quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Capitulo 4


Capitulo 4 – Uma nova aliança.


26/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
No hall de entrada do prédio estava Miguel. Pode ter certeza que se você o encontrasse em uma rua escura, teria um infarto. Miguel tem quase dois metros de altura, puro músculo, descendente de latino, com a cabeça raspada, olhos negros e vazios. Ao lado dele está Melissa, que bate na cintura de Miguel, cabelos loiros extremamente curtos, com franja até o queixo, um corte de cabelo meio masculino. Melissa se veste com pequenos toques masculinos mas não deixa de ser feminina.
- Espero que eles não me tragam problemas. – Diz Miguel, sério.
- Te acalma, meu bem. São só crianças, não vão fazer mal nenhum. – Diz Melissa, passando a mão nas costas de Miguel.
- Isso é o que veremos. E ninguém vai me segurar se eu tiver que acabar com eles. – Diz Miguel.
- Quando descerem poderemos conversar com eles. Só da uma chance. E não se esqueça de que todos nós passamos por momentos traumatizantes, fico até surpresa de ver pessoas da mesma família juntos. Eles devem ter lutado muito para terem chegado até aqui. – Diz Melissa, triste mas ao mesmo tempo feliz.
- Esse foi um dos motivos que eu deixei eles entrarem. – diz Miguel, sorrindo de canto.
- Viu, como eu disse, tu não é totalmente de pedra, meu caro bruxo. – Melissa diz, enquanto dava soquinhos no braço de Miguel.
No apartamento 3 abriga-se Kevin e James. Para eles, parece ser um bom lugar, com camas, algumas roupas, geladeira, sofá, banheiro (mesmo não contendo papel higiênico). Todas as janelas estão tapadas com pedaços de madeira, mas a casa não parece tão escura, pelas frestas entre as madeira passam raios de sol, dando um clima mais familiar.
- Eu fico com o quarto maior. – diz Kevin.
James ri do irmão. Eles trocam de roupa, tomam banho. Ficam felizes em poderem trocar de roupa. Não é o tipo de roupa que usariam, até ficaram um pouco larga, mas era melhor do que nada.
- Será que a Ana está bem? – pergunta Kevin.
- Não sei. – Responde James.
- Eu a achei bem legal. – diz Kevin.
- Afinal, eu também achei. – Diz James
- Não gostei muito desse Miguel não, vou ficar de olha nele. – Comenta Kevin.
- Também não gostei muito, ele estava com um facão na minha cabeça. Mas foi uma atitude compreensível, como ele pode confiar em alguém que mal conhece? Hoje em dia não se da nem para confiar nos vivos. – Diz James, que se lembra de algumas situações cabulosas em que se meteram.
- Ta certo, não tinha pensado nisso. Mas eu confio em ti e na Ana. Mesmo não conhecendo ela direito, eu percebi que ela se importou contigo e foi me ajudar a te procurar quando tu se perdeu. E ela me deu maior força lá em baixo com o Miguel. – Diz Kevin.
- Verdade, mas tu não a acha meio estranha? – Pergunta James.
- Não, eu acho a loira estranha, ela parece o Justin Bieber com aquela franja. – Brinca Kevin.
Os dois irmãos riem.
Ana toma seu banho, arruma suas coisas. Achou a casa uma graça, mesmo com um ar de filme de terror e sem luz. Achou-se até atraente de roupas masculinas, e todas de marca. Ana está descendo as escadas, e se depara com Kevin.
- Oi – diz Ana.
- Oi, gostou da nova casa?. – Pergunta Kevin.
- É bem boa, só não tem roupas femininas. Mas acho que fico bonita igual um garotinho – Diz Ana, botando as mãos na cintura.
- Tu ta parecendo um play boy. – Diz Kevin.
- Quando eu era menor eu só me vestia assim. – diz Ana.
Os dois chegam no hall de entrada e sentam na mesa. James já estava lá. Os três ficam de frente a frente com Miguel que se mantinha serio e de Melissa que estava sorrindo.
- Bom, sejam bem vindo ao nosso pais das maravilhas, brincadeira. – diz Melissa, tentando quebrar o silêncio.
Só Ana ri da piada.
- Olha crianças, eu vou dar um voto de confiança para vocês. E me desculpem pelo acontecimento lá fora. Não sei para qual dos dois eu apontei a faca, mas enfim, desculpa. – Diz Miguel.
