de entrada. Ana pega seu arco e flecha pronta para a batalha, seus dedos tremiam, sabia que era questão de tempo até eles chegarem no quarto. Ana se lembra que tinha um rifle e pega dentro da mochila, pendura junto com suas flechas. Por via das dúvidas usaria o rifle.
- Mas que puta vicio é esse. – Começa Ana a falar sozinha de novo. – Tudo o que a Gina me ensinou a controlar foi em vão e agora vou morrer.
Ana escuta os barulhos deles empurrando a porta, os gemidos estavam ecoando pela casa, o som da morte invade sua cabeça. Ana tremia tanto que só faltava desmaiar ali mesmo, mal conseguia segurar seu arco. Mas mesmo com medo, aquela sensação de adrenalina percorria dentro dela. O perigo estava tão próximo que ela estava com tanto medo mas feliz ao mesmo tempo.
O barulho de algo caindo fez Ana dar um pulo. Eles tinham conseguido passar pela estante, os zumbis vão vasculhar os quatro cantos da casa até acharem o que mais procuram, a necessidade de se alimentar de algo que tem vida. E Ana não estava preparada para morrer sendo comida viva por vários.
Ela escuta vários passos pelo corredor, escuta uma porta sendo aberta, a do banheiro que é ao lado do quarto, depois de alguns segundo ela escuta o barulho de um zumbi tentando entrar no quarto, então o barulho aumenta, como se fosse socos na porta que vai se rendendo. Sem pensar duas vezes se esconde dentro de um armário, entre as portas da para espionar o lado fora. A estante cai e vários zumbis invadem o quarto, o fedor era imenso, Ana queria vomitar, mas o pior era seus grunhidos.
Eles estão rondando o quarto, então percebem que não tem nada para se ver ali dentro e aos poucos o quarto vai se esvaziando de mortos. E Ana sem querer bate com o joelho na porta do armário, o ultimo zumbi que estava saindo vai em direção ao armário, quando Ana vê que ele se aproxima para abrir o armário, ela sai e o empurra para longe e da uma flechada na cabeça do morto. Sem ao menos saber para onde correr tira a flecha da cabeça dele. No quarto entra mais um zumbi. Ana Sai em direção a janela e tenta escalar o telhado, o zumbi pega a sua perna esquerda, mas ela da um chute com a direita o afastando por instantes. Ana com pequena dificuldade esta no lado de fora da janela sobre um telhado. Ela escala a janela e sobe mais um telhado e fica vendo o movimento da rua, a maioria dos zumbis estão invadindo a casa.
- Espero que eles não saibam escalar. – Ana diz ironicamente, segurando numa mão o arco e na outra seu Walk Tok que é tirado de sua mochila, volta a falar no walk tok com esperanças de ser salva.
Ana podia estar prestes a morrer. Mas sua adrenalina estava à tona, ela se sentia viva novamente, tudo o que sua irmã fez para controlar isso foi em vão.

