sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Capitulo 3


Capitulo 3 – Um resgate suicida.


01/10/2011 (Kevin Gaspar)
Kevin está se arrumando para sair com Luana, sua namorada. Era a única que realmente queria ver em seu aniversario. Fez questão de acordar cedo só para ela ter o privilegio de dar os primeiros parabéns do dia.
Ele veste sua melhor roupa. Escreve um bilhete para seu pai e deixa pendurado na geladeira
Pai, sai com a Luana, vamos almoçar juntos e passar à tarde também, volto antes do anoitecer para sair contigo, com a mãe e com o James. Caso qualquer coisa me ligue.
Kevin. “
O dia estava lindo e Kevin estava feliz. Adorava poder sair com Luana, ela o fazia com que ele se sentisse especial, não um marginal sem futuro como todos diziam. Kevin não acreditava que estava namorando com ela. Luana é a típica garota delicada de cabelos curtos e repicados.
Kevin está na frente do shopping esperando Luana, eram dez horas da manha, combinaram de passar a manha e a tarde toda junto. Ele já estava nervoso, ela estava atrasada, queria muito poder sentir ela.
Seus olhos são tapados por mãos desconhecidas.
- Adivinha quem é? – Diz uma voz suave e feminina.
- Luana? – Responde Kevin, entusiasmado.
Quando ele se vira ela o beija vagarosamente. Kevin a junta perto de seu corpo. Sentiu aquela sensação de paz que só com Luana conseguia sentir. Eles param de se beijar e se olham nos olhos.
- Feliz aniversario, meu amor. – Diz ela, com o rosto vermelho.
- Obrigado. – Responde Kevin, envergonhado.
- Tenho uma coisa para ti, não é nada de mais. – Diz Luana, que tira de sua bolsa um pequeno embrulho quadrado.
Kevin fica surpresa, nunca tinha recebido um presente de alguém antes que não fossem de seus pais. Ele pega o embrulho e começa a abrir. É um pequeno retrato com uma foto do dia em que se conheceram. Na foto Kevin está cabeludo e com franja de emo e Luana com o cabelo comprido e as pontas loiras. Sem saber o que falar ele abraça sua namorada.
- Obrigado Luana, obrigado por me fazer me sentir assim. – Diz Kevin.
Os dois estão andando na rua e conversando de mãos dadas. E Kevin conta tudo o que tinha acontecido ontem.
- Keke, – Fala Luana. – eu acho que o James não estava tentando te intimidar, no fundo ele te ama, mas não sabe como agir perto de ti, tu é muito cabeça dura. É fechado de mais, tu mostra para as pessoas uma coisa que tu não é. Às vezes eu fico pensando como deve funcionar a sua cabecinha oca.- Diz a menina batendo na cabeça dele como se fosse uma porta.
- E quer saber, ele me irrita, ele é muito metido, ele tem tudo do bom e do melhor e sempre me faz me sentir inútil. A minha mãe só sabe falar dele para mim. E eu acabo me sentindo inútil. Eu não terminei o colégio, meu irmão sim. Eu não tenho capacidade de entrar numa faculdade, meu currículo escolar é horrível também. – Diz Kevin, olhando para baixo.
- Kevin, tu é capaz de entrar numa faculdade sim, tu ainda tem tempo de terminar o colégio. Todos nós somos capazes de fazer qualquer coisa, só devemos manter a fé e nunca desistir de nós mesmo. – Diz Luana que fica de cara a cara com Kevin.
Kevin adorava quando ela falava coisas assim para ele, ela sempre faz as coisas parecerem mais fácil.
- Sabe Luana, eu te amo e muito. – Diz Kevin, para a sua namorada.
25/08/2011 (Tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
- Qual é o plano. – Pergunta Kevin, seriamente.
- Vem comigo. – Responde o irmão.
Os irmãos descem do porão. James pega duas grandes malas e joga nos braços do irmão. Kevin segura as malas e se pergunta mentalmente o que tinha dentro delas. Da mala azul James tira uma boneca de pilha.
- Pode me explicar o teu plano? – Pergunta Kevin curioso ao ver uma boneca.
- Tu vai ver logo. É meio arriscado, pode ser que não dei certo, mas se for para tu morrer, eu morro junto. – James diz, seriamente.
