quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Capitulo 5


Capitulo 5 – Vivendo mais um dia.


01/10/2010 (Ana, Gina e Bruna Bittencourt)
O telefone toca. Bruna a segunda irmã mais velha, de cabelos cacheados e ruivos atende o celular.
- Alo? – Pergunta ela.
- Bruninha, é a Amanda. – Diz na outra linha.
- Ana e Gina, é a Amanda no telefone, venham! – Grita Bruna.
Bruna ativa o viva voz, para todas poderem ouvir a conversa.
- Como vocês estão, minhas gurias? – Pergunta Amanda.
- Estamos todas bem mas quando é que tu vai voltar para casa?! – Pergunta Gina, a irmã caçula de cabelo chanel.
- Hoje mesmo, vou entrar no avião daqui a pouco. Espero que me encontrem na casa da vovó. – Diz Amanda.
- A gente vai esperar, sim! Comprou o meu presente? – Pergunta Ana, rindo.
- Comprou para mim também, não é? – Pergunta Bruna.
- Comprei para todas! – Responde Amanda.
- Mas o meu é rosa e grande do maior, não é mana? – Pergunta Gina, preocupada.
- Com certeza, minha linda! – Diz Amanda, rindo.
- A gente não diz grande do maior, Gina. – Explica Bruna
As quatro irmãs começam a tagarelar. Amanda não conseguia escutar, porque elas estavam rindo e gritando ao mesmo tempo, chegava a ser distinguível..
- Eu tenho que desligar... Vocês sabem que eu amo vocês! Bruna, eu quero ver a casa limpa, deixei a seus cuidados. Estou voltando logo para vocês! – Diz Amanda, enquanto derrama lágrimas de saudade.
- Te amo mais que todas! – Grita Gina.
As irmãs desligam o telefone, e voltam a se entreterem com quaisquer coisas, só para passar o tempo. Gina estava pulando em cima da cama, já estava pronta para sair. Ana estava se maquiando e Bruna, como sempre, na frente da televisão do quarto trocando os canais.
“Escola de Porto Alegre está em quarentena por conter susp... “ Aparece na televisão.
- chato. – diz Bruna, trocando de canal.
“Hospitais estão lotados po...”
- Mais chato ainda. – Diz bruna, trocando de canal.
“ Joana” diz o personagem da TV.
- Novela não, eu quero ver desenho. – Diz Gina, ao lado de sua irmã.
- Sai sua pirralha! Eu estou com o controle. – Diz Bruna, com cara de desdém.
- Se é para brigar, então desliguem a TV! – Diz Ana.
As três estão na garagem de casa, Bruna pega seu carro, e todas entram nele. Já era de noite, a rua aparentemente parecia silenciosa para uma noite de sexta-feira. Bruna liga o som alto, estava tocando Lady Gaga. E Bruna começa a cantar.
- Lady Gaga não! Eu quero escutar Selena Gomez. – Diz Gina.
- Pronto, ta aí sua pirralha. – Diz Bruna, trocando de musica.
- Obrigada mana, tu é minha irmã preferida agora! – Diz Gina.
- Cuidado Bruna! – Grita Ana, sentindo sua sensação misteriosa vindo.
Bruna olha para frente e quase atropela um homem. Ela consegue desviar dele, mas ele começa a correr atrás do carro, mas não o alcança, assim desistindo.
- Só podia ser um bêbado! – Diz Bruna, irritada.
- Só podia mesmo, por andar no meio da rua assim. – Diz Gina.
- Que susto. – diz Ana conseguindo acalmar a adrenalina e a vontade de correr perigo.
- Mana nova preferida, podemos comer um Xis? – Pergunta Gina
- Quando a gente chegar na casa da vovó chamamos um, tudo bem? – Pergunta Bruna.
- Não, eu quero agora! – Diz Gina, fazendo bico.
- Bruna, tem um Xis aqui perto, poderíamos passar ali porque também estou com fome. – Diz Ana.
- Tudo bem, tudo bem. – Diz Bruna, impaciente. 
Logo elas estacionam o carro na frente de um Xis, que estranhamente está totalmente vazio. As mesas estão bagunçadas, não tinha nenhum funcionário trabalhando. Sem sair do carro, Bruna comenta:
- Isso não está me cheirando à coisa boa, no mínimo devia ter alguém trabalhando, e nesse horário o Xis está lotado!
- Também acho. – Diz Ana, suas palavras carregam com maus pressentimentos.