25/08/2011 (tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
Kevin estava na vigia, e arregala os olhos quando vê que em uma casa ali perto os zumbis estão rodeando. Ele sabia quando os zumbis juntam num local daquele jeito é porque tem carne viva por perto. Kevin acorda o irmão. James abre os olhos e faz cara feia.
- Cara, tem alguém vivo numa casa aqui perto. - Fala Kevin.
James se levanta rápido e olha na janela.
- Aonde?- pergunta James.
- Naquela casa azul, aonde os zumbis estão invadindo, a cada minuto entra mais e mais, isso é sinal de que tem gente viva lá. – Kevin diz, entusiasmado.
- Cara, não gosto quando tu se empolgas assim. O que tu tem em mente? – pergunta James, com curiosidade e medo.
- O que tu acha, a gente tem que ir lá. Ou tentar entrar em contato, sei lá.
- Kevin. – James começa a falar seriamente. – Em primeiro, pode ser que não tenha ninguém lá dentro, em segundo, mesmo se tivesse é uma missão suicida, sair daqui para ir no meio dessa manada só para salvar alguém que talvez não exista ou já esteja morto.
- Cara, eu te entendo, não vou dizer que tu esta errado.- Kevin fala com convicção.- Mas se tiver alguém lá dentro? Essa pessoa precisa de ajuda, se for uma criança? E se fosse tu que tivesse sozinho lá dentro. Com certeza tu iria querer que alguém te salvasse.
- Irmão. – James pega as mão do irmão e as aperta forte, com lagrimas nos olhos. – Eu entendo perfeitamente o que se passa na tua cabeça, mas não posso arriscar a tua vida, eu fiz uma promessa que iria cuidar de ti e vou cumprir ela.
Kevin abraça o irmão e começa a chorar.
Os dois escutam o radio fazer um barulho, o som está baixo então é difícil de escutar.
“Eu posso estar sendo louca” Sai do radio uma voz feminina, só que com a qualidade extremamente ruim e com chiado. “...sozinha numa casa, rodeada de mortos, qu...” Sai um chiado sem dar para escutar o que ela diz, os irmãos pulam para frente do rádio e tentam escutar. “...vor me ajudem eu estou numa casa azul perto do colégio Julio de Castilhos, o numero é 26. Por...” chiado novamente, Kevin bate no radio para ele funcionar. “Meu nome é Ana e preciso de ajuda. Cambio.”
- Eu sabia. - Fala Kevin tentando não ser espalhafatoso para não serem descobertos. – Tem gente naquela casa. O numero, a cor, perto do coleio Julio de Castilhos. Só pode ser ela. James, precisamos salvar ela. – Kevin diz, olhando para o irmão.
- Nunca, não vou permitir isso, tu é louco, tu quer morrer? Tu não é o Hercules. Kevin, mordida e tu já era. – Diz James, bravo. – Eu não vou arriscar a tua vida.
- Pensa comigo! Isso ta errado, se fosse a gente que tivesse precisando de ajuda? É óbvio que é uma missão quase suicida, mas não é a toa que pegou essa interferência aqui, logo no nosso radio, que por acaso encontramos nesse bar. Coincidência? Acho que não. – Kevin diz.
- Tem uns oitenta zumbis lá fora. Uns trinta no mínimo só na casa dela. Temos um machado e somos dois. Quais são as nossas chances de sobreviver? – Diz James, levantando uma sobrancelha.
- Tu acha que me engana, tu sabe exatamente como chegar lá, tu tem um plano, e não vai me contar? – Diz Kevin, com expressões de ódio olhando para a cara de surpresa de seu irmão.
- Fica quieto ok. A gente não vai salvar ela, tu vai ficar ai e vamos ficar em paz. – James quase grita com o irmão.
Kevin empurra James na parede e o segura na camisa, aponta o dedo indicador na cara dele e o ameaça:
- Se eu tiver que bater em ti para tu me dizer qual o teu plano, eu bato, já fiz isso uma vez e posso fazer de novo.
- Me bate. É assim que tu quer conquistar as coisas comigo? Na base da força. Pode me bater quanto quiser, eu não vou te falar nada. Acalme-se primeiro. – James diz, tentando mostrar quem mandava.
Kevin solta James, os dois estão se encarando. A menina misteriosa continua a falar no rádio.
- Eu te amo irmão, tu é a coisa mais importante para mim. – Kevin diz, que agora não segurava mais as lagrimas. – Mas se o papai tivesse no meu lugar ele faria a mesma coisa, eu vou sair daqui, vou pular a janela e salvar ela. Ninguém merece ter um fim como esse. Se nós tivemos a chance de sobreviver esses longos meses, ela também tem essa chance. Ela não é diferente de nós. E eu vou lá. – Kevin se vira para sair do porão.
James começa a chorar, sabia que o irmão estava certo. Estava orgulhoso do irmão.
- O idiota, eu tenho um plano, ta dentro ou não? – James diz antes que se arrependesse.

7 comentários:

  1. Cara tá muito boa a história! Continua!

    ResponderExcluir
  2. Helder, muito obrigado tchê. Vou continuar sim, mas postarie um capitulo por semana, adc o grupo no facebook e fique por dentro de Gêmeos da morte http://www.facebook.com/groups/142925732481284/
    Abraço tchê.

    ResponderExcluir
  3. Parabens! não gosto da ana mais tudo bem.

    ResponderExcluir
  4. Eu nun sou chegado em Facebook mas entrei la no grupo ;)

    E mais uma vez parabens pela história *-*

    ResponderExcluir
  5. Dante: Acho que tu ainda vai gostar dela, mas acho que vai demorar em.

    Helder: obrigado novamente cara, espero que tu goste da historia.

    PS: vou fazer uma comunidade para o orkut em breve.

    ResponderExcluir
  6. Seguindo a história até aqui... Ta indo bem.

    só uma coisa... (tem que dá sempre uma revisada caprichada, pois tem alguns erros no texto... Tipo "Jason" que tomou o lugar de James duas vezes... Tem alguns erros de pontuação e acento, mas nada demais)

    A história é bacana...

    ResponderExcluir