Capitulo 3 – Um resgate suicida.
01/10/2011 (Kevin Gaspar)
Kevin está se arrumando para sair com
Luana, sua namorada. Era a única que realmente queria ver em seu aniversario.
Fez questão de acordar cedo só para ela ter o privilegio de dar os primeiros
parabéns do dia.
Ele veste sua melhor roupa. Escreve
um bilhete para seu pai e deixa pendurado na geladeira
“Pai,
sai com a Luana, vamos almoçar juntos e passar à tarde também, volto antes do
anoitecer para sair contigo, com a mãe e com o James. Caso qualquer coisa me
ligue.
Kevin. “
O dia estava lindo e Kevin estava
feliz. Adorava poder sair com Luana, ela o fazia com que ele se sentisse
especial, não um marginal sem futuro como todos diziam. Kevin não acreditava
que estava namorando com ela. Luana é a típica garota delicada de cabelos curtos
e repicados.
Kevin está na frente do shopping
esperando Luana, eram dez horas da manha, combinaram de passar a manha e a
tarde toda junto. Ele já estava nervoso, ela estava atrasada, queria muito
poder sentir ela.
Seus olhos são tapados por mãos desconhecidas.
- Adivinha quem é? – Diz uma voz
suave e feminina.
- Luana? – Responde Kevin,
entusiasmado.
Quando ele se vira ela o beija
vagarosamente. Kevin a junta perto de seu corpo. Sentiu aquela sensação de paz
que só com Luana conseguia sentir. Eles param de se beijar e se olham nos olhos.
- Feliz aniversario, meu amor. – Diz ela,
com o rosto vermelho.
- Obrigado. – Responde Kevin,
envergonhado.
- Tenho uma coisa para ti, não é nada
de mais. – Diz Luana, que tira de sua bolsa um pequeno embrulho quadrado.
Kevin fica surpresa, nunca tinha
recebido um presente de alguém antes que não fossem de seus pais. Ele pega o
embrulho e começa a abrir. É um pequeno retrato com uma foto do dia em que se
conheceram. Na foto Kevin está cabeludo e com franja de emo e Luana com o cabelo
comprido e as pontas loiras. Sem saber o que falar ele abraça sua namorada.
- Obrigado Luana, obrigado por me
fazer me sentir assim. – Diz Kevin.
Os dois estão andando na rua e
conversando de mãos dadas. E Kevin conta tudo o que tinha acontecido ontem.
- Keke, – Fala Luana. – eu acho que o
James não estava tentando te intimidar, no fundo ele te ama, mas não sabe como
agir perto de ti, tu é muito cabeça dura. É fechado de mais, tu mostra para as
pessoas uma coisa que tu não é. Às vezes eu fico pensando como deve funcionar a
sua cabecinha oca.- Diz a menina batendo na cabeça dele como se fosse uma
porta.
- E quer saber, ele me irrita, ele é
muito metido, ele tem tudo do bom e do melhor e sempre me faz me sentir inútil.
A minha mãe só sabe falar dele para mim. E eu acabo me sentindo inútil. Eu não
terminei o colégio, meu irmão sim. Eu não tenho capacidade de entrar numa
faculdade, meu currículo escolar é horrível também. – Diz Kevin, olhando para
baixo.
- Kevin, tu é capaz de entrar numa
faculdade sim, tu ainda tem tempo de terminar o colégio. Todos nós somos
capazes de fazer qualquer coisa, só devemos manter a fé e nunca desistir de nós
mesmo. – Diz Luana que fica de cara a cara com Kevin.
Kevin adorava quando ela falava
coisas assim para ele, ela sempre faz as coisas parecerem mais fácil.
- Sabe Luana, eu te amo e muito. –
Diz Kevin, para a sua namorada.
25/08/2011 (Tempos atuais. Kevin e James Gaspar)
- Qual é o plano. – Pergunta Kevin,
seriamente.
- Vem comigo. – Responde o irmão.
Os irmãos descem do porão. James pega
duas grandes malas e joga nos braços do irmão. Kevin segura as malas e se
pergunta mentalmente o que tinha dentro delas. Da mala azul James tira uma
boneca de pilha.
- Pode me explicar o teu plano? –
Pergunta Kevin curioso ao ver uma boneca.