- Foi para mim. – Fala James. – Meu nome é James, o gêmeo mais magrelo, como meu irmão goste de falar. Ele se chama Kevin. E ela Ana. Todos nós estamos agradecidos por tu ter deixado a gente ficar aqui, se pudermos ajudar em qualquer coisa, ajudaremos o máximo possível. – diz James.
- Sim. De nada. – diz Miguel. – Como vocês podem ver eu sou muito desconfiado, às vezes chego a ser chato, mas não me levem a mau. Como vocês três, eu e Melissa já passamos por momentos desagradáveis, então eu desconfio até da minha própria sombra. Mas não estou aqui para falar de mim.
- Do que se trata?- Pergunta Ana, curiosa.
- Uma hora a comida vai acabar, precisamos de remédio e entre outras coisas. Então fazemos algumas “missões” quando estivermos quase sem nada. Três de nós vão sair para algumas dessas missões. Pensei nisso agora, até porque tem que ter alguém cuidando aqui para não ser invadido por ninguém. Estão de acordo? – Pergunta Miguel.
- Sim. – Respondem os três.
- Por enquanto, é só. Espero que gostem daqui e que sejamos amigos. – Diz melissa. – Antes que eu me esqueça, teremos que pedir para que tirem as roupas, para vermos se não há nenhuma mordida. É só por segurança...
Os três arregalam os olhos.
- O Miguel não vai me olhar pelada. – Diz Ana, assustada.
- Não, meu bem. – ri Melissa ao mesmo tempo. – Eu te olho, e os gêmeos ficam com o Miguel, não te preocupa. –
26/08/2011 (Tempos atuais. James Gaspar)
Já era de noite e James estava no telhado do prédio, vigiando com o binóculo. A rua estava um pouco vazia, a lua estava brilhando e estava começando a esquentar.
James não conseguia entender mais a beleza das coisas no mundo de hoje. Então para se distrair, ele começa a cuidar os andarilhos. Um que estava deitado no chão, chama a sua atenção, ele se encontra pelado, mas não foi isso que chamou sua atenção, e sim que foi a primeira vez em que ele não conseguiu imaginar o que um zumbi era na vida antiga. Só pensou em duas coisas: primeira, quando foi atacado estava tomando banho. Segunda, quando foi atacado estava transando. Não queria pensar que quem o atacou estava na cama com ele. James começa a rir a sozinho só de imaginar a cena.
- Do que tu está rindo, meu bem? – Pergunta Melissa, dando um susto em James.
- Que susto que tu me deu! Não queria saber, é só besteira. – Diz James, envergonhado.
Melissa senta ao seu lado e percebe que James estava rindo do zumbi pelado.
- Mas a arma dele é grande, hein. – comenta Melissa
- Eu podia dormir sem essa. – Diz James. - Obrigado por ter me ajudado mais cedo.
- Não precisa agradecer, meu bem. Só fiz o que era certo. E não se preocupe com o Miguel, ele é muito parceiro. Vocês vão ver isso. – Diz Melissa.
- Eu o entendo. Não sei bem o que ele deve ter passado, mas imagino. – diz James.
- Mudando de assunto... O que tu era antes de o mundo começar a feder a carne podre? – Pergunta ela.
- Eu tinha acabado de me formar, estava pensando no que fazer da vida. Sabe aquela fase de “o que vou fazer agora”? Então... Eu estava nessa. – Diz James.
- Legal, eu era cabeleireira. Adoro cabelos, alias, não vejo à hora de poder arrumar o cabelo da Ana, ela vai ficar linda depois de uma boa cortada. – Diz Melissa.
James fica olhando para ela com cara de “já saquei a tua”.
- Não meu bem, eu não sou lesbica, se é isso que tu ta pensando. – diz Melissa, fazendo uma careta.
- Desculpa. – diz James. – E que eu desconfiei também por causa desse teu cabelo de Bieber. – comenta James.
Melissa fica olhando para ele. Ela o empurra para o chão, antes que ele possa perguntar “o que tu está fazendo” ela se atira em cima dele e começa a beija-lo. James corresponde a corresponde. Ela senta-se em cima dele e tira a blusa revelando seus seios. Os dois ficam nus compartilhando toques e afetos sobre o luar no meio de um apocalipse zumbi.
                                                                ...
Melissa estava exausta. Os dois estavam suados. James tinha transado pela primeira vez, e não acreditava que era com uma mulher mais velha que ele.
