Capitulo 4 – Uma nova aliança.
26/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
No hall de entrada do prédio estava
Miguel. Pode ter certeza que se você o encontrasse em uma rua escura, teria um
infarto. Miguel tem quase dois metros de altura, puro músculo, descendente de
latino, com a cabeça raspada, olhos negros e vazios. Ao lado dele está Melissa,
que bate na cintura de Miguel, cabelos loiros extremamente curtos, com franja
até o queixo, um corte de cabelo meio masculino. Melissa se veste com pequenos
toques masculinos mas não deixa de ser feminina.
- Espero que eles não me tragam problemas.
– Diz Miguel, sério.
- Te acalma, meu bem. São só
crianças, não vão fazer mal nenhum. – Diz Melissa, passando a mão nas costas de
Miguel.
- Isso é o que veremos. E ninguém vai
me segurar se eu tiver que acabar com eles. – Diz Miguel.
- Quando descerem poderemos conversar
com eles. Só da uma chance. E não se esqueça de que todos nós passamos por
momentos traumatizantes, fico até surpresa de ver pessoas da mesma família
juntos. Eles devem ter lutado muito para terem chegado até aqui. – Diz Melissa,
triste mas ao mesmo tempo feliz.
- Esse foi um dos motivos que eu
deixei eles entrarem. – diz Miguel, sorrindo de canto.
- Viu, como eu disse, tu não é
totalmente de pedra, meu caro bruxo. – Melissa diz, enquanto dava soquinhos no
braço de Miguel.
No apartamento 3 abriga-se Kevin e
James. Para eles, parece ser um bom lugar, com camas, algumas roupas,
geladeira, sofá, banheiro (mesmo não contendo papel higiênico). Todas as
janelas estão tapadas com pedaços de madeira, mas a casa não parece tão escura,
pelas frestas entre as madeira passam raios de sol, dando um clima mais
familiar.
- Eu fico com o quarto maior. – diz
Kevin.
James ri do irmão. Eles trocam de
roupa, tomam banho. Ficam felizes em poderem trocar de roupa. Não é o tipo de
roupa que usariam, até ficaram um pouco larga, mas era melhor do que nada.
- Será que a Ana está bem? – pergunta
Kevin.
- Não sei. – Responde James.
- Eu a achei bem legal. – diz Kevin.
- Afinal, eu também achei. – Diz
James
- Não gostei muito desse Miguel não,
vou ficar de olha nele. – Comenta Kevin.
- Também não gostei muito, ele estava
com um facão na minha cabeça. Mas foi uma atitude compreensível, como ele pode
confiar em alguém que mal conhece? Hoje em dia não se da nem para confiar nos
vivos. – Diz James, que se lembra de algumas situações cabulosas em que se
meteram.
- Ta certo, não tinha pensado nisso.
Mas eu confio em ti e na Ana. Mesmo não conhecendo ela direito, eu percebi que
ela se importou contigo e foi me ajudar a te procurar quando tu se perdeu. E
ela me deu maior força lá em baixo com o Miguel. – Diz Kevin.
- Verdade, mas tu não a acha meio
estranha? – Pergunta James.
- Não, eu acho a loira estranha, ela
parece o Justin Bieber com aquela franja. – Brinca Kevin.
Os dois irmãos riem.
Ana toma seu banho, arruma suas coisas.
Achou a casa uma graça, mesmo com um ar de filme de terror e sem luz. Achou-se
até atraente de roupas masculinas, e todas de marca. Ana está descendo as
escadas, e se depara com Kevin.
- Oi – diz Ana.
- Oi, gostou da nova casa?. –
Pergunta Kevin.
- É bem boa, só não tem roupas
femininas. Mas acho que fico bonita igual um garotinho – Diz Ana, botando as
mãos na cintura.
- Tu ta parecendo um play boy. – Diz
Kevin.
- Quando eu era menor eu só me vestia
assim. – diz Ana.
Os dois chegam no hall de entrada e
sentam na mesa. James já estava lá. Os três ficam de frente a frente com Miguel
que se mantinha serio e de Melissa que estava sorrindo.
- Bom, sejam bem vindo ao nosso pais
das maravilhas, brincadeira. – diz Melissa, tentando quebrar o silêncio.