- Tu vai ver logo. É meio arriscado,
pode ser que não dei certo, mas se for para tu morrer, eu morro junto. – James
diz, seriamente.
Os irmãos voltam para o porão. James
pega da mala azul uma corda e amarra na boneca. Ele vai até a janela e abre.
Kevin só observa com curiosidade. James liga um botão da boneca que começa a
cantar “eu vou a praia, eu vou a praia, eu vou a praia de carro”, e a boneca
começa a se mexer, quando a boneca desce no chão ela começa a andar. E os
zumbis começam a ir atrás dela.
- Vamos lá para baixo Kevin.
Entrando no restaurante do bar James
cuida a rua. Ela está vazia os zumbis foram atraídos pelo barulho da boneca.
Kevin olha sorridente para o irmão.
- Tu é genial, agora o que a gente
faz? – Diz Kevin.
James mostra umas chaves, Kevin as
reconhece, as chaves do ônibus escolar aonde se abrigaram.
- Vamos dar um passeio de ônibus? – James
diz, ironicamente.
Os irmãos saem do bar, Kevin na
frente com as chaves e com seu machado, James carregando as duas malas. Uma
amarrada em suas costas e outra pendurada em seu ombro. Eles saem correndo. Um
zumbi vai em encontro deles. Kevin o acerta bem nomeio da boca. Faltando pouco
para chegar no ônibus, outro zumbi aparece atrás de James. Que
surpreendentemente James o acerta com um soco. Kevin solta uma risada, e mata o
zumbi. Os irmãos chegam dentro do ônibus. James larga as malas num banco, e
fala para Kevin .
- Agora tu vai dirigir. Vai fazer
exatamente o que eu pedi, vamos voltar para a redenção e dar a volta, passando
pelo colégio e vamos até a casa da guria. – Diz James.
- Entendi. E depois? – Pergunta
Kevin.
- Vai logo o tempo está acabando! –
Grita James.
Kevin começa a dirigir e alguns
zumbis são atropelados. Era a primeira vez que Kevin dirige um ônibus, para ele
aquilo era estranho, mas não muito difícil. Eles passam pelo parque Redenção,
alguns zumbis começam a correr atrás do ônibus. James liga o radio para tentar
escutar Ana, e ela continua falando “...estou em cima do telhado, eu pareço uma
idi...” chiado novamente, “...alguém estiver ouvindo, talvez essas sejam as
minhas ultim...” chiado novamente.
- Somos garotos de sorte. – James diz,
um pouco entusiasmado.
O ônibus passa pelo colégio, eles
estão pertos, Kevin bate raspando em alguns carros, ele tem dificuldade na hora
de passar, tem carros no meio do caminho, zumbis aparecem toda hora. Eles
avistam a casa, enxergam uma ruiva atirando um zumbi do telhado.
- Cara ela tem uma arma.- Kevin diz, olhando
para o rifle de Ana.
- Eu vi. – Diz James, feliz em
perceber que seu plano estava dando certo.
Eles estacionam perto da casa. James
diz que eles tem que sair dali. Os dois saem e Kevin ataca alguns zumbis com o
seu machado, os dois estão pertos da casa, nos fundos dela.
- Ana! – Grita James.
Ana percebe que alguém chama seu
nome, ela acha que está ficando louca demais. Mais um zumbi consegue chegar até
o telhado, Ana o empurra também, atrás dela outro zumbi aparece, Ana da um soco
na cara dela e depois um chute, a zumbi despenca da casa. Ana percebe que eles
estão escalando pelas janelas dos quartos. Novamente ela escuta alguém chamar por
seu nome, e dessa vez foi muito real. Quando ela vai até a outra ponta da casa
vê dois gêmeos. Um gritando pelo seu nome e o outro matando os zumbis por
perto. Ana arregala os olhos, criando perguntas em sua cabeça.
- Desce Ana, a gente venho te ajudar.
Não temos muito tempo – James diz.
Ana não entende como ele sabia seu
nome. Mas queria sobreviver. A adrenalina, a sensação estranha estava voltando.
- Não tem como eu descer. Se eu pular
daí eu morro, se eu pular do outro lado eu morro e viro zumbi! – Diz Ana, para
James
- Atrás de ti!- grita James.