- Aquela mulher que parece bêbada está vindo até nos. – Diz Gina, apontando para uma mulher que estava a caminho do carro.
- Deve ser uma mendiga, vou pegar um dinheiro para dar para ela. – diz Bruna, enquanto mexia na bolsa.
Bruna abaixa o vidro do carro, esticando o braço para fora, segurando algumas moedas.
- Moça, pode vir pegar! – Diz Bruna.
A moça começa a gritar e sai correndo na direção delas. Quando chega mais perto elas conseguem ver que ela está com o peito todo aberto e devorado. Com sua boca sangrando, ela pega o braço de bruna e tenta morder. Bruna tira seu braço, e dispara com o carro, Gina está gritando.
- O que era aquilo?! – Pergunta Bruna, nervosa.
- Não sei, mas não estou gostando do que estou vendo! – diz Gina, olhando para fora do carro.
Quando elas param para ver, tem vários homens e um deles é policial, que esta devorando uma mulher, ela está gritando e pedindo socorro. Uma dessas criaturas corre até o carro, e pula em frente ao vidro, então começa a dar socos para entrar nele. Bruna acelera o carro. O monstro cai do carro e corre atrás dele, mas desiste.
 Gina está chorando, Ana está tentando fazer com que ela se acalme.
- Acho melhor a gente não sair do carro. – diz Bruna.
- O que são essas coisas?! – Diz Ana
Bruna atropela alguém. Ana e Gina gritam. Bruna para o carro assustada.
- Tenho que ver se a pessoa está bem. – diz Bruna, tremendo.
- E se for uma daquelas coisas? – Diz Ana, que sentia seu lado negro vindo.
- Se for uma pessoa, tenho que chamar a ambulância.
- Eu vou contigo. – Diz Ana.
- E eu? – pergunta Gina.
- Espera aqui abaixada, qualquer coisa, grite!. – Diz Bruna.
Gina não gostou da idéia, mas mesmo assim obedeceu. Ana e Bruna saem do carro, e vão em direção a pessoa que foi atropelada, que por sinal esta estirada no chão, totalmente imóvel.
Elas se aproximam do corpo e percebem que é um adolescente. Bruna se abaixa e cutuca a pessoa caída. Nada, ela permaneceu imóvel.
- Porra, eu acho que eu matei, merda de dia. – diz Bruna, olhando para Ana.
O corpo abre os olhos, puxa o braço de Bruna e morde. No mesmo instante Bruna grita puxando seu braço. Elas percebem que aquele corpo era mais uma criatura. Elas correm até o carro. Bruna volta a dirigir loucamente.
- O que deu naquelas pessoas?! – Pergunta Bruna, que fica os olhos arregalados ao ver o estado das ruas, só pensou numa coisa: o apocalipse estava acontecendo.
- As pessoas estão se comendo vivas! – Diz Gina.
Ana tapa os olhos de Gina, Bruna dirige em alta velocidade, o transito está uma loucura, os carros estão se batendo. Bruna quase bate em um também. Seu braço esta sangrando, mas mesmo assim não deixa de dirigir. Ana não sabe identificar quem é pessoa ou quem é sei lá o que.
- Eles parecem mortos. - diz Gina, que estava encolhida nos braços de Ana.
As três irmãs estão com medo, Ana porem estava com aquela sensação estranha, ela tinha medo de que isso a atrapalhasse novamente, nunca soube o que era essa sensação que sempre sentia quando estava correndo perigo. Mas se sentia mais viva. Com a necessidade de correr perigo sempre. Igual quando sua mãe estava com ela antes de morrer.
Elas chegam em frente à casa da vovó, a rua está calma, elas saem correndo. Bruna bate na porta, e nada. Gina sabia que as chaves da casa estavam no tapete de entrada, ela pega e entrega para Bruna que a destranca, elas entram na casa e se sentem um pouco mais seguras.
31/08/2011 (Tempos atuais. Kevin, James, Ana, Miguel e Melissa)
Era de manha bem cedo. Ana estava tomando um copo de suco em sua cozinha. Ela liga a televisão que estava em cima da mesa. E nada, só o que se via era “fora do ar”. Alguém bate na porta. Ana abre e é Melissa.
- Bom dia, flor do dia! – diz Melissa, enquanto segura uma cesta.