- Foi bom até, considerando que era sua primeira vez. – diz Melissa.
- Como tu sa... – James ia terminar de falar, mas Melissa se levanta recolhendo sua roupa, o ignorando.
- Afinal, sou bissexual, não lésbica. Boa noite, meu bem.- Diz Melissa, enquanto saia.
James fica imóvel, tinha transado com uma mulher de vinte e quatro anos, que ainda por cima é bissexual. Para ele, tinha ganhando a noite.
29/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
Já tinha se passado três dias desde a chegada dos três ao edifício. Tudo estava calmo. James e Melissa não tocaram no assunto sobre o que tinha acontecido no telhado, era como se nada tivesse acontecido. Kevin já estava mais resolvido com Miguel, mas estava de olho nele ainda. Ana criou uma boa amizade com Melissa.
- Sabe Ana, fazia tempo que não conversava com uma mulher, isso está me fazendo bem. – Diz Melissa, que estava preparando algo para todos comerem.
- Até te entendo, mas se tu souber o que o James e o Kevin fizeram por mim. Tu não vai nem acreditar. – diz Ana, sorrindo.
- Fiquei sabendo. O Kevin me contou. – Diz Melissa.
- Eu devo a minha vida a eles! Afinal eu me sinto mais protegida perto deles. –assume Ana.
- Ta gostando dos gêmeos, hein guriazinha? – Melissa tira com a cara da Ana, que por sua vez fica totalmente vermelha. Ela olha para trás para ver se não tem nenhum dos garotos por perto.
- Nada vê. Eles só me ajudaram. E isso conquistou a minha confiança, são só meus amigos. – Responde Ana.
- Só quero ver aonde isso vai dar... – Melissa diz, com olhar desconfiado.
James, Kevin e Miguel estão na casa um esperando o almoço das meninas. James estava um pouco quieto e cansado. Miguel estava escutando Kevin tagarelar:
- E daí chegou a zumbi, e tentou atacar o James. Então ele gritou, eu tive que me levantar para salvar ele. – comenta Kevin, que estava contando quantas vezes salvou a vida do irmão.
- Eu te admiro, moleque. – Diz Miguel, estalando os dedos e se espreguiçando. – Tu não tem medo daquelas coisa lá fora.
- Não tenho, não. São burros, alguns são lerdos. Só tenho medo quando são vários ou como eu e o James os chamamos de manada. – Diz Kevin.
- Meus garotões. – Diz Melissa, chegando com os pratos na mesa. – O rango está na mesa! Sopa de feijão enlatado.
- Oba, de novo. – Comenta James.
- Melhor do que nada, eu passei quatro dias comendo insetos porque não podia sair da onde eu estava escondida. – diz Ana.
- Não vou nem comentar o que eu tive que tomar já. – Diz Miguel.
- Ele tomou o próprio xixi. – Diz Melissa, rindo.
- Que nojo! – Diz ao mesmo tempo Kevin e James.
- Melissa bocuda. – Diz Miguel, não se importando. – Mas na hora da sobrevivência a gente faz o que pode.
- Quando a gente vai ter que sair para procurar mais comida? – Pergunta James.
- Estou pensando que amanhã seria bom... – diz Miguel.
- Quem é que vai? – Pergunta Melissa.
- Eu estava pensando em ir eu e o Kevin. – Diz Miguel.
- Por mim tudo bem. – Diz Kevin. E James não gostou da idéia.
- Eu quero ir junto. – Fala Ana.
- Tu que sabe, sardentinha. – diz Kevin. Na mesma hora Ana sorri e tenta disfarçar que está envergonhada com o comentário.
- Acho que o James pode traçar um bom plano. Teu irmão me contou que tu é genial! – comenta Miguel.
- Posso pensar... Mas temos armas? – Pergunta James.
- Isso nós temos até de sobra! – Diz Melissa.
01/10/2010 (Kevin, James, Maira e Paolo)
- Paolo, isso foi um tiro? – Pergunta Maira, com medo.
- Sim, acho melhor a gente sair daqui. – Diz Paolo.
Os quatro estão indo no caminho contrario e em sua direção aparece uma mulher com o pescoço sangrando, enquanto corria e gritava:
- Socorro, eles estão loucos!
- O que é que deu nessa gente? – Pergunta Kevin.
- O que é aquilo? – Diz James, apontando para longe.
Todos se viram para olhar e vêem um grupo pessoas comendo umas as outras, que por sua vez estão gritando e tentando fugir. Um desses canibais os vê e corre em sua direção .
Paolo da um soco nele, e o monstro se levanta de novo, ele está com a parte inferior da boca totalmente comida. E Paolo luta contra a criatura monstruosa.