Ana se vira e tem dois zumbis indo em
sua direção, Ana pega seu arco. Acerta a flecha em cheio no zumbi, o outro que
está mais perto ela a pega pelos cabelos e atira para baixo.
- Pula para aquela árvore. – Grita
James, apontando para uma árvore perto deles e da casa.
- Não vou agüentar mais, eles são
muitos e eu sou um, daqui a pouco eles vão dominar essa rua. – Diz Kevin.
James ignora o irmão. Ana pula para a
árvore e fica pendurada num galho se segurando só com uma mão, ela olha para
baixo e vê a grama, se solta e cai em segurança, ela corre até os irmãos.
- Só nos segue e me dá o seu rifle. –
Diz James. Ana meio insegura entrega o rifle para James que entrega para Kevin.
E James fica com o machado.
Os três estão indo para o ônibus, a
rua começa a ficar cercada por zumbis. James ataca alguns zumbis que estão por
perto com o machado. Kevin não pode apreciar o momento corajoso de James, pois
usa o rifle para matar outros zumbis. Ana só os segue, eles entram no ônibus e
dão partida.
- Agora já a pegamos, para onde a
gente vai, pois toda a Porto Alegre vai seguir esse ônibus.- diz Kevin, que não
sabia se estava feliz em resgatar a ruiva, ou se estava com medo pois ainda
estavam correndo perigo.
- Só dirige para mais longe possível,
confia em mim. – Diz James.
- Obrigado por me ajudarem. – Diz
Ana.
- Olha, depois a gente conversa,
primeiro quero ficar a salvo. – James diz.
Kevin dirige o mais longe possível,
tentou passar por vários lugares, mas certos locais estavam interceptados por
engarrafamentos. O numero de zumbis começa a aumentar mais e mais pela correria
atrás do ônibus. Alguns zumbis Kevin continuava atropelar.
- Para! – diz James.
O ônibus para, os zumbis estão longe,
mas estão a vista ainda. Aonde eles pararam estava deserto.
- Me sigam. – diz James, que se
surpreende com a iniciativa do irmão.
Os três estão de volta à rua. James
abre um bueiro e entra nele, em seguida Ana e por ultimo Kevin.
O lugar fedia tanto quanto lá em
cima. Fezes antigas percorriam ali. Os três estão completamente sujos, suados,
e mergulhados em fezes que bóiam entre eles. Ana tenta não respirar.
- E agora? – Pergunta Kevin.
- A gente procura um lugar para
ficar, que não seja no meio da merda, eu sei que tem partes do esgoto que tem
chão. – Diz James.
- Como aquele ali? – Ana aponta para
uma entrada redonda aonde liga um túnel do outro.
Os três estão sentados. James abre a
mala verde e tira um pouco de água e entrega para os dois.
- Como vocês sabem o meu nome? –
pergunta Ana.
- A gente escutou a sua mensagem no
radio. – diz Kevin.
Ana não fala nada, não acredita no
que acabou de acontecer, estranhos a salvam por causa de uma interferência do
seu walk tok.
- O que tu ouviu provavelmente era
uma interferência do meu walk tok. – diz Ana, sorrindo.
Os três não falam nada, James está
insatisfeito de acabar num bueiro no meio de fezes, com comida para uma semana.
Já Kevin se sente melhor, sabia que tinha feito a coisa certa. Ana começou a
acreditar que Deus existe.
01/10/2010 (Kevin, James, e Maira)
Risadas. É o que se escuta da mesa ao
lado. Já na mesa de Kevin e James se escuta o som da boca mastigando. Maira
como sempre estava bem vestida, com um vestido preto. Ao seu lado direito esta
Kevin, que finge sorrir. E no seu lado esquerdo está James que devorava as
batatas fritas como se elas fossem as ultimas do mundo.
- A Luana vai vir que horas filho? –
Maira pergunta para Kevin.
- Deve estar chegando, ela sempre se
atrasa. – Diz Kevin, que estava louco para apresentar sua namorada para sua
mãe.
- Igual o Pai, ele ta atrasado. – Diz
James.
- Seu pai sempre se atrasa, no nosso
primeiro encontro ele se atrasou trinta minutos e mesmo assim eu o esperei. – Diz
Maira, rindo.
- A mesma coisa comigo, no meu
primeiro encontro com a Luana ela se atrasou muito. – Kevin comenta.