- Bom dia. Quer entrar? – convida Ana.
- Com todo o prazer! – Reponde Melissa, dando pulinhos.
- Sinta-se em casa. Minha casa, sua casa. – Diz Ana, brincando.
- Cuidado! Assim eu me caso contigo. – Diz Melissa, mordendo o lábio.
Ana ignora Melissa, não tinha gostado do comentário, mas preferiu não se focar na ação da menina. As duas estão tomando café juntas. Melissa fez um bolo, não era dos melhore, mas dava para enganar o estomago.
- Então meu bem, qual dos dois tu ta afim? – Melissa diz, com olhar de curiosidade, sua franja estava tapando um de seus olhos.
- Já falei Melissa, eu não estou afim deles. – diz Ana, vermelha igual um pimentão.
- Então porque tu ta vermelha?
- Para Melissa! Isso é constrangedor.
- Não é nada, é romântico. Pensa comigo. Dois garotões, lindos, gêmeos, te salvam, e agora vocês estão bem pertinhos e juntinhos dentro de um edifício bem escuro, onde tudo pode acontecer. Até parece novela mexicana. – diz Melissa, atuando o que dizia.
- É verdade que tu era cabeleireira? – pergunta Ana, querendo mudar de assunto.
- Não foge do assunto! – diz Melissa, balançando o dedo negativamente.
- Tu podia cortar um pouco o meu cabelo? Ele está comprido de mais e preciso renovar. – diz Ana.
- O.k., vou pegar minhas tesouras, vou te deixar linda para seduzir os gêmeos. – diz Melissa.
- Cala boca! – diz Ana, vermelha.
Miguel estava na vigia junto com Kevin, os dois estavam comendo pão de queijo. No final de tudo, até viraram bons amigos.
- Se acaso os zumbis invadirem aqui, tu sabe como fugir? – Pergunta Kevin.
- Sei sim, tem um porão na sala do zelador. Eu e a melissa fizemos um buraco nele, que liga a uma casinha aqui do lado, não é um grande plano, mas é um bom começo. Certamente teu irmão já deve ter pensado em alguma coisa. – diz Miguel.
- Ele sempre pensa, isso é incrível. – diz Kevin. – Ele me acha estranho por eu não ter medo dessas coisas ai fora.
- Eu também não tenho, ninguém tem culpa de virar um desses zumbis. Só que eu não confio nos vivos. – diz Miguel.
- Mas confia na gente. – diz Kevin.
- Sim. Eu confio na Melissa porque ela já está há muito tempo comigo. Confio na Ana porque eu vi que ela é uma garota inofensiva, ou tenta parecer que é, tenho minhas duvidas, mas ela é uma boa garota. E confio em ti e no James porque vocês devem ter passado por muita coisa juntos. E raro ver duas pessoas da mesma família conviver juntas nos dias de hoje.  – diz Miguel, sorrindo e dando um tapinha nas costas de Kevin, que tentou não demonstrar que doeu.
- Se tu nos conhecesse antes dessa merda toda, tu nunca imaginaria que a gente fosse tão unidos como somos. Vivemos grande parte da vida separados. – diz Kevin.
- E no final das contas, vocês vivem juntos num apocalipse. – Diz Miguel, dando o ar da graça.
- Isso mesmo, chega a ser sinistro isso. – Diz Kevin.
James acorda, se arruma e sai de casa, no corredor ele encontra Ana, que está linda. Cortou o cabelo, não estava mais com aquele cabelão comprido. O novo penteado ressaltou seu lindo rosto.
- Tu está linda, Ana. – Diz James, admirado.
- Obrigada, James. – Diz Ana.
- Fui eu que cortei o cabelo dela, se tu tivesse cabelo eu cortava também. – diz Melissa, atrás de James.
- Tu tem uma mania chata de aparecer do nada, sabia? – diz James, assustado.
- É que eu tenho poderes! – diz Melissa, fazendo uma cara e pose de heroína.
- Então usa teus poderes e some. – diz James.
- Mas olha só, ele ta crescendo. Quem diria que só basta uma alegradinha para ele aprender a responder. – Diz Melissa. Que logo após, solta uma risada com um ar de safada.
- James, não liga, a Melissa tem um senso de humor estranho às vezes. – Diz Ana, tentando decifrar as palavras de Melissa.
- Certo. – Responde James, envergonhado.