Os irmãos voltam para o porão. James pega da mala azul uma corda e amarra na boneca. Ele vai até a janela e abre. Kevin só observa com curiosidade. James liga um botão da boneca que começa a cantar “eu vou a praia, eu vou a praia, eu vou a praia de carro”, e a boneca começa a se mexer, quando a boneca desce no chão ela começa a andar. E os zumbis começam a ir atrás dela.
- Vamos lá para baixo Kevin.
Entrando no restaurante do bar James cuida a rua. Ela está vazia os zumbis foram atraídos pelo barulho da boneca. Kevin olha sorridente para o irmão.
- Tu é genial, agora o que a gente faz? – Diz Kevin.
James mostra umas chaves, Kevin as reconhece, as chaves do ônibus escolar aonde se abrigaram.
- Vamos dar um passeio de ônibus? – James diz, ironicamente.
Os irmãos saem do bar, Kevin na frente com as chaves e com seu machado, James carregando as duas malas. Uma amarrada em suas costas e outra pendurada em seu ombro. Eles saem correndo. Um zumbi vai em encontro deles. Kevin o acerta bem nomeio da boca. Faltando pouco para chegar no ônibus, outro zumbi aparece atrás de James. Que surpreendentemente James o acerta com um soco. Kevin solta uma risada, e mata o zumbi. Os irmãos chegam dentro do ônibus. James larga as malas num banco, e fala para Kevin .
- Agora tu vai dirigir. Vai fazer exatamente o que eu pedi, vamos voltar para a redenção e dar a volta, passando pelo colégio e vamos até a casa da guria. – Diz James.
- Entendi. E depois? – Pergunta Kevin.
- Vai logo o tempo está acabando! – Grita James.
Kevin começa a dirigir e alguns zumbis são atropelados. Era a primeira vez que Kevin dirige um ônibus, para ele aquilo era estranho, mas não muito difícil. Eles passam pelo parque Redenção, alguns zumbis começam a correr atrás do ônibus. James liga o radio para tentar escutar Ana, e ela continua falando “...estou em cima do telhado, eu pareço uma idi...” chiado novamente, “...alguém estiver ouvindo, talvez essas sejam as minhas ultim...” chiado novamente.
- Somos garotos de sorte. – James diz, um pouco entusiasmado.
O ônibus passa pelo colégio, eles estão pertos, Kevin bate raspando em alguns carros, ele tem dificuldade na hora de passar, tem carros no meio do caminho, zumbis aparecem toda hora. Eles avistam a casa, enxergam uma ruiva atirando um zumbi do telhado.
- Cara ela tem uma arma.- Kevin diz, olhando para o rifle de Ana.
- Eu vi. – Diz James, feliz em perceber que seu plano estava dando certo.
Eles estacionam perto da casa. James diz que eles tem que sair dali. Os dois saem e Kevin ataca alguns zumbis com o seu machado, os dois estão pertos da casa, nos fundos dela.
- Ana! – Grita James.
Ana percebe que alguém chama seu nome, ela acha que está ficando louca demais. Mais um zumbi consegue chegar até o telhado, Ana o empurra também, atrás dela outro zumbi aparece, Ana da um soco na cara dela e depois um chute, a zumbi despenca da casa. Ana percebe que eles estão escalando pelas janelas dos quartos. Novamente ela escuta alguém chamar por seu nome, e dessa vez foi muito real. Quando ela vai até a outra ponta da casa vê dois gêmeos. Um gritando pelo seu nome e o outro matando os zumbis por perto. Ana arregala os olhos, criando perguntas em sua cabeça.
- Desce Ana, a gente venho te ajudar. Não temos muito tempo – James diz.
Ana não entende como ele sabia seu nome. Mas queria sobreviver. A adrenalina, a sensação estranha estava voltando.
- Não tem como eu descer. Se eu pular daí eu morro, se eu pular do outro lado eu morro e viro zumbi! – Diz Ana, para James
- Atrás de ti!- grita James.
Ana se vira e tem dois zumbis indo em sua direção, Ana pega seu arco. Acerta a flecha em cheio no zumbi, o outro que está mais perto ela a pega pelos cabelos e atira para baixo.
- Pula para aquela árvore. – Grita James, apontando para uma árvore perto deles e da casa.
- Não vou agüentar mais, eles são muitos e eu sou um, daqui a pouco eles vão dominar essa rua. – Diz Kevin.