James arregala os olhos e fica
vidrado olhando para a porta. Kevin começa a rir da cara do irmão, Maira olha
para onde James fitava, tenta disfarçar a cara de surpresa. Quando Kevin se
vira, vê seu pai de cabelo curto e arrepiado, barba feita. Usando uma calça
preta, tênis normal e uma camisa branca, não parecia o mesmo Paolo. Ele chega
perto dos filhos e diz.
- Faz dezessete anos que eu tenho as
coisas que eu mais amo na minha vida. Feliz aniversário. – Diz Paolo, abraçando
os irmãos
- Obrigado Pai!- responde os irmãos,
felizes com a mudança do seu Pai.
- Boa noite Maira. - Diz Paolo.
- Boa noite. Alias, você está bem
melhor assim.- Diz Maira, sendo educada com Paolo primeira vez em dez anos.
- Eai Pai, que bixo te mordeu? –
pergunta James.
- Sabe, às vezes a gente que mudar um
pouco. – Responde Paolo, um pouco pensativo.
- Ta legal pai, o cabelo ta bem
melhor, tu parecia um sem teto do rock antes. – Brinca James.
Todos da mesa riem. Até Kevin.
- Cadê a Luana? Ela não ia vir
também? – questiona Paolo.
- Falando nela. – Diz Kevin, abrindo
um sorriso enorme.
Luana estava muito bonita também, com
um coque na cabeça e de vestido branco. Ela sorri ao ver seu namorado. James
fica de boca aberta ao ver a namorada do irmão, ele pensa “será que ela é
cega?”.
- Prazer, tu deve ser o James.- Luana
da à mão como comprimento para James.
- Prazer. – Responde James, feliz com
a namorada do irmão.
- Kevin sempre me falou que tu é
linda, mas eu não sabia o quanto. – Luana se dirige a Maira.
- Obrigada, você é uma graça. –
Responde Maira, já adorando a menina.
- E o meu abraço pequena! – Diz
Paolo.
Luana estranha o novo visual de
Paolo. Mas não comenta nada. Ela o Abraça.
Todos estão felizes comendo, primeira
vez em muito tempo que eles conseguem comer em paz. Paolo não tocou em nenhum
momento sobre seu relacionamento com Maira.
- Vocês ficaram sabendo que o
hospital Mãe de Deus está em quarentena? – Comenta Paolo.
- Pai, não vamos falar de coisas
ruins. – Diz James.
- Fiquei sabendo também, logo agora
de tarde. – Diz Luana.
- Que estranho. – Diz Maira.
- Não ligo. – Diz Kevin.
- Liga sim, não mente para mim. –Diz
James.
- Concordo contigo James, até porque
quando ele diz que não liga para alguma coisa, significa que ele ta bem ligado.
– Fala Luana.
- Luana, tu me conquistou agora. –
Diz Maira.
- Só o que me faltava. – Diz Kevin,
colocando a mão direita na cabeça.
O celular de Maira começa a chamar
com o toque de “plis don’t stop the music” de Hianna. Maira atende.
- Oi Amor. – Diz ela.
Paolo e os gêmeos fazem de conta que
não escutam.
- Mas tu ta bem? – Diz Maira,
preocupada.
- Que alivio, isso que da querer da
uma de durão e se meter com bêbados. – Maira diz, mais aliviada.
Paolo faz de conta que não escuta,
fica brincando com as batatas na cara de James, que tenta afastar o pai.
- Pai, não faz eu pagar mico. – Diz
James.
- Papai te ama. – Diz Paolo.
- Eu também, meu roqueiro favorito. –
Reponde James.
Maira desliga o celular, guarda na
bolsa.
- Sabe Luana, quando um dia tu se
casar. – Maira olha para Kevin que fica vermelho na hora, então continua a
falar. – Sempre se lembre, homem é igual chicle.
- O que o Roberto queria mãe? –
pergunta James.
- Nada de mais , só dizer de como
estava com saudade, que horas a gente vai voltar para o Rio. E venho me
reclamar de uma mordida que levou de um bêbado na rua. – Responde Maira.
- Bem feito. – Diz Kevin.
- Filho. – Diz Maira.
- Pede desculpas Kevin. – Diz Paolo.