Só Ana ri da piada.
- Olha crianças, eu vou dar um voto
de confiança para vocês. E me desculpem pelo acontecimento lá fora. Não sei
para qual dos dois eu apontei a faca, mas enfim, desculpa. – Diz Miguel.
- Foi para mim. – Fala James. – Meu
nome é James, o gêmeo mais magrelo, como meu irmão goste de falar. Ele se chama
Kevin. E ela Ana. Todos nós estamos agradecidos por tu ter deixado a gente
ficar aqui, se pudermos ajudar em qualquer coisa, ajudaremos o máximo possível.
– diz James.
- Sim. De nada. – diz Miguel. – Como
vocês podem ver eu sou muito desconfiado, às vezes chego a ser chato, mas não
me levem a mau. Como vocês três, eu e Melissa já passamos por momentos
desagradáveis, então eu desconfio até da minha própria sombra. Mas não estou
aqui para falar de mim.
- Do que se trata?- Pergunta Ana,
curiosa.
- Uma hora a comida vai acabar,
precisamos de remédio e entre outras coisas. Então fazemos algumas “missões”
quando estivermos quase sem nada. Três de nós vão sair para algumas dessas
missões. Pensei nisso agora, até porque tem que ter alguém cuidando aqui para
não ser invadido por ninguém. Estão de acordo? – Pergunta Miguel.
- Sim. – Respondem os três.
- Por enquanto, é só. Espero que
gostem daqui e que sejamos amigos. – Diz melissa. – Antes que eu me esqueça, teremos
que pedir para que tirem as roupas, para vermos se não há nenhuma mordida. É só
por segurança...
Os três arregalam os olhos.
- O Miguel não vai me olhar pelada. –
Diz Ana, assustada.
- Não, meu bem. – ri Melissa ao mesmo
tempo. – Eu te olho, e os gêmeos ficam com o Miguel, não te preocupa. –
26/08/2011 (Tempos atuais. James Gaspar)
Já era de noite e James estava no
telhado do prédio, vigiando com o binóculo. A rua estava um pouco vazia, a lua
estava brilhando e estava começando a esquentar.
James não conseguia entender mais a
beleza das coisas no mundo de hoje. Então para se distrair, ele começa a cuidar
os andarilhos. Um que estava deitado no chão, chama a sua atenção, ele se
encontra pelado, mas não foi isso que chamou sua atenção, e sim que foi a
primeira vez em que ele não conseguiu imaginar o que um zumbi era na vida
antiga. Só pensou em duas coisas: primeira, quando foi atacado estava tomando
banho. Segunda, quando foi atacado estava transando. Não queria pensar que quem
o atacou estava na cama com ele. James começa a rir a sozinho só de imaginar a
cena.
- Do que tu está rindo, meu bem? –
Pergunta Melissa, dando um susto em James.
- Que susto que tu me deu! Não queria
saber, é só besteira. – Diz James, envergonhado.
Melissa senta ao seu lado e percebe
que James estava rindo do zumbi pelado.
- Mas a arma dele é grande, hein. –
comenta Melissa
- Eu podia dormir sem essa. – Diz
James. - Obrigado por ter me ajudado mais cedo.
- Não precisa agradecer, meu bem. Só
fiz o que era certo. E não se preocupe com o Miguel, ele é muito parceiro.
Vocês vão ver isso. – Diz Melissa.
- Eu o entendo. Não sei bem o que ele
deve ter passado, mas imagino. – diz James.
- Mudando de assunto... O que tu era
antes de o mundo começar a feder a carne podre? – Pergunta ela.
- Eu tinha acabado de me formar,
estava pensando no que fazer da vida. Sabe aquela fase de “o que vou fazer
agora”? Então... Eu estava nessa. – Diz James.
- Legal, eu era cabeleireira. Adoro
cabelos, alias, não vejo à hora de poder arrumar o cabelo da Ana, ela vai ficar
linda depois de uma boa cortada. – Diz Melissa.
James fica olhando para ela com cara
de “já saquei a tua”.
- Não meu bem, eu não sou lesbica, se
é isso que tu ta pensando. – diz Melissa, fazendo uma careta.