Todos estavam na cobertura do apartamento. Kevin estava na vigia. Miguel mostra umas armas de brinquedo para James.
- Vamos ter que usar isso para te treinar. – Diz Miguel, jogando uma arma na mão de James, que deixa cair no chão. Melissa ri da cara dele.
- Não tem graça, Melissa! – Diz James, um pouco bravo.
- James, presta atenção! Não liga para a Melissa. Concentra-se em mim! – Diz Miguel.
- Certo. – Diz James.
- Primeiro, quero que tu entenda uma coisa: atirar não é tão fácil! Uma arma de verdade pesa bem mais e o impaquito é completamente diferente. Mas fique tranqüilo que isso é um pequeno treino mas não deixe de prestar atenção. –Diz Miguel, sério.
Kevin olha de longe para seu irmão. Queria rir da cara de medo dele, mas não queria tirar sua concentração, sabia muito bem que seu irmão teria que aprender a usar uma arma direito.
Ana senta ao lado de Kevin.
- Eu acho que ele vai se dar bem, ele é inteligente. – diz Ana.
- Eu espero que sim, o meu medo é que ele erre um tiro em alguma missão. – Diz Kevin, preocupado.
- Durante que ele não erre em alguém vivo, eu fico tranqüila. – Diz Ana.
- Aonde tu aprendeu a usar arco e flecha? – Pergunta Kevin.
- Quando pequena, meu pai me ensinou mas, ele morreu quando eu era muito jovem. Então eu peguei o gosto, treinei muito tempo e me inscrevi no campeonato regional, acabei ganhando primeiro lugar e fui para as nacionais. E sou bicampeã. Quem sabe eu não tinha um futuro pela frente. – Diz Ana.
- Todos nós tínhamos. – Diz Kevin.
- Mas isso é difícil, eu mal consigo acertar o boneco. – Diz James.
- Acho que ele está se irritando. – Diz Ana, olhando para o treinamento de James.
- Está sendo um pesadelo, olha a cara dele. - Diz Kevin, se divertindo situação.
- Mas já que tu perguntou, da onde que tu aprendeu a usar uma arma? – Pergunta Ana.
- Isso não te interessa, vê se cuida da tua vida! – Diz Kevin, furioso enquanto se levanta.
- Tu é um idiota e grosso! Tenho nojo de te admirar, pensei que tu fosse diferente e não essa criança birrenta! – Diz Ana, claramente irritada.
Todos estão olhando para eles.
- Melissa, é a tua vez de vigiar. Vou dormir um pouco... – Diz Kevin.
- Ta certo lindo, vai lá. – Diz Melissa.
- James, é para acertar na cabeça, imagina se fosse com uma arma de verdade!  – Diz Miguel, já ficando bravo.
Melissa está conversando com Miguel em sua casa.
- Mas ele vai aprender ainda a usar uma arma. – Diz Melissa.
- Espero que sim, não quero que ele ponha todos nós em risco. – diz Miguel
- Ele não vai fazer isso. Tu se lembra, que eu nem sequer tinha usado nenhuma arma antes?
- Lembro, mas tu aprendeu rápido. – Diz Miguel.
- Tu se esqueceu de uma coisinha... De que ele é uma criança. – Diz Melissa.
- O irmão dele também é, a Ana também é, e sabem usar muito bem uma arma. – diz Miguel. – Mas eu vou fazer ele aprender, gosto desses garotos, os quero vivos. Acho muito legal os dois terem sobrevividos até esse ponto juntos.
- Eu também acho. – diz Melissa.
- Uma coisa que me incomoda, é a Ana, eu gosto dela, muito querida e gentil, boa garota... Mas eu vejo no rosto dela, como se ela mudasse, como uma dupla identidade, de uma hora para outra e expressão dela muda mas de uma forma estranha, como se algo possuísse o corpo dela. – Diz Miguel.
- Acho melhor tu dormir um pouco, tu está meio que pirando. – diz Melissa, ignorando os comentários de Miguel.
- Quem não pira nós dias de hoje, não é? – diz Miguel, dando um sorrisinho de leve.
Ana estava em sua casa, deitada e toda encolhida na cama. Nostalgia é a palavra certa para descrever o que ela está sentindo no momento, saudade também seria outra palavra, ela não para um minuto de pensar em Amanda. Queria saber se ela estava viva. Uma lagrima corre em seu rosto. Não sabia o que tinha mais medo, de morrer ou de deixar aquela outra Ana dominar sua vida.