- Só vou pedir desculpas porque a
Luana está aqui. Desculpa mamãe. – Diz Kevin, sem perceber a falta de
maturidade na resposta.
Já era tarde, Luana pega um taxi para
voltar para sua casa, ela se despede de todos, Maira diz o quanto gostou dela.
Os quatro estão se despedindo. Mas James teve uma idéia.
- A gente podia fazer uma coisa em
família, pela ultima vez esse ano.
Maira fica feliz e diz:
- Durante que não seja muito tarde. –
Diz Maira.
- Vai ser rápido, a gente podia
escutar o papai tocar violão, vai ser rapidinho, lá na casa deles. – Diz James.
- Olha, tenho que concordar, escutar
o pai tocar violão é bom, até. – diz Kevin.
- Durante que seja rápido. – Diz
Maira.
- Então vamos para a minha casa, da
uns vinte minutos a pé.
Os quatros estão andando na rua, uma
mulher sai correndo gritando. Kevin ri da cara dela. Logo após eles escutam um
tiro.
26/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James e Ana)
Já era de madrugada. Kevin estava
dormindo. James ficava encarando Ana, ela o mesmo. O fedor em volta deles era
insuportável, Ana não via a hora de vomitar.
- Quantos anos tu tem? – Pergunta
James.
- Dezessete.- Responde Ana.
- Aonde estão seus pais. – Pergunta
James, sério.
- Eu não tenho. E os seus? – Diz Ana.
- Não te interessa. – Fala James.
- Se era para tu ser grosso comigo,
não entendo porque me salvou. – Diz Ana.
- Eu não queria te salvar, o Kevin
quis.
- Então porque me salvou? – diz Ana.
- Pois meu irmão é um idiota e cabeça
dura. Quando bota uma coisa na cabeça ninguém tira. – diz James.
- Vocês são muito diferentes. – diz
Ana.
- Tu nos conhece em menos de duas
horas e já tira conclusões. – Diz James, chegando perto dela.
- Da para ver na cara, tu é o mais
medroso, mas é o manda chuva da dupla. Já o Kevin é mais ousado, não tem tanto
medo da morte, já é mais o tipo de que diz “se dane, vamos fazer o certo”.
- Observadora, gostei de ti. – Diz
James.
- Obrigado, se vocês não tivessem
aparecido eu teria morrido. – Diz Ana.
- Não foi nada, só quero manter o meu
irmão seguro. E estávamos seguros por mais um mês e pouco.
- James eu vou dormir, boa noite e
obrigado por tudo, mesmo que tenha causado a sobrevivência de vocês. Estou
devendo uma para vocês e eu cumpro palavras. – diz Ana revelando seu lindo
sorriso.
Quando Ana sorri, James imediatamente
se lembra de sua mãe.
Ana está dormindo. James esta
acordado sozinho, pensando em planos e mais planos. Foi à coisa que ele mais
pensou desde o inicio de todo esse apocalipse. A cada dia que se passava ele
via o irmão crescendo, ficando mais maduro, não parecia o mesmo idiota de
antes. Mas mesmo assim tudo continuava difícil.
O bom de ficar num esgoto é que as
chances de aparecer um zumbi são muito pequenas, mas a possibilidade de pegar
uma doença são bem maiores, e o pior hoje em dia e pegar uma doença e não ter
mais profissionais para cuidar do doente. James já estava pensando em como sair
dali, pois preferia viver na rua aonde são caçados do que saber que em menos de
uma mês todos os três estariam doentes e morrendo de dor. E lá estava James,
fazendo o que sabia fazer de melhor, pensar.
Kevin acorda, vê que Ana está de
olhos abertos. Olha para James que está dormindo sentado. Ia xingar o irmão,
pois sabia que tinha que ficar vigiando caso aparecesse algum zumbi, mas o
perdoou, não queria parecer muito chato.
- Ei Ana, não consegue dormir. –
Pergunta Kevin.
- Não, o cheiro está muito ruim, sou
muito enjoada. – Diz ela.
- Não acredito, depois do fedor de
carnificina que passamos lá em cima, tu diz que não agüenta uma merdinha? – Diz
Kevin, quase rindo.
- Não deixo de ser mulher, até porque
me acostumei com a carne podre e não com merda.
- Faz sentido. – Diz Kevin.
- O que tu e teu irmão faziam antes
de tudo isso? – Pergunta Ana, puxando assunto.