- Desculpa. – diz James. – E que eu
desconfiei também por causa desse teu cabelo de Bieber. – comenta James.
Melissa fica olhando para ele. Ela o
empurra para o chão, antes que ele possa perguntar “o que tu está fazendo” ela
se atira em cima dele e começa a beija-lo. James corresponde a corresponde. Ela
senta-se em cima dele e tira a blusa revelando seus seios. Os dois ficam nus
compartilhando toques e afetos sobre o luar no meio de um apocalipse zumbi.
...
Melissa estava exausta. Os dois
estavam suados. James tinha transado pela primeira vez, e não acreditava que
era com uma mulher mais velha que ele.
- Foi bom até, considerando que era
sua primeira vez. – diz Melissa.
- Como tu sa... – James ia terminar
de falar, mas Melissa se levanta recolhendo sua roupa, o ignorando.
- Afinal, sou bissexual, não lésbica.
Boa noite, meu bem.- Diz Melissa, enquanto saia.
James fica imóvel, tinha transado com
uma mulher de vinte e quatro anos, que ainda por cima é bissexual. Para ele,
tinha ganhando a noite.
29/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
Já tinha se passado três dias desde a
chegada dos três ao edifício. Tudo estava calmo. James e Melissa não tocaram no
assunto sobre o que tinha acontecido no telhado, era como se nada tivesse
acontecido. Kevin já estava mais resolvido com Miguel, mas estava de olho nele
ainda. Ana criou uma boa amizade com Melissa.
- Sabe Ana, fazia tempo que não
conversava com uma mulher, isso está me fazendo bem. – Diz Melissa, que estava
preparando algo para todos comerem.
- Até te entendo, mas se tu souber o
que o James e o Kevin fizeram por mim. Tu não vai nem acreditar. – diz Ana,
sorrindo.
- Fiquei sabendo. O Kevin me contou.
– Diz Melissa.
- Eu devo a minha vida a eles! Afinal
eu me sinto mais protegida perto deles. –assume Ana.
- Ta gostando dos gêmeos, hein
guriazinha? – Melissa tira com a cara da Ana, que por sua vez fica totalmente
vermelha. Ela olha para trás para ver se não tem nenhum dos garotos por perto.
- Nada vê. Eles só me ajudaram. E
isso conquistou a minha confiança, são só meus amigos. – Responde Ana.
- Só quero ver aonde isso vai dar...
– Melissa diz, com olhar desconfiado.
James, Kevin e Miguel estão na casa
um esperando o almoço das meninas. James estava um pouco quieto e cansado.
Miguel estava escutando Kevin tagarelar:
- E daí chegou a zumbi, e tentou
atacar o James. Então ele gritou, eu tive que me levantar para salvar ele. –
comenta Kevin, que estava contando quantas vezes salvou a vida do irmão.
- Eu te admiro, moleque. – Diz Miguel,
estalando os dedos e se espreguiçando. – Tu não tem medo daquelas coisa lá
fora.
- Não tenho, não. São burros, alguns
são lerdos. Só tenho medo quando são vários ou como eu e o James os chamamos de
manada. – Diz Kevin.
- Meus garotões. – Diz Melissa,
chegando com os pratos na mesa. – O rango está na mesa! Sopa de feijão
enlatado.
- Oba, de novo. – Comenta James.
- Melhor do que nada, eu passei
quatro dias comendo insetos porque não podia sair da onde eu estava escondida.
– diz Ana.
- Não vou nem comentar o que eu tive
que tomar já. – Diz Miguel.
- Ele tomou o próprio xixi. – Diz
Melissa, rindo.
- Que nojo! – Diz ao mesmo tempo
Kevin e James.
- Melissa bocuda. – Diz Miguel, não
se importando. – Mas na hora da sobrevivência a gente faz o que pode.
- Quando a gente vai ter que sair
para procurar mais comida? – Pergunta James.
- Estou pensando que amanhã seria
bom... – diz Miguel.
- Quem é que vai? – Pergunta Melissa.
- Eu estava pensando em ir eu e o
Kevin. – Diz Miguel.
- Por mim tudo bem. – Diz Kevin. E
James não gostou da idéia.
- Eu quero ir junto. – Fala Ana.