- O que é isso?! Meu deus! – Grita Maira.
- Mãe! Atrás de ti! – Grita James.
Atrás de Maira uma mulher tenta morde-la, mas Kevin a empurra para longe.
Paolo quebra sem querer o pescoço daquela coisa. E diz para todos saírem correndo ao verem varias criaturas como essa pela rua. A rua está se tornando um caos completo: Carro batendo, pessoas gritando, outras sendo devoradas. A polícia começa a atirar em todo mundo, até nas pessoas que aparentam serem normais. Uma criatura pula em cima de James, e Kevin na mesma hora o chuta para longe. Eles continuam correndo, algumas criaturas o seguem. As pessoas estão à loucura. Pessoas com aparência de mortas com partes do corpo devoradas, sem braços, escorrendo sangue, gemendo estão por todo lado, e a cada minuto elas aumentam. Outras pessoas estão correndo desesperadamente para salvar a sua vida.
Maira avista uma mulher agachada no chão protegendo seu filho. E as criaturas se aglomeram em volta dos dois. Maira tenta não olhar. A polícia estava perdida, uma moça que passava correndo é atingida com dois tiros na cabeça. Bem perto dos quatros, um carro bate num poste e dentro dele há duas criaturas comendo um senhor de idade.
Uma criatura agarra o braço de Paolo, que lhe da um chute no meio de suas pernas. Aos poucos a rua começa a ficar dominada por essas criaturas. Há ambulâncias por toda parte, algumas foram invadidas, pessoas normais começam a saquear lojas.
- Vamos para as igrejas, Deus e Jesus vão nos proteger lá dentro! – Grita mulher segurando seu bebe. - Salvem-se, isso é o juízo fi...
Antes que a mulher possa terminar sua frase ela é atacada por um grupo de criaturas e seu bebe é arrancado de suas mãos.
 Por pouco eles não conseguem chegar em casa salvos. Paolo em desespero tranca as portas.
- Ninguém chegue perto das janelas! Se alguém bater na porta, deixa que eu vou verificar. – diz Paolo, nervoso.
Kevin ia acender a luz mas Maira o impede.
- Isso pode chamar atenção daqueles monstros... – diz ela. – Afinal, da onde aquelas coisas saíram?
- Eles eram pessoas mãe, como a gente. – Diz James.
- Isso é impossível. – Diz Paolo, eu estava aflito com a situação.
- Depois do que a gente acabou de ver na rua, eu acho que tudo é possível. – Diz Maira.
Kevin liga a televisão no volume baixo para ver se conseguem respostas.
“Interrompemos nossa programação para um comunicado importante. Com você Carla” Diz o repórter. Na outra imagem aparece uma mulher na rua escondida num beco, ela está tremendo e suando. “Julio, a situação esta completamente fora de controle, os mortos se levantaram, as pessoas estão sendo comidas vivas. Não sabemos o que é. O que se sabe é que isso é uma doença e está se espalhando pelo Brasil todo de forma desenfreada, e ainda não é possível saber como é feita a transmissão! Mas algumas pessoas afirmam que é pela mordida.” A mulher está tremendo, o cameraman mostra como está à rua a distancia, a câmera está tremendo também, que dificulta a distinguição dos fatos na televisão. Ao longe dá para ver duas mulheres devorando um adolescente. Uma delas olha para a câmera e sai em direção dela. “Droga Márcio ela nos viu! Nós tirem daqui, agora!” A cena volta para o repórter Júlio, que mal sabe o que dizer.
“Pedimos que todos fiquem em casa, não saiam para rua, tranquem as portas e janelas, o nosso presidente disse as seguintes palavras: em menos de uma semana tudo ficará bem, temos controle sobre a situação. Então peço a todos para manterem a calma, fiquem em casa, o exército vai resolver tudo. Voltaremos com mais informações.” A rede te televisão coloca um filme. Kevin a desliga. Ninguém sabia o que dizer, não sabiam se estavam com medo do barulho lá fora, dos tiros ou das pessoas gritando.
- Vamos fazer o que eles mandaram, esperar. Maira, vocês podem ficar aqui até o exercito resolver tudo. – diz Paolo.
- Obrigado Paolo- Diz Maira, chorando.