- Eu era vagabundo. James tinha um
futuro pela frente, certamente iria entrar numa boa faculdade. – Diz Kevin,
refletindo. – E tu?
- Eu era Robin Hood. – Brinca Ana.
- Tu roubava dos ricos para dar aos
pobres? – pergunta Kevin, achando isso o maximo.
- isso mesmo, mas também roubava dos
pobres para dar para mais pobres. – Assume Ana.
- Olha guria, eu te admiro em. – diz
Kevin.
- Obrigado, eu também te admiro, tu
arriscou a vida por mim. – diz Ana.
- Espero que um dia alguém se
arrisque a vida por mim e pelo James. Afinal, tu quer um cigarro? É derby
vermelho, não desperdiça é uma raridade hoje em dia. – Oferece Kevin.
- Kevin, você é um Deus. Faz muito
tempo que não fumo. – Diz Ana pegando o cigarro acesso de Kevin.
- Eu também quero um. – diz James
bocejando.
- A bela adormecida acordou. – Brinca
Kevin.
- Mas olha só o bonzinho fuma. –
Brinca Ana.
- Eu estou brincando Ana. Enfim,
estão prontos para sair daqui. – James diz novamente sério.
- Tava muito bom para ser verdade. –
Kevin diz. E Ana fica séria.
Kevin levanta devagarzinho a tampa do
bueiro, ele olha a rua, dois zumbis, “fácil de pegar” pensa ele. Kevin sai do
bueiro, os dois zumbis o enxergam, o primeiro corre mancando, foi tão fácil
matar ele. O segundo era do tipo rápido, mas Kevin foi mais rápido. A rua
estava aparentemente limpa de zumbis. Ana sai primeiro e depois James.
- Tem um vindo ali. - Diz James.
Ana atira uma flecha no meio dos
olhos do zumbi. Os gêmeos olham para Ana com cara de surpresa. Ela vai até o
zumbi e recupera sua flecha. Eles continuam a caminhar. A rua está deserta de
mais.
- Ta muito calmo para o meu gosto. –
questiona James.
- Foi perceber isso agora? – diz
Kevin.
Os três estão andando, e quando viram
à esquina uma dúzia de zumbis os vê, os três disparam, os zumbis vão atrás
deles. Ana a mais rápida está mais longe dos zumbis. Kevin na frente de James.
Ana entra num beco e se esconde atrás de um contêiner. Logo em seguida Kevin se
esconde com ela.
- Cadê o James? – pergunta Kevin.
- Não sei, pensei que estava contigo.
– Diz Ana, um pouco preocupada.
- Droga. – Kevin diz.
- Vamos atrás dele. – Diz Ana, para a
surpresa de Kevin.
- Se quiser pode me esperar aqui.
- Eu cumpro as minhas palavras. – Responde
ela.
James continua a correr, estava com
uma das malas com ele e sem arma, longe de Kevin e Ana. Dois zumbis estão atrás
deles.
- Pensa James, pensa. – Diz James.
Ele continua a correr, entra num beco
e espera que os zumbis não o tenham visto. Por sorte eles passam reto. James
fica aliviado. Mas não por muito tempo. Sente algo gelado encostando na sua
nuca. Uma faca.
- Um passo em falso moleque, eu furo
a sua cabeça. – Diz uma voz grossa.
- Não viu, eu sou um vivo senhor. –
Responde James, tremendo.
- Pior ainda. – responde o homem.
- Miguel, larga a faca, ele é só um
menino. – Diz uma voz feminina.
- Se eu fosse você eu largava essa porra
de arma. – aparece Kevin na frente de James com Ana apontando o arco na cabeça
de Miguel.
- Olha, ele tem amiguinhos. – diz
Miguel.
- A gente só está em paz. Não precisa
disso senhor. – diz Ana
- Miguel, eles são crianças. – Fala a
voz feminina.
- Melissa fala baixo, ela diz que
está em paz mas aponta para mim. – diz Miguel.
- Miguel, esse é seu nome. Abaixa
isso, eu entendo senhor, vamos conversar. – diz James.
- Crianças, eu tenho um lugar seguro.
– Diz Melissa
- Melissa, tu não conhece eles e
convida para entrar? – diz Miguel.