- Tu que sabe, sardentinha. – diz
Kevin. Na mesma hora Ana sorri e tenta disfarçar que está envergonhada com o
comentário.
- Acho que o James pode traçar um bom
plano. Teu irmão me contou que tu é genial! – comenta Miguel.
- Posso pensar... Mas temos armas? –
Pergunta James.
- Isso nós temos até de sobra! – Diz
Melissa.
01/10/2010 (Kevin, James, Maira e Paolo)
- Paolo, isso foi um tiro? – Pergunta
Maira, com medo.
- Sim, acho melhor a gente sair
daqui. – Diz Paolo.
Os quatro estão indo no caminho
contrario e em sua direção aparece uma mulher com o pescoço sangrando, enquanto
corria e gritava:
- Socorro, eles estão loucos!
- O que é que deu nessa gente? –
Pergunta Kevin.
- O que é aquilo? – Diz James,
apontando para longe.
Todos se viram para olhar e vêem um
grupo pessoas comendo umas as outras, que por sua vez estão gritando e tentando
fugir. Um desses canibais os vê e corre em sua direção .
Paolo da um soco nele, e o monstro se
levanta de novo, ele está com a parte inferior da boca totalmente comida. E
Paolo luta contra a criatura monstruosa.
- O que é isso?! Meu deus! – Grita
Maira.
- Mãe! Atrás de ti! – Grita James.
Atrás de Maira uma mulher tenta
morde-la, mas Kevin a empurra para longe.
Paolo quebra sem querer o pescoço
daquela coisa. E diz para todos saírem correndo ao verem varias criaturas como
essa pela rua. A rua está se tornando um caos completo: Carro batendo, pessoas
gritando, outras sendo devoradas. A polícia começa a atirar em todo mundo, até
nas pessoas que aparentam serem normais. Uma criatura pula em cima de James, e
Kevin na mesma hora o chuta para longe. Eles continuam correndo, algumas
criaturas o seguem. As pessoas estão à loucura. Pessoas com aparência de mortas
com partes do corpo devoradas, sem braços, escorrendo sangue, gemendo estão por
todo lado, e a cada minuto elas aumentam. Outras pessoas estão correndo
desesperadamente para salvar a sua vida.
Maira avista uma mulher agachada no
chão protegendo seu filho. E as criaturas se aglomeram em volta dos dois. Maira
tenta não olhar. A polícia estava perdida, uma moça que passava correndo é
atingida com dois tiros na cabeça. Bem perto dos quatros, um carro bate num
poste e dentro dele há duas criaturas comendo um senhor de idade.
Uma criatura agarra o braço de Paolo,
que lhe da um chute no meio de suas pernas. Aos poucos a rua começa a ficar
dominada por essas criaturas. Há ambulâncias por toda parte, algumas foram
invadidas, pessoas normais começam a saquear lojas.
- Vamos para as igrejas, Deus e Jesus
vão nos proteger lá dentro! – Grita mulher segurando seu bebe. - Salvem-se,
isso é o juízo fi...
Antes que a mulher possa terminar sua
frase ela é atacada por um grupo de criaturas e seu bebe é arrancado de suas
mãos.
Por pouco eles não conseguem chegar em casa
salvos. Paolo em desespero tranca as portas.
- Ninguém chegue perto das janelas!
Se alguém bater na porta, deixa que eu vou verificar. – diz Paolo, nervoso.
Kevin ia acender a luz mas Maira o
impede.
- Isso pode chamar atenção daqueles
monstros... – diz ela. – Afinal, da onde aquelas coisas saíram?
- Eles eram pessoas mãe, como a
gente. – Diz James.
- Isso é impossível. – Diz Paolo, eu
estava aflito com a situação.
- Depois do que a gente acabou de ver
na rua, eu acho que tudo é possível. – Diz Maira.
Kevin liga a televisão no volume
baixo para ver se conseguem respostas.
“Interrompemos nossa programação para
um comunicado importante. Com você Carla” Diz o repórter. Na outra imagem
aparece uma mulher na rua escondida num beco, ela está tremendo e suando.