- Não te preocupa, eu defenderei vocês! Não vou deixar nada de mal acontecer contigo ou com nossas crianças. – Diz Paolo, enquanto abraça Maira.
- Vou ligar para a Luana. – diz Kevin, preocupado.
Ele vai para o seu quarto. James começa a ficar preocupado, sabia que a mordida de Roberto só podia ter sido de alguma dessas criaturas, mas não queria contar par a sua mãe.
- Pai, e se tudo isso não acabar? E se for pior que uma epidemia? – pergunta James.
- Pensa positivo filho, tudo vai dar certo. O exercito vai resolver tudo. Temos comida para duas semanas. Devemos tomar cuidado para não chamar atenção. Não vamos fazer barulho, o.k.? – diz Paolo.
- Vou ligar para o Roberto. – Diz Maira, pegando seu celular da bolsa.
James vai até o quarto de Kevin, seu irmão está sentado na cama, chorando. Ele não sabia como chegar perto do irmão. Mas não queria ver ele chorando.
- Conseguiu falar com ela? – pergunta James.
- Não, me deixa sozinho por um minuto. – Reponde Kevin, sem ao menos olhar para o irmão.
- Se precisar de algu... – James é interrompido por Kevin.
- Só sai daqui. – diz Kevin.
James e Kevin estão dormindo juntos no quarto. Paolo e Maira estão conversando na sala. Paolo está com seu calibre 38 em cima da mesa.
- O Roberto não me atende, eu imagino que ele virou uma daquelas coisas. – Diz Maira, com lágrimas nos olhos.
- Lamento. – Responde Paolo.
- Não lamente, ele não morreu. Só está doente. Logo vão achar uma cura. – diz Maira.
Paolo chama Maira, e a leva até a janela, cuidadosamente, ele mostra para ela as criaturas que estão rondando e gemendo lá fora. Depois ele olha bem serio para ela.
- Tu acha que isso tem cura? – Pergunta Paolo.
- Sim. – Diz Maira.
- Olha bem então para aqueles infectados. Eles estão totalmente devorados, alguns estão sem membros, eu vi um que está sem os dois pulmões. E tu acha que tem cura para isso? – pergunta Paolo.
- Não quero mais falar sobre isso, vamos dormir. – Diz Maira.
- Pode dormir, enquanto tiver aquelas coisas lá fora eu não prego esse olho. – diz Paolo, convicto.
- Paolo, tu é um bom homem. – Diz Maira.
30/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
Miguel joga em cima da mesa do hall de entrada várias armas, algumas de fogo e outras brancas. Todos estão reunidos, Kevin abre um sorriso e pega uma metralhadora e um revolver.
- Adorei. – Diz Kevin, sorrindo.
- É sempre bom deixar à mão alguma arma branca. – comenta Miguel.
- Eu tenho a minha. – Kevin mostra seu machado. – Podemos dizer que foi um grande amigo que me deu.
- Ana, pode escolher. – Diz Miguel.
Ana escolhe a sua, e pega várias flechas para seu arco.
- Fui campeã dois anos seguidos no campeonato de arco e flecha nacional. Elas são minhas melhores amigas. – diz Ana, feliz em ter suas flechas de volta.
- Então está feito! Estaremos com os walk toks ligados. Melissa, nos avise se tiver alguns imprevistos no caminho, não vamos muito longe, devemos voltar dentro de duas horas. – diz Miguel.
- Boa sorte e volte com vida, seu idiota! – Diz James, para Kevin.
- Vou voltar, estou fazendo tudo isso por ti. – Diz Kevin, abraçando seu irmão
- Também ganho abraço? – Pergunta Ana, sorrindo, que novamente fez James se lembrar de sua mãe.
- Cuida do meu irmão. Ele é cabeça dura. – diz James no ouvido de Ana, enquanto o abraça.
- Ele está em boas mãos. – Diz Ana, com certo medo de sentir aquele seu lado obscuro vindo à tona novamente.
Melissa se despede de todos. Ela sobe as escadas para controlar tudo no telhado. James abre a porta. Os três saem.
- Trás o meu irmão com vida. – James diz, seriamente para Miguel.
- Não prometo nada, mas vou tentar moleque. – Responde Miguel.
James fecha a porta dos fundos. Melissa está cuidando do telhado, então ela fala pelo Walk Tok:
-Está seguro, têm dois zumbis a vista, um deitado perto do beco onde vocês estão, outro esta andando perto de um taxi. Câmbio. -
Saindo do Beco Ana fez como o combinado, cuidava dos mais distantes. O que está perto de um taxi é atingido no pescoço e em seguida leva uma flechada na cabeça. Kevin decapita o que está deitado. Eles seguem a rua que aparentemente está segura.