James ignora o irmão. Ana pula para a árvore e fica pendurada num galho se segurando só com uma mão, ela olha para baixo e vê a grama, se solta e cai em segurança, ela corre até os irmãos.
- Só nos segue e me dá o seu rifle. – Diz James. Ana meio insegura entrega o rifle para James que entrega para Kevin. E James fica com o machado.
Os três estão indo para o ônibus, a rua começa a ficar cercada por zumbis. James ataca alguns zumbis que estão por perto com o machado. Kevin não pode apreciar o momento corajoso de James, pois usa o rifle para matar outros zumbis. Ana só os segue, eles entram no ônibus e dão partida.
- Agora já a pegamos, para onde a gente vai, pois toda a Porto Alegre vai seguir esse ônibus.- diz Kevin, que não sabia se estava feliz em resgatar a ruiva, ou se estava com medo pois ainda estavam correndo perigo.
- Só dirige para mais longe possível, confia em mim. – Diz James.
- Obrigado por me ajudarem. – Diz Ana.
- Olha, depois a gente conversa, primeiro quero ficar a salvo. – James diz.
Kevin dirige o mais longe possível, tentou passar por vários lugares, mas certos locais estavam interceptados por engarrafamentos. O numero de zumbis começa a aumentar mais e mais pela correria atrás do ônibus. Alguns zumbis Kevin continuava atropelar.
- Para! – diz James.
O ônibus para, os zumbis estão longe, mas estão a vista ainda. Aonde eles pararam estava deserto.
- Me sigam. – diz James, que se surpreende com a iniciativa do irmão.
Os três estão de volta à rua. James abre um bueiro e entra nele, em seguida Ana e por ultimo Kevin.
O lugar fedia tanto quanto lá em cima. Fezes antigas percorriam ali. Os três estão completamente sujos, suados, e mergulhados em fezes que bóiam entre eles. Ana tenta não respirar.
- E agora? – Pergunta Kevin.
- A gente procura um lugar para ficar, que não seja no meio da merda, eu sei que tem partes do esgoto que tem chão. – Diz James.
- Como aquele ali? – Ana aponta para uma entrada redonda aonde liga um túnel do outro.
Os três estão sentados. James abre a mala verde e tira um pouco de água e entrega para os dois.
- Como vocês sabem o meu nome? – pergunta Ana.
- A gente escutou a sua mensagem no radio. – diz Kevin.
Ana não fala nada, não acredita no que acabou de acontecer, estranhos a salvam por causa de uma interferência do seu walk tok.
- O que tu ouviu provavelmente era uma interferência do meu walk tok. – diz Ana, sorrindo.
Os três não falam nada, James está insatisfeito de acabar num bueiro no meio de fezes, com comida para uma semana. Já Kevin se sente melhor, sabia que tinha feito a coisa certa. Ana começou a acreditar que Deus existe.
01/10/2010 (Kevin, James, e Maira)
Risadas. É o que se escuta da mesa ao lado. Já na mesa de Kevin e James se escuta o som da boca mastigando. Maira como sempre estava bem vestida, com um vestido preto. Ao seu lado direito esta Kevin, que finge sorrir. E no seu lado esquerdo está James que devorava as batatas fritas como se elas fossem as ultimas do mundo.
- A Luana vai vir que horas filho? – Maira pergunta para Kevin.
- Deve estar chegando, ela sempre se atrasa. – Diz Kevin, que estava louco para apresentar sua namorada para sua mãe.
- Igual o Pai, ele ta atrasado. – Diz James.
- Seu pai sempre se atrasa, no nosso primeiro encontro ele se atrasou trinta minutos e mesmo assim eu o esperei. – Diz Maira, rindo.
- A mesma coisa comigo, no meu primeiro encontro com a Luana ela se atrasou muito. – Kevin comenta.
James arregala os olhos e fica vidrado olhando para a porta. Kevin começa a rir da cara do irmão, Maira olha para onde James fitava, tenta disfarçar a cara de surpresa. Quando Kevin se vira, vê seu pai de cabelo curto e arrepiado, barba feita. Usando uma calça preta, tênis normal e uma camisa branca, não parecia o mesmo Paolo. Ele chega perto dos filhos e diz.
- Faz dezessete anos que eu tenho as coisas que eu mais amo na minha vida. Feliz aniversário. – Diz Paolo, abraçando os irmãos
- Obrigado Pai!- responde os irmãos, felizes com a mudança do seu Pai.