“Julio, a situação esta completamente fora de controle, os mortos se
levantaram, as pessoas estão sendo comidas vivas. Não sabemos o que é. O que se
sabe é que isso é uma doença e está se espalhando pelo Brasil todo de forma
desenfreada, e ainda não é possível saber como é feita a transmissão! Mas
algumas pessoas afirmam que é pela mordida.” A mulher está tremendo, o
cameraman mostra como está à rua a distancia, a câmera está tremendo também,
que dificulta a distinguição dos fatos na televisão. Ao longe dá para ver duas
mulheres devorando um adolescente. Uma delas olha para a câmera e sai em
direção dela. “Droga Márcio ela nos viu! Nós tirem daqui, agora!” A cena volta
para o repórter Júlio, que mal sabe o que dizer.
“Pedimos que todos fiquem em casa,
não saiam para rua, tranquem as portas e janelas, o nosso presidente disse as
seguintes palavras: em menos de uma semana tudo ficará bem, temos controle
sobre a situação. Então peço a todos para manterem a calma, fiquem em casa, o
exército vai resolver tudo. Voltaremos com mais informações.” A rede te
televisão coloca um filme. Kevin a desliga. Ninguém sabia o que dizer, não
sabiam se estavam com medo do barulho lá fora, dos tiros ou das pessoas
gritando.
- Vamos fazer o que eles mandaram,
esperar. Maira, vocês podem ficar aqui até o exercito resolver tudo. – diz
Paolo.
- Obrigado Paolo- Diz Maira,
chorando.
- Não te preocupa, eu defenderei
vocês! Não vou deixar nada de mal acontecer contigo ou com nossas crianças. –
Diz Paolo, enquanto abraça Maira.
- Vou ligar para a Luana. – diz Kevin,
preocupado.
Ele vai para o seu quarto. James
começa a ficar preocupado, sabia que a mordida de Roberto só podia ter sido de
alguma dessas criaturas, mas não queria contar par a sua mãe.
- Pai, e se tudo isso não acabar? E
se for pior que uma epidemia? – pergunta James.
- Pensa positivo filho, tudo vai dar
certo. O exercito vai resolver tudo. Temos comida para duas semanas. Devemos
tomar cuidado para não chamar atenção. Não vamos fazer barulho, o.k.? – diz
Paolo.
- Vou ligar para o Roberto. – Diz
Maira, pegando seu celular da bolsa.
James vai até o quarto de Kevin, seu
irmão está sentado na cama, chorando. Ele não sabia como chegar perto do irmão.
Mas não queria ver ele chorando.
- Conseguiu falar com ela? – pergunta
James.
- Não, me deixa sozinho por um
minuto. – Reponde Kevin, sem ao menos olhar para o irmão.
- Se precisar de algu... – James é
interrompido por Kevin.
- Só sai daqui. – diz Kevin.
James e Kevin estão dormindo juntos
no quarto. Paolo e Maira estão conversando na sala. Paolo está com seu calibre
38 em cima da mesa.
- O Roberto não me atende, eu imagino
que ele virou uma daquelas coisas. – Diz Maira, com lágrimas nos olhos.
- Lamento. – Responde Paolo.
- Não lamente, ele não morreu. Só
está doente. Logo vão achar uma cura. – diz Maira.
Paolo chama Maira, e a leva até a
janela, cuidadosamente, ele mostra para ela as criaturas que estão rondando e
gemendo lá fora. Depois ele olha bem serio para ela.
- Tu acha que isso tem cura? – Pergunta
Paolo.
- Sim. – Diz Maira.
- Olha bem então para aqueles
infectados. Eles estão totalmente devorados, alguns estão sem membros, eu vi um
que está sem os dois pulmões. E tu acha que tem cura para isso? – pergunta
Paolo.
- Não quero mais falar sobre isso,
vamos dormir. – Diz Maira.
- Pode dormir, enquanto tiver aquelas
coisas lá fora eu não prego esse olho. – diz Paolo, convicto.
- Paolo, tu é um bom homem. – Diz
Maira.
30/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
Miguel joga em cima da mesa do hall
de entrada várias armas, algumas de fogo e outras brancas. Todos estão
reunidos, Kevin abre um sorriso e pega uma metralhadora e um revolver.
- Adorei. – Diz Kevin, sorrindo.
- É sempre bom deixar à mão alguma
arma branca. – comenta Miguel.