-Cuidado, tem cinco zumbis virando a esquina perto da padaria. Câmbio. -
Chegando a esquina, Ana cuida novamente dos mais distantes, eliminando dois. Os três restantes os avistam. O mais próximo tenta atacar Ana, ela crava uma flecha em seu pescoço, que acaba atravessando toda sua cabeça. O segundo Kevin divide sua cabeça em dois dando um segundo golpe no outro zumbi.
- Vocês são bons. – diz Miguel.
Eles chegam na padaria. Miguel atira de longe seu facão num zumbi, o matando. Isso impressionou os dois adolescentes, a mira dele é quase perfeita. Eles pegam tudo que tem dentro da validade, o que não era muita coisa. Kevin tenta procurar algum cigarro, mas não teve muita sorte. Ana acha algumas bolachas, pães de queijo e salame italiano, que aparentemente estavam na validade. Miguel pega alguns sucos. Kevin acha um banheiro e pega papel higiênico. Eles vão sair dali e Miguel fala pelo Walk Tok:
-Melissa, com está a rua? Câmbio. -
-Está seguro, perto da farmácia também. Câmbio. -
Chegam até a farmácia em segurança. Ana pega vários absorventes, alguns sabonetes e antibióticos. Miguel pega varias barras de cereal, chocolates, suplementos alimentares e saquinhos de mel. Já Kevin pega outros remédios, vai até a cozinha da farmácia e encontra pizzas congeladas e sorvete. E quando estavam saindo, ele pega algumas camisinhas.
Melissa disse que a rua estava extremamente segura, só no beco que encontrariam uma zumbi cambaleando. Chegando lá o mataram e entraram com segurança.
- Foi fácil de mais. - Disse Kevin.
- Ainda bem que tu chegou. – disse James.
- Ana você me conquistou, sua mira é ótima. – disse Miguel.
- Obrigada. - Responde Ana.
- Quero dizer que estou agradecido por vocês terem me ajudado. – Disse Miguel.
- Na próxima vez, vai eu e o James. – Diz Melissa
James arregala os olhos. E não sabe o que dizer, não queria pagar mico na frente da mulher que transou pela primeira vez. Mas seu irmão estragou tudo.
- Acho melhor o James não, ele não sabe se defender e muito menos atirar. – Diz Kevin.
- Não te preocupa, eu ensino a ele. – Diz Miguel.
- Eu ajudo. – diz Ana, sorrindo.
Ana estava vigiando no telhado, o sol estava se pondo. Não sabia o porquê e como mas quando estava na rua não sentiu aquela adrenalina, aquela vontade extrema, aquela raiva, aquela obscuridade dentro de si. E estava feliz assim. Mesmo que aquela sensação a deixasse mais viva, ela estava feliz.
Ao seu lado Kevin se senta. Ele está fumando. Ela sorri para ele.
- Mesmo nos tempos de hoje esse crepúsculo é lindo. – Diz Ana, com seus cabelos voando.
- Verdade. Sabe, quando eu vejo o sol se por ou nascer eu me sinto mais vivo. – Assume Kevin.
- Isso é uma prova que tu é humano ainda. Muitos sobreviventes como nós perderam a humanidade dentro de si. Entraram em desespero e na maioria das vezes pensaram só em si. Mas tu e o James, o que vocês fizeram por mim, eu fico sem palavras. – diz Ana, com lágrimas.
- Ana, só fizemos o que era certo. – diz Kevin.
- Quero um cigarro também. – diz Ana, querendo mudar de assunto.
- Esse é o meu último, mas pode ficar com o resto dele. – Diz Kevin.
- A gente divide então. Mas de quem era esse machado?  – Pergunta Ana.
- De um amigo, que espero que esteja vivo, mas acho que não. Sabe, ele cuidou de mim, ele me inspira às vezes. – diz Kevin.
- Se tem alguém que me inspira é a minha irmã. Quando tudo isso começou ela estava chegando de viagem dos Estados Unidos, e eu não soube mais noticia dela. Mas eu sinto que ela está por ai e sei que ela esta viva, só espero que não seja coisa da minha cabeça. Diz Ana, chorando.
Kevin a abraça. Os dois ficam sozinhos por um bom tempo com o sol se pondo e os mortos os caçando.
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Quero agradecer a todos que estão lendo. Quero agradecer a Patrícia Farias por ser minha editora, agradecer a Miguel Dante por me dar bons conselhos. E agradecer a você que está lendo isso agora.