- Boa noite Maira. - Diz Paolo.
- Boa noite. Alias, você está bem melhor assim.- Diz Maira, sendo educada com Paolo primeira vez em dez anos.
- Eai Pai, que bixo te mordeu? – pergunta James.
- Sabe, às vezes a gente que mudar um pouco. – Responde Paolo, um pouco pensativo.
- Ta legal pai, o cabelo ta bem melhor, tu parecia um sem teto do rock antes. – Brinca James.
Todos da mesa riem. Até Kevin.
- Cadê a Luana? Ela não ia vir também? – questiona Paolo.
- Falando nela. – Diz Kevin, abrindo um sorriso enorme.
Luana estava muito bonita também, com um coque na cabeça e de vestido branco. Ela sorri ao ver seu namorado. James fica de boca aberta ao ver a namorada do irmão, ele pensa “será que ela é cega?”.
- Prazer, tu deve ser o James.- Luana da à mão como comprimento para James.
- Prazer. – Responde James, feliz com a namorada do irmão.
- Kevin sempre me falou que tu é linda, mas eu não sabia o quanto. – Luana se dirige a Maira.
- Obrigada, você é uma graça. – Responde Maira, já adorando a menina.
- E o meu abraço pequena! – Diz Paolo.
Luana estranha o novo visual de Paolo. Mas não comenta nada. Ela o Abraça.
Todos estão felizes comendo, primeira vez em muito tempo que eles conseguem comer em paz. Paolo não tocou em nenhum momento sobre seu relacionamento com Maira.
- Vocês ficaram sabendo que o hospital Mãe de Deus está em quarentena? – Comenta Paolo.
- Pai, não vamos falar de coisas ruins. – Diz James.
- Fiquei sabendo também, logo agora de tarde. – Diz Luana.
- Que estranho. – Diz Maira.
- Não ligo. – Diz Kevin.
- Liga sim, não mente para mim. –Diz James.
- Concordo contigo James, até porque quando ele diz que não liga para alguma coisa, significa que ele ta bem ligado. – Fala Luana.
- Luana, tu me conquistou agora. – Diz Maira.
- Só o que me faltava. – Diz Kevin, colocando a mão direita na cabeça.
O celular de Maira começa a chamar com o toque de “plis don’t stop the music” de Hianna. Maira atende.
- Oi Amor. – Diz ela.
Paolo e os gêmeos fazem de conta que não escutam.
- Mas tu ta bem? – Diz Maira, preocupada.
- Que alivio, isso que da querer da uma de durão e se meter com bêbados. – Maira diz, mais aliviada.
Paolo faz de conta que não escuta, fica brincando com as batatas na cara de James, que tenta afastar o pai.
- Pai, não faz eu pagar mico. – Diz James.
- Papai te ama. – Diz Paolo.
- Eu também, meu roqueiro favorito. – Reponde James.
Maira desliga o celular, guarda na bolsa.
- Sabe Luana, quando um dia tu se casar. – Maira olha para Kevin que fica vermelho na hora, então continua a falar. – Sempre se lembre, homem é igual chicle.
- O que o Roberto queria mãe? – pergunta James.
- Nada de mais , só dizer de como estava com saudade, que horas a gente vai voltar para o Rio. E venho me reclamar de uma mordida que levou de um bêbado na rua. – Responde Maira.
- Bem feito. – Diz Kevin.
- Filho. – Diz Maira.
- Pede desculpas Kevin. – Diz Paolo.
- Só vou pedir desculpas porque a Luana está aqui. Desculpa mamãe. – Diz Kevin, sem perceber a falta de maturidade na resposta.
Já era tarde, Luana pega um taxi para voltar para sua casa, ela se despede de todos, Maira diz o quanto gostou dela. Os quatro estão se despedindo. Mas James teve uma idéia.
- A gente podia fazer uma coisa em família, pela ultima vez esse ano.
Maira fica feliz e diz:
- Durante que não seja muito tarde. – Diz Maira.
- Vai ser rápido, a gente podia escutar o papai tocar violão, vai ser rapidinho, lá na casa deles. – Diz James.
- Olha, tenho que concordar, escutar o pai tocar violão é bom, até. – diz Kevin.
- Durante que seja rápido. – Diz Maira.
- Então vamos para a minha casa, da uns vinte minutos a pé.
Os quatros estão andando na rua, uma mulher sai correndo gritando. Kevin ri da cara dela. Logo após eles escutam um tiro.
26/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James e Ana)