- Eu tenho a minha. – Kevin mostra
seu machado. – Podemos dizer que foi um grande amigo que me deu.
- Ana, pode escolher. – Diz Miguel.
Ana escolhe a sua, e pega várias
flechas para seu arco.
- Fui campeã dois anos seguidos no
campeonato de arco e flecha nacional. Elas são minhas melhores amigas. – diz
Ana, feliz em ter suas flechas de volta.
- Então está feito! Estaremos com os
walk toks ligados. Melissa, nos avise se tiver alguns imprevistos no caminho,
não vamos muito longe, devemos voltar dentro de duas horas. – diz Miguel.
- Boa sorte e volte com vida, seu
idiota! – Diz James, para Kevin.
- Vou voltar, estou fazendo tudo isso
por ti. – Diz Kevin, abraçando seu irmão
- Também ganho abraço? – Pergunta Ana,
sorrindo, que novamente fez James se lembrar de sua mãe.
- Cuida do meu irmão. Ele é cabeça
dura. – diz James no ouvido de Ana, enquanto o abraça.
- Ele está em boas mãos. – Diz Ana,
com certo medo de sentir aquele seu lado obscuro vindo à tona novamente.
Melissa se despede de todos. Ela sobe
as escadas para controlar tudo no telhado. James abre a porta. Os três saem.
- Trás o meu irmão com vida. – James
diz, seriamente para Miguel.
- Não prometo nada, mas vou tentar
moleque. – Responde Miguel.
James fecha a porta dos fundos.
Melissa está cuidando do telhado, então ela fala pelo Walk Tok:
-Está seguro, têm dois zumbis a
vista, um deitado perto do beco onde vocês estão, outro esta andando perto de
um taxi. Câmbio. -
Saindo do Beco Ana fez como o
combinado, cuidava dos mais distantes. O que está perto de um taxi é atingido
no pescoço e em seguida leva uma flechada na cabeça. Kevin decapita o que está
deitado. Eles seguem a rua que aparentemente está segura.
-Cuidado, tem cinco zumbis virando a
esquina perto da padaria. Câmbio. -
Chegando a esquina, Ana cuida
novamente dos mais distantes, eliminando dois. Os três restantes os avistam. O
mais próximo tenta atacar Ana, ela crava uma flecha em seu pescoço, que acaba
atravessando toda sua cabeça. O segundo Kevin divide sua cabeça em dois dando
um segundo golpe no outro zumbi.
- Vocês são bons. – diz Miguel.
Eles chegam na padaria. Miguel atira
de longe seu facão num zumbi, o matando. Isso impressionou os dois
adolescentes, a mira dele é quase perfeita. Eles pegam tudo que tem dentro da
validade, o que não era muita coisa. Kevin tenta procurar algum cigarro, mas
não teve muita sorte. Ana acha algumas bolachas, pães de queijo e salame
italiano, que aparentemente estavam na validade. Miguel pega alguns sucos.
Kevin acha um banheiro e pega papel higiênico. Eles vão sair dali e Miguel fala
pelo Walk Tok:
-Melissa, com está a rua? Câmbio. -
-Está seguro, perto da farmácia
também. Câmbio. -
Chegam até a farmácia em segurança.
Ana pega vários absorventes, alguns sabonetes e antibióticos. Miguel pega
varias barras de cereal, chocolates, suplementos alimentares e saquinhos de
mel. Já Kevin pega outros remédios, vai até a cozinha da farmácia e encontra
pizzas congeladas e sorvete. E quando estavam saindo, ele pega algumas
camisinhas.
Melissa disse que a rua estava
extremamente segura, só no beco que encontrariam uma zumbi cambaleando.
Chegando lá o mataram e entraram com segurança.
- Foi fácil de mais. - Disse Kevin.
- Ainda bem que tu chegou. – disse
James.
- Ana você me conquistou, sua mira é
ótima. – disse Miguel.
- Obrigada. - Responde Ana.
- Quero dizer que estou agradecido
por vocês terem me ajudado. – Disse Miguel.
- Na próxima vez, vai eu e o James. –
Diz Melissa
James arregala os olhos. E não sabe o
que dizer, não queria pagar mico na frente da mulher que transou pela primeira
vez. Mas seu irmão estragou tudo.