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Obrigado

7 comentários:

  1. muito legal....

    sou suspeita pra falar, já que gosto de histórias desse tipo, mas achei bem interessante...

    tb gostei da forma como descreve os seus zumbis, pelo que percebi a audição deles é bem mais aguçada que o normal (par aum zumbi é claro =D)

    aguardando o próximo capitulo...

    abraços e ótimo fds

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  2. Oi Aninha, é que meus zumbis são mortíferos OPIUASDHFUISDHFUISDHFIUDFHSIDUFHOIU
    Abraço e boa semana para tu tbm.

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  3. Cacilda, muito bom!
    Fiquei exitado na parte da Melissa e do cara lá paihsapsiahspahsahsiashaapssas -zoa *--*

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  4. Bom episódio, interessante como você descreve os personagens.
    Dica que já dei ao Dante, cite uma trilha para cada episódio (com link para youtube ou 4shared).
    Acho que ouvir algo durante a leitura estimula a mente a criar o ambiente e só você, o escritor, pode recomendar a melhor trilha para cada episódio!

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  5. Normalmente eu faço isso, na real, comecei a fazer isso ultimamente... Ajuda a me concentrar na imagem que quero transmitir.

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  6. Uma dica fera... Coloca nomes imaginarios e lugares tambem... Se tu for publicar esse livro, tu vai tar fazendo propaganda... Mas, fora isso, está de parabêns cara!!! Se continuar assim pode ter certeza que vai ter sucesso!

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    1. Boa ideia. Mas alguns lugares que eu coloquei na historia são reais e outros não. Mas obrigado pela dica. Espero que faça sucesso mesmo, vamos rezar para isso!

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