Já era de madrugada. Kevin estava dormindo. James ficava encarando Ana, ela o mesmo. O fedor em volta deles era insuportável, Ana não via a hora de vomitar.
- Quantos anos tu tem? – Pergunta James.
- Dezessete.- Responde Ana.
- Aonde estão seus pais. – Pergunta James, sério.
- Eu não tenho. E os seus? – Diz Ana.
- Não te interessa. – Fala James.
- Se era para tu ser grosso comigo, não entendo porque me salvou. – Diz Ana.
- Eu não queria te salvar, o Kevin quis.
- Então porque me salvou? – diz Ana.
- Pois meu irmão é um idiota e cabeça dura. Quando bota uma coisa na cabeça ninguém tira. – diz James.
- Vocês são muito diferentes. – diz Ana.
- Tu nos conhece em menos de duas horas e já tira conclusões. – Diz James, chegando perto dela.
- Da para ver na cara, tu é o mais medroso, mas é o manda chuva da dupla. Já o Kevin é mais ousado, não tem tanto medo da morte, já é mais o tipo de que diz “se dane, vamos fazer o certo”.
- Observadora, gostei de ti. – Diz James.
- Obrigado, se vocês não tivessem aparecido eu teria morrido. – Diz Ana.
- Não foi nada, só quero manter o meu irmão seguro. E estávamos seguros por mais um mês e pouco.
- James eu vou dormir, boa noite e obrigado por tudo, mesmo que tenha causado a sobrevivência de vocês. Estou devendo uma para vocês e eu cumpro palavras. – diz Ana revelando seu lindo sorriso.
Quando Ana sorri, James imediatamente se lembra de sua mãe.
Ana está dormindo. James esta acordado sozinho, pensando em planos e mais planos. Foi à coisa que ele mais pensou desde o inicio de todo esse apocalipse. A cada dia que se passava ele via o irmão crescendo, ficando mais maduro, não parecia o mesmo idiota de antes. Mas mesmo assim tudo continuava difícil.
O bom de ficar num esgoto é que as chances de aparecer um zumbi são muito pequenas, mas a possibilidade de pegar uma doença são bem maiores, e o pior hoje em dia e pegar uma doença e não ter mais profissionais para cuidar do doente. James já estava pensando em como sair dali, pois preferia viver na rua aonde são caçados do que saber que em menos de uma mês todos os três estariam doentes e morrendo de dor. E lá estava James, fazendo o que sabia fazer de melhor, pensar.
Kevin acorda, vê que Ana está de olhos abertos. Olha para James que está dormindo sentado. Ia xingar o irmão, pois sabia que tinha que ficar vigiando caso aparecesse algum zumbi, mas o perdoou, não queria parecer muito chato.
- Ei Ana, não consegue dormir. – Pergunta Kevin.
- Não, o cheiro está muito ruim, sou muito enjoada. – Diz ela.
- Não acredito, depois do fedor de carnificina que passamos lá em cima, tu diz que não agüenta uma merdinha? – Diz Kevin, quase rindo.
- Não deixo de ser mulher, até porque me acostumei com a carne podre e não com merda.
- Faz sentido. – Diz Kevin.
- O que tu e teu irmão faziam antes de tudo isso? – Pergunta Ana, puxando assunto.
- Eu era vagabundo. James tinha um futuro pela frente, certamente iria entrar numa boa faculdade. – Diz Kevin, refletindo. – E tu?
- Eu era Robin Hood. – Brinca Ana.
- Tu roubava dos ricos para dar aos pobres? – pergunta Kevin, achando isso o maximo.
- isso mesmo, mas também roubava dos pobres para dar para mais pobres. – Assume Ana.
- Olha guria, eu te admiro em. – diz Kevin.
- Obrigado, eu também te admiro, tu arriscou a vida por mim. – diz Ana.
- Espero que um dia alguém se arrisque a vida por mim e pelo James. Afinal, tu quer um cigarro? É derby vermelho, não desperdiça é uma raridade hoje em dia. – Oferece Kevin.
- Kevin, você é um Deus. Faz muito tempo que não fumo. – Diz Ana pegando o cigarro acesso de Kevin.
- Eu também quero um. – diz James bocejando.
- A bela adormecida acordou. – Brinca Kevin.
- Mas olha só o bonzinho fuma. – Brinca Ana.
- Eu estou brincando Ana. Enfim, estão prontos para sair daqui. – James diz novamente sério.
- Tava muito bom para ser verdade. – Kevin diz. E Ana fica séria.