- Acho melhor o James não, ele não
sabe se defender e muito menos atirar. – Diz Kevin.
- Não te preocupa, eu ensino a ele. –
Diz Miguel.
- Eu ajudo. – diz Ana, sorrindo.
Ana estava vigiando no telhado, o sol
estava se pondo. Não sabia o porquê e como mas quando estava na rua não sentiu
aquela adrenalina, aquela vontade extrema, aquela raiva, aquela obscuridade
dentro de si. E estava feliz assim. Mesmo que aquela sensação a deixasse mais
viva, ela estava feliz.
Ao seu lado Kevin se senta. Ele está
fumando. Ela sorri para ele.
- Mesmo nos tempos de hoje esse
crepúsculo é lindo. – Diz Ana, com seus cabelos voando.
- Verdade. Sabe, quando eu vejo o sol
se por ou nascer eu me sinto mais vivo. – Assume Kevin.
- Isso é uma prova que tu é humano
ainda. Muitos sobreviventes como nós perderam a humanidade dentro de si.
Entraram em desespero e na maioria das vezes pensaram só em si. Mas tu e o
James, o que vocês fizeram por mim, eu fico sem palavras. – diz Ana, com
lágrimas.
- Ana, só fizemos o que era certo. –
diz Kevin.
- Quero um cigarro também. – diz Ana,
querendo mudar de assunto.
- Esse é o meu último, mas pode ficar
com o resto dele. – Diz Kevin.
- A gente divide então. Mas de quem
era esse machado? – Pergunta Ana.
- De um amigo, que espero que esteja
vivo, mas acho que não. Sabe, ele cuidou de mim, ele me inspira às vezes. – diz
Kevin.
- Se tem alguém que me inspira é a
minha irmã. Quando tudo isso começou ela estava chegando de viagem dos Estados
Unidos, e eu não soube mais noticia dela. Mas eu sinto que ela está por ai e
sei que ela esta viva, só espero que não seja coisa da minha cabeça. Diz Ana,
chorando.
Kevin a abraça. Os dois ficam sozinhos por um
bom tempo com o sol se pondo e os mortos os caçando.
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Quero agradecer a todos que estão lendo. Quero agradecer a Patrícia Farias por ser minha editora, agradecer a Miguel Dante por me dar bons conselhos. E agradecer a você que está lendo isso agora.
Quer ficar atualizado sobre tudo o que acontece em Gêmeos da morte?
Entrem no grupo no facebook:
http://www.facebook.com/groups/142925732481284/
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Visitem também:
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Obrigado
muito legal....
ResponderExcluirsou suspeita pra falar, já que gosto de histórias desse tipo, mas achei bem interessante...
tb gostei da forma como descreve os seus zumbis, pelo que percebi a audição deles é bem mais aguçada que o normal (par aum zumbi é claro =D)
aguardando o próximo capitulo...
abraços e ótimo fds
Oi Aninha, é que meus zumbis são mortíferos OPIUASDHFUISDHFUISDHFIUDFHSIDUFHOIU
ResponderExcluirAbraço e boa semana para tu tbm.
Cacilda, muito bom!
ResponderExcluirFiquei exitado na parte da Melissa e do cara lá paihsapsiahspahsahsiashaapssas -zoa *--*
Bom episódio, interessante como você descreve os personagens.
ResponderExcluirDica que já dei ao Dante, cite uma trilha para cada episódio (com link para youtube ou 4shared).
Acho que ouvir algo durante a leitura estimula a mente a criar o ambiente e só você, o escritor, pode recomendar a melhor trilha para cada episódio!
Normalmente eu faço isso, na real, comecei a fazer isso ultimamente... Ajuda a me concentrar na imagem que quero transmitir.
ResponderExcluirUma dica fera... Coloca nomes imaginarios e lugares tambem... Se tu for publicar esse livro, tu vai tar fazendo propaganda... Mas, fora isso, está de parabêns cara!!! Se continuar assim pode ter certeza que vai ter sucesso!
ResponderExcluirBoa ideia. Mas alguns lugares que eu coloquei na historia são reais e outros não. Mas obrigado pela dica. Espero que faça sucesso mesmo, vamos rezar para isso!
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