Alguém bate na porta. Ana espera que não seja a Melissa de novo com seus papos lésbicos. Quando ela abre, para a sua surpresa é o Kevin.
- Oi Ana. – Diz Kevin, envergonhado.
- O que tu quer? – Responde Ana, sendo um pouco agressiva.
- Quero te levar a um lugar... – Diz Kevin.
- Aonde? – Pergunta Ana, séria.
- Tu quer ir ou não? - Diz Kevin
Ana pensa um pouco, fica desconfiada, mas não resiste aos charmes de Kevin.
- Desde que seja rápido, pois estou cansada e com sono.
- Vou tapar seus olhos. – Diz Kevin, vendando os olhos de Ana.
Ele a segura nas mãos e diz:
- Só me segue e tome cuidado com os degraus.
Depois de um minuto, Kevin tira as vendas dos lindos olhos de Ana. Ela fica surpresa, na cobertura estava uma mesa, com panos limpos, velas brancas acessas, e um cheiro delicioso de comida. E tudo sobre o luar da noite.
- Acho que isso é o meu pedido de desculpas. Espero que aceite, sei que sou grosso e imaturo algumas vezes... – diz Kevin, com a mão na cabeça, e com suas maças do rosto levemente vermelhas.
Ana não sabia o que dizer, estava paralisada. Não sabia se achava isso romântico ou brega de mais. Simplesmente gostou.
Kevin estava esperando uma resposta de Ana.
- Tu quer jantar comigo?
- Sim. – Ana responde timidamente.
Os dois se sentam na mesa, Ana fica admirada nos pratos que Kevin preparou. Polenta com queijo. Até parecia uma comida de gente rica nos tempos de hoje.
Em nenhum momento Kevin foi grosso, ou falou de coisas tristes, ou sobre zumbis, simplesmente conversaram sobre coisas boas. Principalmente sobre como o mundo era antes de tudo isso, de como era gostoso esperar a sexta-feira chegar, das estréias de novos filmes, da sensação de entrar no mar, de ter dinheiro na mão, de dançar até criar calos nos dedos dos pés, de como era mais fácil ter papel higiênico ao seu favor, de ter horário para acordar, de ir para o colégio... Assuntos diversos de uma antiga vida, que não estava ao alcance dos jovens.
Após acabarem de jantar, Kevin leva Ana até sua casa. Ele se despedem, Ana olha para Kevin e depois entra em sua casa. Kevin vai embora. Ana se deita e dorme, sentindo-se um pouco mais feliz. Não sabia o que estava acontecendo mas estava gostando. Foi a primeira vez desde muitas noites em que Ana consegue dormir sem sentir seu lado obscuro.
01/10/2010 (Ana, Gina e Bruna Bittencourt)
Bruna se senta no sofá, ela está gemendo de dor. Ana e Gina começam a procurar a sua avó. Mas não a encontram. Gina está na cozinha e encontra um bilhete.
Bruna, Gina e Ana.
Eu fui buscar Amanda no aeroporto, estou preocupada com ela. As coisas estão assustadoras nas ruas. Não consegui ligar para vocês. O telefone não está funcionando. Se por acaso vocês chegarem aqui, quero que saibam que amo vocês. E peço que perdoem a mãe de vocês por tudo. Que Deus Abençoe vocês. Estarei sempre por perto.
Com amor, Anelise.”
Gina lê o bilhete, e começa a chorar. Ela se senta ao lado de Bruna, entregando o bilhete para a as irmãs lerem. As três não sabem o que dizer. Ana enfaixa o braço de Bruna.
- Não sou medica, mas fiz o que pude, a mordida não foi tão profunda. – Diz Ana, fazendo um carinho no rosto de Bruna.
- Mas eu acho que tu se daria bem como medica. – diz Bruna.
- Duvido. – diz Ana.
Gina está abraçada com Bruna. Ana está andando de um lado para o outro. Estava com medo pela vovó e pela Amanda. Não sabia o que eram aquelas coisas mas estava com medo, porem, de certa forma estava agitadamente empolgada com tudo. Ana vai até a janela, está tudo muito silencioso na rua, alguns vagam gemendo, mas são poucos. Então, liga a televisão.
No canal está dando um jornal. Um homem moreno diz:
“Os mortos estão vagando, as autoridades sumiram. A única coisa que o presidente disse foi “iremos resolver tudo em questão de tempo”. Os cientistas não sabem a causa disso tudo, mas o contato direto com algum dos infectados já se contamina com a doença. Recomenda também que não saiam de casa, o exercito vai montar um refugio para as pessoas não infectadas. O vírus não se passa pelo ar, só pelo contato direto. Não saiam de casa, e que Deus proteja todos os brasileiros e o mundo todo. Meu amor, quando eu puder sair, eu vou até você, diz para o nosso filho que eu amo ele.”
 Gina olha para o braço da irmã. Bruna está com a cabeça baixa. Ana desliga a TV. Ela senta ao lado de Bruna. As três irmãs se abraçam.
- Eu vou proteger vocês. – Diz Gina.
Bruna se levanta, e olha para as duas irmãs, então fala em voz baixa:
- Estou me sentindo bem, vai tudo ficar bem! Vamos esperar a vovó...
- Isso mesmo, vamos esperar a vovó chegar com a Amanda e a gente decide o que vamos fazer. – diz Ana.
- Ta - diz Gina, segurando as lagrimas.
Gina está dormindo no colo de Ana. Bruna está sentada ao lado delas. Ela está pálida.
- A vovó ta demorando... – Comenta Bruna.
- Elas vão ficar bem, a vovó é uma guerreira. Já passou por cada uma e tenho certeza que daqui a pouco ela chega com a Amanda. – Diz Ana.
- Eu estou muito cansada e com frio. – Diz Bruna.
Ana encosta a mão na testa de Bruna por alguns segundos.
- Eu sei por que tu está com frio, tu está ardendo em febre! Acho melhor tu dormir um pouco. – diz Ana
- Não quero, vou esperar a vovó chegar. – diz Bruna, com sua cara pálida e com suas pupilas dos olhos levemente dilatadas.
- Teimosa. – Diz Ana.
- Tu acha que eu estou infectada? – Pergunta Bruna.
- Não sei, mas tu teve contato direto com um deles. – Diz Ana.
- Não quero virar um louco igual aquelas coisas lá fora. Espero que tenha uma cura. – diz Bruna, tremendo.
- Vou ser sincera contigo. – Ana começa a dizer. – Tu acha que tem cura para alguém que anda com o peito totalmente devorado? Isso é pior que a raiva. Aquelas coisas não tem sentimentos. Se tu for observar eles só tem a necessidade de se alimentar. São mortos, porem vivos.
Bruna repara algo diferente em sua irmã, o rosto dela estava muito sério, ela parecia não ter sentimentos.
- Obrigado por dizer que vou morrer. – diz Bruna, sorrindo ironicamente.
Ana se levanta, olha na janela. O movimento está aumentando. Ana sente seu lado obscuro voltando. Ela sabia que algum lugar da casa da vovó tem alguma arma. Ela procura por toda casa e nada. Vai até o porão e encontra a arma perfeita. Um arco e flecha, que ela usava para treinar quando ia para lá.
Vinte e uma flechas, pela contagem de Ana. Ela não sabia o porquê, mas toda vez que as coisas estavam ruins, perigosas ou ao seu ponto de limite, aquela Ana obscura, sem “sentimentos”, eufórica, elétrica, com sua adrenalina ao extremo, sem medo, vinha à tona. Ela queria saber por que disso tudo e sabia ainda mais que quando sentia essa Ana as coisas não ficavam boas.
Bruna está suando frio, no fundo sabia que estava infectada. Mas não queria assustar suas irmãs, sente a obrigação de proteger elas.
- A Gina é só uma criança e a Ana é irresponsável. Pai, eu queria que tu tivesse aqui comigo. – diz Bruna para si, chorando.
Ela escuta os gemidos lá fora, eles estão aumentando, a cada minuto estão mais pertos. Bruna acorda Gina. Quando ela abre os olhos, Bruna pede para ela fazer silencio. As duas se agacham para debaixo da cama. Ana chega no quarto e escuta os gemidos. Ela olha para as irmãs, fixando o olhar mais em Bruna. Depois de alguns segundos, se junta às irmãs e diz:
- Vou fazer o que tiver que ser feito. – Diz Ana, olhando seriamente para Bruna, que fica sem reação com a indireta da irmã.