Kevin levanta devagarzinho a tampa do bueiro, ele olha a rua, dois zumbis, “fácil de pegar” pensa ele. Kevin sai do bueiro, os dois zumbis o enxergam, o primeiro corre mancando, foi tão fácil matar ele. O segundo era do tipo rápido, mas Kevin foi mais rápido. A rua estava aparentemente limpa de zumbis. Ana sai primeiro e depois James.
- Tem um vindo ali. - Diz James.
Ana atira uma flecha no meio dos olhos do zumbi. Os gêmeos olham para Ana com cara de surpresa. Ela vai até o zumbi e recupera sua flecha. Eles continuam a caminhar. A rua está deserta de mais.
- Ta muito calmo para o meu gosto. – questiona James.
- Foi perceber isso agora? – diz Kevin.
Os três estão andando, e quando viram à esquina uma dúzia de zumbis os vê, os três disparam, os zumbis vão atrás deles. Ana a mais rápida está mais longe dos zumbis. Kevin na frente de James. Ana entra num beco e se esconde atrás de um contêiner. Logo em seguida Kevin se esconde com ela.
- Cadê o James? – pergunta Kevin.
- Não sei, pensei que estava contigo. – Diz Ana, um pouco preocupada.
- Droga. – Kevin diz.
- Vamos atrás dele. – Diz Ana, para a surpresa de Kevin.
- Se quiser pode me esperar aqui.
- Eu cumpro as minhas palavras. – Responde ela.
James continua a correr, estava com uma das malas com ele e sem arma, longe de Kevin e Ana. Dois zumbis estão atrás deles.
- Pensa James, pensa. – Diz James.
Ele continua a correr, entra num beco e espera que os zumbis não o tenham visto. Por sorte eles passam reto. James fica aliviado. Mas não por muito tempo. Sente algo gelado encostando na sua nuca. Uma faca.
- Um passo em falso moleque, eu furo a sua cabeça. – Diz uma voz grossa.
- Não viu, eu sou um vivo senhor. – Responde James, tremendo.
- Pior ainda. – responde o homem.
- Miguel, larga a faca, ele é só um menino. – Diz uma voz feminina.
- Se eu fosse você eu largava essa porra de arma. – aparece Kevin na frente de James com Ana apontando o arco na cabeça de Miguel.
- Olha, ele tem amiguinhos. – diz Miguel.
- A gente só está em paz. Não precisa disso senhor. – diz Ana
- Miguel, eles são crianças. – Fala a voz feminina.
- Melissa fala baixo, ela diz que está em paz mas aponta para mim. – diz Miguel.
- Miguel, esse é seu nome. Abaixa isso, eu entendo senhor, vamos conversar. – diz James.
- Crianças, eu tenho um lugar seguro. – Diz Melissa
- Melissa, tu não conhece eles e convida para entrar? – diz Miguel.
- São só crianças, não devem passar dos vinte anos.
- Vou dar um voto de confiança em vocês. – Diz Miguel, se virando.
Ana abaixa a arma. Kevin está com o semblante sério encarando Miguel. James se sente mais aliviado.
- Por favor me sigam. - Diz Melissa, tirando sua franja loira de seu rosto.
- Como vou te seguir se aquele louco estava apontando uma faca na cabeça do meu irmão? – pergunta Kevin.
- Não te preocupe, ele tem mais medo dos vivos do que dos mortos, acho que vocês também não querem ficar ai na rua com eles. – Diz Melissa.
- Ela ta dizendo a verdade, ele parecia com medo. – diz Ana.
Todos seguem Melissa. Ela abre uma porta que diz “saída” quando entram estão num prédio antigo, de quatro andares, extremamente abafado. Todas as janelas e portas que dão em direção à rua estão pregadas com madeira, algumas velas estão acessa.
- Vou mostrar aonde vocês podem ficar – fala Melissa.
Cada andar do edifico contem três apartamentos menos o térreo. Cada um com dois quartos, um banheiro, uma cozinha e uma sala. No hall de entrada do prédio tem uma mesa, aonde Miguel esta sentado com um radio chiando.
- No apartamento 1 mora o Miguel. – Melissa começa a dizer. – No apartamento 2 mora eu, tudo no segundo andar. No 3 vocês gêmeos podem ficar com ele, e no 4, que é no terceiro andar a ruiva pode ficar com ele. Todos tem cama, não usamos luz, evitamos usar descarga e chuveiro sempre que pudemos pode fazer barulho demais e traz visita desagradável. Se eu fosse vocês tomava um banho tcheco, trocava a roupa e depois descia. Eu e o Miguel queremos conversar com vocês. – Diz Melissa, que encarava os garotos com seus olhos azuis. 