- São só crianças, não devem passar
dos vinte anos.
- Vou dar um voto de confiança em
vocês. – Diz Miguel, se virando.
Ana abaixa a arma. Kevin está com o
semblante sério encarando Miguel. James se sente mais aliviado.
- Por favor me sigam. - Diz Melissa,
tirando sua franja loira de seu rosto.
- Como vou te seguir se aquele louco
estava apontando uma faca na cabeça do meu irmão? – pergunta Kevin.
- Não te preocupe, ele tem mais medo
dos vivos do que dos mortos, acho que vocês também não querem ficar ai na rua
com eles. – Diz Melissa.
- Ela ta dizendo a verdade, ele
parecia com medo. – diz Ana.
Todos seguem Melissa. Ela abre uma
porta que diz “saída” quando entram estão num prédio antigo, de quatro andares,
extremamente abafado. Todas as janelas e portas que dão em direção à rua estão
pregadas com madeira, algumas velas estão acessa.
- Vou mostrar aonde vocês podem ficar
– fala Melissa.
Cada andar do edifico contem três
apartamentos menos o térreo. Cada um com dois quartos, um banheiro, uma cozinha
e uma sala. No hall de entrada do prédio tem uma mesa, aonde Miguel esta
sentado com um radio chiando.
- No apartamento 1 mora o Miguel. – Melissa
começa a dizer. – No apartamento 2 mora eu, tudo no segundo andar. No 3 vocês
gêmeos podem ficar com ele, e no 4, que é no terceiro andar a ruiva pode ficar
com ele. Todos tem cama, não usamos luz, evitamos usar descarga e chuveiro
sempre que pudemos pode fazer barulho demais e traz visita desagradável. Se eu
fosse vocês tomava um banho tcheco, trocava a roupa e depois descia. Eu e o
Miguel queremos conversar com vocês. – Diz Melissa, que encarava os garotos com seus olhos azuis.
muito boa a historia
ResponderExcluirvou acompanhar
Obrigado cara, não sou escritor mas estou fazendo o possível. sadf0ijpoasdjfosidjfpoisdfj
ResponderExcluirCara se você não é escritor é o quê? kkkkkkkkkk'
ResponderExcluirTá muito boa a história muito boa mesmo! Parabéns.
Eu ri Helder. Eu sou um Aprendiz de Escritor. pisdfhiuasdhfoiusdhfisoudfhiousd
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉr aprendiz nada poow! Aliás, gostei da risada (Acho que é risada: asijdaspjisapjasipjsapiasjpas) *-*
ResponderExcluirGostei da história, falei que ia lê kkkk'
ResponderExcluirVim pelo face, em uma conversa que tivemos com o Dante ;p
Adorei, continua!! to ansiosa uiewurewurio' ;)
Helder: tu ta que escutar eu rindo pessoalmente. TENSO.
ResponderExcluirGiselle: Que bom que gostou da historia. Vou continuar sim.
Oliver, está mandando muito bem.
ResponderExcluirSó cuide com as confusões entre os nomes dos personagens, como aqui:
"- Cadê o James? – pergunta Kevin.
- Não sei, pensei que estava contigo? – fala Ana um pouco preocupada.
- Droga. – Kevin diz.
- Vamos atrás dele. – Diz Ana para a surpresa de Kevin.
- Se quiser pode me esperar aqui. – fala James.
- Eu cumpro as minhas palavras. – Fala Ana.
James continua a correr, estava com uma das malas com ele e sem arma, longe de Kevin e Ana. Dois zumbis estão atrás deles.
- Pensa James, pensa. – Diz James.
Ele continua a correr, entra num beco e espera que os zumbis não o tenham visto. Por sorte eles passam reto. Kevin fica aliviado. Mas não por muito tempo. Sente algo gelado encostando na sua nuca. Uma faca.
- Um passo em falso moleque, eu furo a sua cabeça. – Diz uma voz grossa.
- Não viu, eu sou um vivo senhor. – Responde James tremendo.
- Pior ainda. – responde o homem."
Neste trecho você trocou o James e o Kevin de lugar algumas vezes.
No mais está mandando muito bem. Parabéns!
Marcio: Bah tchê, mt obrigado por avisar. Tenho que tomar conta desses errinhos criticos asofjsdoifjsdiofjpsdoi
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