8 comentários:

  1. ai deus '-' KAÇLSDDKASL otm *-------*

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  2. Simplismente, ótimo!
    (Os carinha lá no banner tão cansado, olhando pra baixo kkkkkkk)

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  3. Obrigado Jade e Helder.
    Verdade Helder, mas fazer o que né? Estão no meio de um apocalipse, felizes não vão estar. Coitados asdopfjasdipofjsdiopfjsodpifjsid

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  4. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Eurri Muito!

    Mais uma vez: Perfect *--*

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  5. Também reparei que eles são gêmeos O.o
    São os gêmeos da história! O...........O

    Que bem pensado kkkkkkkkkk' *--*

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  6. Também reparei que a foto acima, naum é apocalipse zumbi, repare os prédios, os zumbis andam sobre eles O.o? Não querendo questionar, só to fazendo isso pa passar o tempo, mas tá muito foda, o layout, a história tudo! ;D, naum pare de postar pelarmordedeus *-----*

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  7. Obrigado Helder, pode ter certeza que não vou parar, tem MUITA coisa para rolar ainda. Verdade não parece um apocalipse zumbi, mas na historia tu vai ver que tem até uma certa explicação para isso. kkkkkkkkkkkkkk

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  8. Muito bom o ep.
    Quanto a imagem, como os gêmeos sempre esperam as ruas ficarem vazias para sair... faz sentido a imagem! ;)
    Ainda existem alguns erros de português e pontuação. Caso queria, posso revisar os textos para você, eu sempre leio eles no word (copio eles para ler). então se quiser me avise.
    Att,
    Marcio Momo
    msn: marcio.weiss1@gmail.com
    email: marcio.momo@gmail.com

    abrass, parabéns pela história!

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