10 comentários:

  1. Obrigado cara, não sou escritor mas estou fazendo o possível. sadf0ijpoasdjfosidjfpoisdfj

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  2. Cara se você não é escritor é o quê? kkkkkkkkkk'
    Tá muito boa a história muito boa mesmo! Parabéns.

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  3. Eu ri Helder. Eu sou um Aprendiz de Escritor. pisdfhiuasdhfoiusdhfisoudfhiousd

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  4. Ér aprendiz nada poow! Aliás, gostei da risada (Acho que é risada: asijdaspjisapjasipjsapiasjpas) *-*

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  5. Gostei da história, falei que ia lê kkkk'
    Vim pelo face, em uma conversa que tivemos com o Dante ;p
    Adorei, continua!! to ansiosa uiewurewurio' ;)

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  6. Helder: tu ta que escutar eu rindo pessoalmente. TENSO.

    Giselle: Que bom que gostou da historia. Vou continuar sim.

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  7. Oliver, está mandando muito bem.
    Só cuide com as confusões entre os nomes dos personagens, como aqui:

    "- Cadê o James? – pergunta Kevin.
    - Não sei, pensei que estava contigo? – fala Ana um pouco preocupada.
    - Droga. – Kevin diz.
    - Vamos atrás dele. – Diz Ana para a surpresa de Kevin.
    - Se quiser pode me esperar aqui. – fala James.
    - Eu cumpro as minhas palavras. – Fala Ana.
    James continua a correr, estava com uma das malas com ele e sem arma, longe de Kevin e Ana. Dois zumbis estão atrás deles.
    - Pensa James, pensa. – Diz James.
    Ele continua a correr, entra num beco e espera que os zumbis não o tenham visto. Por sorte eles passam reto. Kevin fica aliviado. Mas não por muito tempo. Sente algo gelado encostando na sua nuca. Uma faca.
    - Um passo em falso moleque, eu furo a sua cabeça. – Diz uma voz grossa.
    - Não viu, eu sou um vivo senhor. – Responde James tremendo.
    - Pior ainda. – responde o homem."

    Neste trecho você trocou o James e o Kevin de lugar algumas vezes.

    No mais está mandando muito bem. Parabéns!

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  8. Marcio: Bah tchê, mt obrigado por avisar. Tenho que tomar conta desses errinhos criticos asofjsdoifjsdiofjpsdoi

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